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O futuro do leite é discutido na sede da Unidade em evento paralelo

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Foto: Marcos La Falce

Marcos La Falce -

Os desafios e as perspectivas do setor leiteiro no Brasil foi o tema da palestra que o chefe-geral, Paulo Martins, proferiu na manhã do dia 17, no auditório da Sede. O evento, promovido pela empresa de insumos para alimentação Vivare, integrou a programação paralela da Minas Láctea, realizada pela Epamig/ILCT durante a semana. Mais de 100 pessoas compareceram, representando 60 laticínios e entidades do setor leiteiro. Eles também visitaram o Laboratório de Qualidade do Leite da Unidade.

Durante a palestra, Martins apresentou um panorama da atividade leiteira diante das transformações tecnológicas que o mundo, cada vez mais conectado, está passando. Assim como em outras áreas, a pecuária leiteira já está absorvendo as mudanças promovidas pela disseminação das tecnologias da comunicação e informação (TICS), como a robótica e a inteligência artificial. Ele fez uma comparação com as grandes transformações que o mundo passou ao longo da história, desde a primeira Revolução Industrial (1780), com as máquinas a vapor; passando pela incorporação da energia elétrica, derivados do petróleo, telefonia e linhas de montagem, 100 anos depois, ao transistor, na década de 70, até chega à Internet das Coisas, nos dias atuais.

“Desde o começo da última década mudou-se muito a maneira de se pensar e fazer as coisas. Hoje as máquinas conversam entre si e, especialmente após o surgimento do smartphone, se adaptar à velocidade das transformações passou a ser essencial para não ser sucumbido em qualquer que seja a atividade”. O chefe-geral citou o engenheiro alemão Klaus Schwab, criador do Fórum Econômico Mundial, que é realizado anualmente em Davos, na Suíça: “Não é o peixe grande que come o pequeno, mas o peixe rápido que engole o lento”.

Paulo Martins mostrou as mudanças que o mundo corporativo mundial passou nos últimos anos, ao mostrar o ranking das empresas e marcas mais valiosas de 2007 e de dez anos depois. Apenas uma que constava na primeira relação permanecia entre as 10 mais de 2017, a Microsoft. Gigantes industriais perderam espaço para marcas até então desconhecidas nesta que está sendo chamada de quarta revolução industrial. O pesquisador ressaltou que todas essas transformações chegaram ao setor agropecuário e na atividade leiteira não é diferente. “As fazendas 4.0 já são realidade”, comprovou.

Além do avanço tecnológico, Martins frisou que o novo consumidor também mudou, o que traz impactos imediatos na lógica de produção. “Hoje é preciso focalizar a alimentação rápida, fácil, saborosa, saudável e ambientalmente responsável. Aspectos como produção limpa, reciclagem, desperdício, bem-estar animal, rastreabilidade, preço justo, preocupação com as comunidades e cuidado com os produtores, entre outros, são cada vez mais levados em consideração”, pontuou.

Pensar em novas soluções para o leite e reposicionar o setor passa ser o caminho a ser seguido, apontou Martins. “Para isso é preciso articulação e união de produtores, indústrias, investidores, transportadores, empresas públicas e privadas de pesquisa e tecnologia e conhecimentos de biólogos, zootecnistas, agrônomos, veterinários, matemáticos, físicos e economistas, dentre outras áreas”. Ele destacou o ambiente de inovação que vem sendo criado pela Embrapa Gado de Leite por meio dos eventos que integram o Ideas for Milk desde 2016.

Marcos La Falce
Embrapa Gado de Leite

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