05/07/19 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Rizicultores se encontram em Lagoa da Confusão (TO) para debater sobre sustentabilidade da cadeia do arroz

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Foto: Hélio Magalhães

Hélio Magalhães - A palestra magna, apresentado pelo pesquisado Daniel Fragoso, destacou os desafios da cadeia produtiva do arroz para Tocantins

A palestra magna, apresentado pelo pesquisado Daniel Fragoso, destacou os desafios da cadeia produtiva do arroz para Tocantins

Tocantins é o terceiro maior produtor de arroz no país, depois do RS e SC impulsionado, principalmente, pelas novas tecnologias e integração da cadeia produtiva da rizicultura no estado.

Buscando estimular a sustentabilidade de produção e gerar práticas eficientes que colaborem com o desenvolvimento da cadeia produtiva e aumentem a rentabilidade do arroz de forma crescente o Sindicado dos Beneficiadores de Arroz do Estado do Tocantins (Sindiato) e parceiros, entre eles a Embrapa, promoveram, entre os dias 26 e 27 de junho, o 9º Seminário da Cadeia Produtiva do Arroz do Tocantins.

Com mais de 70 representantes, entre técnicos, pesquisadores, representantes de instituições públicas e de indústrias, consultores, empresários e produtores de arroz, o Seminário foi realizado no Centro Cultural Lêda Bernandon, em Lagoa da Confusão, município localizado na região sudoeste do estado, a 200 km da capital.

Durante a abertura do evento, o pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Daniel Fragoso - Núcleo Regional Tocantins, apresentou palestra magna sobre visão de futuro e desafios para a sustentabilidade da cadeia produtiva da orizicultura no Tocantins.

Fragoso expôs uma visão geral de futuro e desafios da orizicultura tocantinense no âmbito das questões sociais, ambientais e econômicas; destacou a sustentabilidade como um dos paradigmas atuais, os desafios para a agricultura e também para a cadeia orizícola tocantinense.

No segundo dia, os pesquisadores da Embrapa Arroz e Feijão apresentaram as palestras sobre Novas Cultivares de Arroz: Foco em Tecnologia Clearfield (Paulo Hideo); Inovação para o Manejo de Doenças do Arroz em Tocantins (Marta Cristina De Fellippi); e, Manejo de Adubação: N, P e K na Cultura do Arroz Irrigado (Mellissa Ananias Soler).

Outras palestras também foram apresentadas durante todo o dia 27: O agrônomo Odilon Matheus Júnior (Sistema Cliarfield é Solução para o Arroz); André Tomas (Agricultura de Precisão na Cultura do Arroz Irrigado); Bruno Amaral (Considerações Técnicas sobre o Manejo da Cultura do Arroz em Tocantins); Danilo Aires Cirino – Técnico em Segurança do Trabalho do SESI-RG/TO (Segurança do Trabalho na Cadeia Produtiva do Arroz ); Tiago André Seibt (Nova Alternativa para o Controle de Plantas Daninhas Resistentes na Cultura do Arroz); Antônio da Luz – Economista chefe da FARSUL – Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Gestão Gerencial nas Fazendas Produtivas de Arroz); Inácio Gazalle Magalhães (Tecnologia e Inovação em Pós-Colheita do Arroz: Secagem, Armazenagem e Industrialização); Tiago Sarmento Barata – Consultor de Agronegócio , atualmente diretor executivo do SINDARROZ – RS – Sindicado da Indústria de Arroz no Estado do Rio Grande do Sul (Mercado: Cenário Nacional e Internacional); e, José Daniel Tavares – coordenador de Agronegócio Sebrae – TO (Soluções  Sebrae para o Agronegócio).

 

 

 

O empresário da Cerealista Santa Fé Ltda, Ailton dos Santos Queiroz, com sede em Palmas (Tocantins) há 22 anos, beneficia cerca de 1.200 milhão/kg de arroz que abastece o mercado tocantinense, e também, o sudeste do Maranhão, do Pará e do Piaui.

Atualmente a Santa Fé compra todo seu estoque de arroz de produtores do Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão e Pium, com as cultivares de arroz BRS Catiana e Pampeira. “Apesar de nós termos muitas indústrias de beneficiamento de arroz no Centro-Oeste, ainda temos demanda de crescimento para a região. Desde 2007 a qualidade do arroz no Tocantins tem melhorado, com as pesquisas que são realizadas, novas variedades de arroz estão surgindo e a tendência é que a gente tenha uma matéria prima igual a do Rio Grande do Sul“, observou Ailton, acrescentando que no momento, o desafio é alinhar produção, meio ambiente e sustentabilidade, ou seja, ter um produto competitivo, ambientalmente sustentável e de qualidade que possa atender a população.

Potencial e importância do arroz - O arroz constitui fonte importante de calorias e proteínas na dieta alimentar do brasileiro sendo o seu consumo anual estimado em torno de 12 milhões de toneladas, sendo um dos dez maiores produtores do mundo.

Devido as suas características nutricionais esse importante cereal pode contribuir para a melhoria da nutrição e qualidade de vida da população, por ser uma cultura que apresenta grande adaptabilidade às mais variadas condições de solo e clima.

O potencial produtivo do arroz tem se refletido no Tocantins, principalmente na várzea tropical, região sudoeste do estado. Considerada uma das mais jovens fronteiras agrícolas do país, nos últimos anos a região tem apresentado crescimento na produção de arroz, aumentando sua participação na balança comercial agrícola da produção nacional; o resultado é que o estado viu sua área cultivada de arroz irrigado passar de 65 mil/ha para 108 mil/ha nos últimos 10 anos.

Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) o munícipio de Lagoa da Confusão é o principal produtor de arroz no estado, com 60.897 hectares plantados nas micro-regiões dos rios Urubu, Formoso e Javaés. Formoso do Araguaia foi o primeiro município a cultivar arroz irrigado na região e atualmente ocupa a segunda colocação em termos de área plantada e produção de arroz no Tocantins.

Um terceiro município, Dueré, vem apresentando crescimento da área plantada e na última safra plantou uma área total de 12.017 hectares. E os municípios de Cristalândia e Pium, que abrange as regiões dos rios Pium, Água Verde e Riozinho, onde estão situados 22 estabelecimentos de produção de arroz, plantaram 14.008 hectares.

A área plantada pelos produtores destes cinco principais munícipios da várzea tocantinense foi de 108.010 hectares que apresentam produção atual de 665,8 mil toneladas de grãos nesta última safra.

Este incremento produtivo de áreas semeadas tem sido alcançado principalmente pelo trabalho de desenvolvimento de novas cultivares de arroz que tem elevado o potencial produtivo do setor, utilizando cultivares com maior tolerância a doenças.

Para o vice-presidente da Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste do Tocantins (APROEST) Enio Nogueira Becker, entidade de representação dos produtores do estado, a rizicultura na região tem boa produtividade, atingindo mais de 7 mil kg/ha: “as variedades lançadas pela Embrapa se adaptam muito bem aqui e os produtores estão bem tecnificados, com acompanhamento de um agrônomo ou técnico que dão assistência e a região tem grande potencial de crescimento”.

Dentre as novas cultivares de arroz que são produzidas na região se destacam a BRS Pampeira e a BRS Catiana que hoje são plantadas na maior parte das lavouras da várzea tocantinense.

Desenvolvida pela Embrapa e lançada em 2016 o arroz irrigado BRS Catiana se adapta a diferentes regiões do país. Esta cultivar de arroz tem apresentado produtividade média de 6.386 kg/ha no Tocantins, chegando até a 9.900 kg/ha no município de Lagoa da Confusão. A boa lucratividade para os produtores é atribuída, principalmente, pela redução na aplicação de fungicidas, em especial ao brusone, considera a principal doença do arroz nas regiões produtores do estado. 

Outra cultivar, também lançada em 2016, foi a BRS Pampeira; essa cultivar apresenta porte moderno, de folhas eretas, com excelente perfilhamento e reúne maior resistência a doenças, como a bruzone, rusticidade, potencial produtivo e qualidade dos grãos. 

Apresenta elevado perfilhamento, colmos fortes e resistência ao acamamento da planta. O rendimento industrial dos grãos inteiros e polidos, em condições normais de ambiente e manejo da lavoura, é superior a 62% e a produtividade em ambiente favorável atinge a 10 ton/ha.

No registro junto ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a BRS Pampeira é, também, recomendada para os Estados de Goiás e Mato Grosso do Sul (região Centro-Oeste); Tocantins, Pará e Roraima (região Norte); Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe (região Nordeste).

 

 

Hélio Magalhães (DRT MG 4911)
Embrapa Arroz e Feijão

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