12/07/19 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Parceiros latino-americanos visitaram a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

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Foto: Claudio Melo

Claudio Melo - Especialistas de 5 países da América Latina visitaram a Embrapa

Especialistas de 5 países da América Latina visitaram a Embrapa

Especialistas em agricultura de cinco países da América Latina (Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai e Peru) visitaram a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia nesta quinta-feira, dia 11 de julho. A pesquisadora Fátima Grossi, responsável pelo Laboratório de Interação Planta-Praga, fez uma apresentação sobre os ativos biotecnológicos que estão sendo desenvolvidos para combater problemas como a seca e pragas. A pesquisadora apresentou os resultados mais recentes obtidos pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT-Drought Pest), que reúne 14 instituições públicas e privadas do Brasil e do exterior para gerar ativos biotecnológicos aplicáveis às culturas de milho, soja e algodão, visando a tolerância à seca e ao controle de pragas.

A pesquisadora afirmou que há 10 anos busca ativos biotecnológicos eficazes e com potencial para o controle do bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis), considerada a principal praga do algodão nas Américas. Nesse período, três estratégias se mostraram eficazes: a inserção de toxinas Cry em plantas geneticamente modificadas; o silenciamento gênico ou uso de moléculas de dupla fita (dsRNA) alvo de genes nocivos para o desenvolvimento dos insetos e por último a estratégia de piramidar/unir as duas técnicas anteriores (toxinas Cry10 e silenciamento gênico por DNA interferente).

O uso dessas estratégias já permitiu que vários genes fossem validados e protegidos por meio de patentes no Brasil e no exterior. Entre eles, a pesquisadora citou a descoberta de toxinas que afetam o desenvolvimento, os sistemas digestivo e nervoso e a síntese e degradação de hormônios no bicudo e moléculas cujo silenciamento no próprio inseto gera má formação de pupa e consequentemente a não formação do inseto adulto (Quitina Sintase 1) e uma fragilidade fatal na membrana do intestino do inseto (Qutina Sintase 2).

Segundo Fátima, as pesquisas já chegaram a moléculas com expressão estável que poderão em breve ser utilizadas pelo setor produtivo na produção de "sprays de RNA" para pulverizar as plantas do algodão. "A pesquisa é contínua, nunca pára. Já estamos realizando bioensaios a campo para validar a eficácia de plantas geneticamente modificadas e fazendo melhorias em moléculas que serão validadas nos próximos três anos", disse Fátima Grossi.

Além dos visitantes estrangeiros, participaram da visita representantes do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA) e do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt). A visita técnica foi solicitada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). O Chefe-geral José Cabral deu as boas-vindas ao grupo, que também visitou laboratórios.

Irene Santana (MTb 11.354/DF)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

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