A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia promove no período de 07 a 11 de outubro de 2019 o VI Workshop de Ecologia Química Aplicada à Agricultura. O objetivo é capacitar e disseminar o conhecimento na aplicação de semioquímicos na agricultura, tanto no desenvolvimento de pesquisa com semioquímicos como na aplicação dos semioquímicos no manejo e controle de pragas e seus inimigos naturais. O público-alvo do workshop são os estudantes de graduação e pós-graduação das áreas de agronomia, química, biologia, e áreas afins, bem como técnicos agrícolas, pesquisadores de empresas de insumos agrícolas, professores de Universidades e tecnólogos com interesse na área química ou estudos ecológicos. Segundo o pesquisador Miguel Borges, coordenador do curso, o controle biológico de pragas é um método racional e sadio que tem como premissa básica o investimento no uso de dispositivos naturais para o controle de insetos-praga de culturas agrícolas e, consequentemente, a redução do uso de defensivos químicos nas lavouras. No Brasil, as tecnologias baseadas no uso de feromônios já resultaram em mais de 15 produtos registrados e outros em fase de registro. A aplicação dessas tecnologias está em expansão para o controle de insetos-praga de diversas culturas agrícolas, como o dendê, a maçã, a goiaba, a uva, a cana-de-açúcar dentre várias outras, no Brasil e no exterior. "Queremos sensibilizar a sociedade em geral e os profissionais das áreas de agrotóxicos sobre a importância da busca por métodos de controle de pragas que minimizem o uso de pesticidas na agricultura", afirma Borges. Estão sendo oferecidas 60 vagas e, para melhor aproveitamento do curso, é necessário ter conhecimentos de química – no mínimo, o curso de química geral - e biologia. No total, serão 40 horas/aula com módulos teórico e prático e aulas das 8h às 17h. A inscrição pode ser feita na página da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia pelo endereço https://www.embrapa.br/en/recursos-geneticos-e-biotecnologia/ecologia-quimica até o dia 30 de setembro de 2019. Contexto da Ecologia Química no Brasil Apesar de avanços expressivos nos últimos anos, a Ecologia Química no Brasil ainda apresenta poucos resultados práticos e quase nenhuma referência de impacto mundial. Desta forma, este Workshop tem como meta trazer a discussão os principais avanços nos estudos de Ecologia Química no Brasil e no mundo com especialistas, bem como disseminar o tema entre estudantes, técnicos agrícolas de nível superior e profissionais agrícolas dos setores públicos e privados. "A ideia é sensibilizar as grandes indústrias de insumos agrícolas da importância de iniciar estudos alternativos aos agrotóxicos, buscar seu incentivo para o desenvolvimento de novas pesquisas e capacitar aos difusores de conhecimentos (professores, extensionistas, técnicos agrícolas) para torná-los multiplicadores dos conhecimentos", explica Miguel Borges. Este será o sexto workshop sobre Ecologia Química a ser realizado no Distrito Federal, em que serão apresentadas as técnicas para extração, identificação e estudos comportamentais com semioquímicos, os processos fisiológicos envolvidos na detecção dos semioquímicos pelos insetos e a aplicação desses semioquímicos no campo como uma ferramenta para o Manejo Integrado de Pragas - MIP. O Distrito Federal é um dos primeiros estados do País a realizar este tipo de evento, o que irá contribuir para ampliar as possibilidades de se criar uma agricultura sustentável no DF. "A aplicação de técnicas de manejo de pragas baseadas em semioquímicos tem grande demanda e possibilidade de sucesso devido ao tipo de agricultura que é desenvolvida no entorno, concentrada principalmente na produção de grãos, frutas e hortaliças. Boa parte desta produção destina-se ao mercado local para ser ingerida in natura, devendo assim apresentar menor teor de resíduos químicos", explica o pesquisador Miguel Borges. O workshop será aberto para estudantes e técnicos do DF e das OEPAS de todo o País, e pretende abranger do Sul ao Norte do Brasil. Entre os palestrantes, há profissionais altamente capacitados e com larga experiência em estudos de Ecologia Química e técnicas analíticas. Aulas serão ministradas por especialistas de universidades e várias unidades da Embrapa A coordenação técnica do curso é dos pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Miguel Borges, Maria Carolina Blassioli e Raúl Laumann. Também participam também como instrutores professores das Universidades Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Josué Sant ́Ana, e de Brasília (UnB), Michely Aquino e Ana Carolina Lagôa; além dos pesquisadores da Embrapa Uva e Vinho Adalecio Kovaleski; da Embrapa Mandioca e Fruticultura Marilene Fancelli; da Embrapa Algodão Cherre Bezerra da Silva; da Embrapa Instrumentação Lúcio Jorge e da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Miriam F. F. Michereff e Marla Hassemer, além do engenheiro da startup de monitoramento de pragas e doenças agrícolas Tarvos, Andrei Grespan. O conteúdo programático contará com aulas teóricas, abrangendo conceitos relacionados ao tema “O que é Ecologia Química” – comunicação em insetos, tipos de canais, sinais e pistas; definição de semioquímicos e classificação; química de semioquímicos; métodos analíticos para extração e identificação de semioquímicos; ecologia química de parasitoides Platygastridae; semioquímicos de plantas – interação multitrófica, alelopatia; interação intraespecífica – insetos; interação intraespecífica – plantas; semioquímicos e comunicação multimodal; o uso de semioquímicos para o manejo e monitoramento de percevejos; semioquímicos no controle de Diaphorina citri.; semioquímicos nas interações intraespecíficas; técnicas avançadas para detecção em tempo real de pragas agrícolas; o uso da Ecologia Química para entender as interações ecológicas; um caso de sucesso – o uso de semioquímicos para o monitoramento de pragas na cultura da maçã no Brasil; sistema inteligentes para monitoramento de pragas. A parte prática inclui atividades demonstrativas de extração de percevejos, mariposas e coleópteros – análise química e estudos comportamentais em olfatometria; bioensaios comportamentais com parasitoides; análises químicas por CG-DIC e CG-EM; e Eletroantenografia. O VI Workshop de Ecologia Química aplicada à Agricultura conta com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e do Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).