Entre os dias 23 de junho e 2 de julho, os pesquisadores Sérgio Tôsto e Carlos Quartaroli, da Embrapa Territorial, estiveram no estado do Amapá para realizar o levantamento do uso, cobertura e ocupação das terras no âmbito do projeto ASEAM. O projeto recebe recursos do Fundo Amazônia e visa quantificar e valorar os serviços ecossistêmicos em comunidades localizadas dentro do bioma Amazônia. A área delimitada para estudo no estado compreende uma parte da bacia do rio Piririm e recorta os municípios Ferreira Gomes, Cutias, Macapá e Itaubal do Piririm. As ações foram discutidas com o chefe-geral da Embrapa Amapá, Nagib Jorge Melém, e o seu chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, Adilson Lopes. As etapas de campo contaram com o apoio do assistente Flávio Oliveira, da mesma unidade. Ao longo de dez dias, a equipe da Embrapa percorreu áreas de três assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra): Itaubal, Ferreirinha e Corre Água (veja o mapa). Líder do projeto, Tôsto aponta o predomínio da agricultura familiar de subsistência na região, com destaque para o plantio de mandioca e de frutas – como mamão, cupuaçu, melancia - e de alguns legumes, como pepino e batata-doce, além do extrativismo, principalmente o de açaí. O excedente, ele complementa, é comercializado no mercado em Macapá, capital do Estado. Outro ponto destacado pelo pesquisador é o uso da terra para a exploração comercial de eucalipto por indústrias de celulose e papel. Em campo, a equipe da Embrapa identificou a distribuição geográfica da tipologia de uso e cobertura das terras, de acordo com padrões homogêneos. Estes dados georreferenciados serão plotados em imagem de radar – cedida pelo Exército Brasileiro – e, com isso, será gerado um mapa de uso e cobertura. O produto auxiliará na próxima etapa do projeto: a quantificação e valoração econômica dos serviços ambientais de carbono, solo e água. A última etapa consiste na capacitação de produtores, jovens rurais e mulheres em serviços ambientais, bem como extensionistas rurais, que atuarão como multiplicadores desses conhecimentos para outras comunidades, podendo contribuir para uma melhor discussão sobre a formulação de políticas públicas sobre pagamentos por serviços ambientais. O próximo trabalho de campo ocorrerá entre os dias 24 de julho e 2 de agosto, no Acre. O projeto também desenvolverá essas ações nos estados de Roraima, Rondônia, Pará, Mato Grosso, Maranhão e Amazonas. Capacitação de multiplicadores No dia 2 de julho, a equipe da Embrapa esteve na sede do Instituto de Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap) em reunião com o diretor presidente, Osvaldo Hélio Dantas, e o coordenador de Assistência Técnica e Extensão Rural, Daniel Santos de Assis. Durante o encontro, foi discutido o planejamento de uma capacitação de extensionistas rurais em serviços ambientais. Segundo Osvaldo, a proposta é oportuna. Ele afirma faltarem informações sobre o assunto. Os extensionistas treinados atuarão como multiplicadores daqueles conhecimentos. A Embrapa Territorial formalizará uma proposta de treinamento para discussão com a Diretoria Técnica da Rurap.