24/05/19 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Avanços nas pesquisas com telas antigranizo na cultura da macieira

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A utilização de telas com o objetivo de minimizar os riscos dos danos ocasionados pelo granizo já está protegendo cerca de 20% da área produtiva de maçãs no Brasil. A solução tem apresentado excelentes resultados, mas segue sendo foco de estudos, pois a sua utilização implica em alterações micrometeorológicas, as quais resultam em aumento do crescimento e desenvolvimento vegetativo das plantas, capacidade de frutificação e na coloração dos frutos.

Visando apresentar novidades sobre o tema, no final de mês de maio, cerca de 80 técnicos e produtores participaram do "I Workshop sobre cultivo de macieiras sob tela antigranizo no Brasil", promovido pela Embrapa Uva e Vinho, com o apoio da Têxtil Kopruch, em Vacaria (RS). No evento, María Dolores Raffo Benegas, do Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA) da Argentina, falou sobre o emprego de telas antigranizo naquele país e o pesquisador Fernando José Hawerroth, da Embrapa Uva e Vinho, abordou a situação atual dos pomares de macieira sob telas antigranizo no Brasil.

É indiscutível o avanço na produção de maçãs com essa tecnologia, mas os melhores resultados serão obtidos com o aperfeiçoamento e desenvolvimento de práticas culturais, levando-se em consideração as alterações na fisiologia da macieira e o manejo adequado para o sistema. “A melhoria da arquitetura de plantas, com aumento da interceptação de luz no interior do dossel,  é fundamental para aumento da eficiência produtiva em pomares sob tela antigranizo”, afirma o pesquisador. Outra indicação é que na implantação de novos pomares, o produtor busque porta-enxertos de menor vigor e utilize práticas de manejo para o controle do vigor, como sistemas de condução, poda de frutificação, podas verdes, arqueamento de ramos, e adubação adequados.

“Por se tratar de um estudo de médio prazo, ainda não é possível termos uma recomendação definitiva sobre quais as telas mais indicadas, pois existem variações de resposta entre ciclos produtivos, em função da variabilidade climática observada entre os anos”, destaca Hawerroth. Segundo resultados preliminares das suas pesquisas, ele destaca que as telas antigranizo com maiores níveis de sombreamento tendem a intensificar problemas decorrentes do grande desenvolvimento vegetativo das plantas, demandando manejos culturais específicos para minimizá-los.

Segundo avaliação dos participantes do evento, os resultados atuais são bastante promissores e indicam que a adoção das telas antigranizo se traduz num importante fator para aumento da regularidade produtiva e da qualidade dos frutos, mas é de fundamental importância a continuidade das pesquisas para que sejam caracterizados os efeitos da tecnologia sobre as plantas, a fim de definir o manejo adequado para o pomar exprimir o máximo potencial produtivo e qualitativo.

Viviane Zanella (Mtb14404)
Embrapa Uva e Vinho

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