A Câmara Setorial da Borracha Natural do Estado de São Paulo se reuniu nesta quinta-feira (25), pela primeira vez, na Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP). A pesquisadora Maria Alice Martins, integrante da Câmara, apresentou as atividades que o Centro de Pesquisa desenvolve - desde 1995 - voltadas para a Heveicultura. Os estudos no Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA) incluem o estudo da relação entre estrutura e propriedades do material; a avaliação da madeira da seringueira; o desenvolvimento de novos materiais e nanomateriais à base de borracha natural; além da agregação de valor à cadeia produtiva. “É uma oportunidade muito importante para que lideranças do setor conheçam, em detalhes, as pesquisas da Embrapa Instrumentação e, especificamente, o trabalho desenvolvido há anos com borracha natural e os resultados entregues para a sociedade como, por exemplo, a avaliação de 45 novos clones em parceria com o IAC e outras Unidades da Embrapa”, explica Maria Alice. “Atualmente realizamos estudos em Votuporanga, Matão, Presidente Prudente, Pindorama, Mococa e Jaú, visto que a região noroeste paulista responde por 65% da borracha natural produzida no Brasil. Além disso, avaliamos amostras de Goiás, Paraná, Amazonas e Distrito Federal”, acrescenta a pesquisadora. “Precisamos de plantas com excelente vigor, resistentes e que produzam borracha natural de qualidade, para atender à demanda, pois desde a metade do século XX nosso País passou de maior produtor mundial a importador de borracha natural”, argumenta Maria Alice, acrescentando que um dos pontos discutidos foi a necessidade de pesquisas sobre nematóides, que podem afetar direta ou indiretamente os seringais. Criadas na década de 90, as Câmaras Setoriais da Secretaria de Agricultura e Abastecimento são fóruns de interlocução entre o setor público e privado. Seus objetivos são de orientar, propor e acompanhar as políticas públicas para o fortalecimento do agronegócio paulista. “Dentro da Câmara você tem representantes de todos os setores, o primário, os produtores, os beneficiadores, o intermediário, até mesmo o setor final que é a indústria”, detalha Jason Figueiredo Passos, presidente da Câmara da Borracha Natural de São Paulo. “Dentre esses setores existe um que é muito importante, que é a participação das entidades de pesquisa, o Instituto Agronômico (IAC) faz parte da Câmara, assim como a própria Embrapa, para aportar conhecimento e ajudar eventualmente na busca das soluções que o setor demanda. A Embrapa tem uma presença muito forte no setor da heveicultura”, finaliza Jason Passos.