07/08/19 |   Transferência de Tecnologia

Micotoxinas no treinamento para cooperativas

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Foto: Joseani Antunes

Joseani Antunes - Grupo durante a visita ao LAMIC

Grupo durante a visita ao LAMIC

O 4º módulo da capacitação de técnicos de cooperativas através do convênio Embrapa e Sistema OCB-Sescoop apresentou os trabalhos da pesquisa brasileira para minimizar os efeitos das micotoxinas na produção de alimentos a base de grãos. O encontro foi realizado nos dias 30, 31/07 e 01/08 com o tema “Colheita e pós-colheita” e contou com a participação de 40 profissionais dos departamentos técnicos de cooperativas do RS, SC e PR.

Mesmo com a lavoura pronta, existem diversas etapas na colheita e na pós-colheita precisam ser gerenciadas e dependem da atuação da assistência técnica para garantir que o alimento chegue com qualidade ao consumidor final. Perdas na colheita e na armazenagem podem ser evitadas com o correto ajuste de máquinas e o manejo integrado de pragas. Ainda, cuidados no beneficiamento de sementes podem garantir melhores resultados na próxima safra.

Contudo, a contaminação dos grãos por micotoxinas, resultado tanto do ataque de fungos na lavoura quanto da ação de pragas nos armazéns, tem sido um dos principais problemas enfrentados na pós-colheita. De forma geral, as micotoxinas estão relacionadas à incidência de giberela, principal doença fúngica que ocorre nos cereais de inverno no Sul do Brasil. 

O pesquisador da Embrapa Trigo José Maurício Fernandes explicou como acontece a infecção do fungo causador da giberela e as alternativas para reduzir os níveis de contaminação. Ele destacou as oportunidades no uso de tecnologias de informação para prevenir as doenças na lavoura, como o Sisalert, uma plataforma que coleta dados meteorológicos, processa as informações para simulação de riscos de epidemias e distribui o alerta aos usuários. “As doenças de plantas são dependentes do clima. O sistema permite acompanhar as condições do tempo para prever os momentos de maior risco e orientar a aplicação racional de produtos químicos”, explica o pesquisador.

Para compreender melhor os impactos das micotoxinas na produção animal, o grupo fez uma viagem técnica para Santa Maria, RS, onde foi possível conhecer o trabalho realizado no Laboratório de Análise de Micotoxinas (LAMIC) da UFSM e no SAMITEC - iniciativa privada criada para atender a crescente demanda por análises micotoxicológicas em aves, suínos, peixes e gado de leite. Durante a visita, os participantes puderam avaliar os efeitos no uso de ração contaminada por micotoxinas no crescimento dos animais: “o animal fica tentando se defender da micotoxina e não tem energia para crescer”, explica o professor Carlos Mallmann. Ele também mostrou implicações no desenvolvimento de órgãos como o fígado e rins, além de queda na reprodução, danos nos bicos das aves e dificuldade locomotora. “Os impactos estarão tanto no bolso do produtor, como na mesa do consumidor. É preciso mostrar para a sociedade a necessidade de investimento em pesquisa para cobrar a qualidade e a segurança dos alimentos”, conclui Mallmann. 

Saiba mais sobre micotoxinas ouvindo a entrevista com o pesquisador do LAMIC Carlos Mallmann:

O engenheiro agrônomo da Cotripal, Rodrigo Rutz, ficou impressionado com a seriedade dos problemas que a contaminação por micotoxinas pode causar: “a discussão com especialistas no tema mostrou o quanto precisamos trabalhar em busca da qualidade do produto que saí da lavoura. São várias etapas críticas que exigem o conhecimento do assistente técnico para evitar problemas futuros. Vejo que temos um papel muito importante neste processo e não podemos ficar indiferentes à qualidade do alimento que chega à mesa do consumidor”.

Participam da capacitação Embrapa e Sistema OCB-Sescoop na cadeia produtiva de cereais de inverno 2019 profissionais dos departamentos técnicos das cooperativas Cooperante, Cocamar, Coamo, Camnpal, Cotriel, Coopatrigo, Coasa, Cotapel, Cotripal, Coagril, Cotribá, Coopermil, Cotrisal, Cotricampo, Cotrijal, CCGL e Auriverde, além da Fecoagro/SC e do Senar/RS. Foram parceiros do 4º módulo a UPF, UFSM, Embrapa Trigo e Embrapa Soja.

Joseani M. Antunes (MTb 9693/RS)
Embrapa Trigo

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