06/09/19 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Segurança alimentar, nutrição e saúde  Transferência de Tecnologia

Pêssego de produção local faz parte da merenda escolar com tecnologia Embrapa

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Foto: Paulo Lanzetta

Paulo Lanzetta - A pesquisa em melhoramento genético permite que esteja disponível no mercado uma variedade de cultivares de pessegueiro para diferentes finalidades de uso.

A pesquisa em melhoramento genético permite que esteja disponível no mercado uma variedade de cultivares de pessegueiro para diferentes finalidades de uso.

A inclusão de pêssego procedente de produtores da região de Pelotas/RS como parte da merenda de escolas e creches do município faz parte do projeto de lei ordinária 4910/2019, aprovado no dia 21 de agosto pela Câmara Municipal de Vereadores. Essa lei foi proposta com objetivo de valorizar os produtos da região, visto que o município é o principal produtor de pêssego processado do país. E as variedades desenvolvidas pela Embrapa contribuem com a produção regional, pois a Empresa, através dos seus programas de pesquisa, desenvolve cultivares para atender os objetivos dos produtores. Além disso, a introdução do pêssego na dieta escolar contribui para a promoção da segurança alimentar entre as crianças da rede pública de educação. Acompanhe a reportagem abaixo ou acesse em https://bit.ly/2k6ZioT

O projeto de lei
Este projeto de lei aprovado altera o artigo 1° da Lei 5.320/2007, o qual dispõe sobre a inclusão do pêssego na merenda escolar das creches e escolas do município de Pelotas. Com ele, os pêssegos e seus derivados, passam a ser preferencialmente oriundos de produtores do município. Esta lei foi proposta com objetivo de valorizar a produção regional de pêssego, que hoje, envolve cerca de 600 produtores – 1/3 dos agricultores da zona rural local –, e ocupa três mil hectares de terras. Com produção anual estimada entre 40 e 60 milhões de quilos de pêssegos por safra.  

O vereador José Paulo Benemann, que protocolou esta lei, destaca duas das suas principais motivações. Segundo ele, a inclusão é importante para as crianças que passaram a ter o pêssego produzido localmente na merenda das escolas, em doses recomendadas pelos nutricionistas. A segunda motivação é a venda do pêssego para as escolas do município. "Essa parceria resulta em uma venda garantida para o produtor, tendo novos mercados e novas vendas, isso é uma grande motivação, além de valorizar a produção local, que abastece as indústrias de processamento com mais de 90% dos pêssegos enlatados para o país”, diz Benemann.

A produção de pêssego para as escolas
Essa ação estimula a valorização da produção regional e a aproximação do campo com a cidade, uma vez que para atender as 120 escolas municipais de Pelotas são necessários cerca de dois mil quilos do fruto processado e quatro mil quilos do pêssego in natura por semestre.

A nutricionista Maria Cristina Cardoso, do Setor de Alimentação Escolar da Prefeitura Municipal de Pelotas, diz que a inclusão do pêssego é importante porque  é um produto local, com alto valor nutritivo, e as crianças apresentam boa aceitação da fruta. “O pêssego é apresentado tanto processado, em sucos ou conservas, como in natura, quando está no período de safra, e as crianças já estão acostumadas com o alimento”, diz a nutricionista.

“Essa é uma demanda bastante recente, mas os produtores estão bastante otimistas com a possibilidade de valorizar o produto que é daqui. E para nós é importante a questão da divulgação do pêssego produzido na região. O grande objetivo  também que se oportuniza é a venda da fruta in natura na safra e na entressafra, quando a fruta não está disponível, incluindo o produto processado, como em sucos ou derivados do pêssego”, diz Mauro Scheunemann, presidente da Associação de Produtores de Pêssego da Região de Pelotas.

Variedades desenvolvidas pela Embrapa contribuem para a produção regional
Devido às condições de clima temperado, dias mais frios, que favorecem o desenvolvimento do pêssego, o estado do Rio Grande do Sul possui grande parte da área de pomares de pessegueiros do Brasil, principalmente na região de Pelotas/RS. Deste modo, para atender a demanda da produção regional, a Unidade de pesquisa conta com um vasto trabalho sobre o pessegueiro, gerando inovações tecnológicas à cultura.

Alguns desses trabalhos são desenvolvidos pelo Programa de Melhoramento Genético do Pêssego da Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS) que investe no desenvolvimento de cultivares que podem ser indicadas tanto para o consumo in natura como para a indústria. De acordo com a pesquisadora do programa, Maria do Carmo Raseira, 100% das cultivares para indústria e mais de 80% das cultivares para mesa são originárias da Embrapa. Cada uma delas atende a características de interesse comercial e de manejo, conforme a intenção do produtor.

Cultivares desenvolvidas pela pesquisa da Embrapa Clima Temperado:

•    Pêssegos in natura
BRS Sonata, Barbosa, BRS Fascínio, BRS Kampai, BRS Mandinho, BRS Regalo, BRS Rubimel, BRS RubraMoore, Charme, Chimarrita, Chinoca, Chiripá, Coral, Della Nona, Marfim, Pampeano, Planalto, Premier.

•    Pêssegos Indústria
Ágata, Ametista, Atenas, BRS Âmbar, BRS Bonão, BRS Citrino, BRS Libra, BRS Esmeralda, Jade, Jubileu, Olímpia, Santa Áurea, Turmalina e BRS Jaspe.

    Pêssegos Dupla Finalidade
Eldorado, Granada, Leonense, Maciel, Riograndense, Sensação.

Benefícios Nutricionais
Os estudos realizados pelo Núcleo de Alimentos da Embrapa Clima Temperado  apontam que os pêssegos apresentam compostos essenciais para a saúde como vitaminas (A, C e do complexo B), minerais, fibras e compostos bioativos, incluindo compostos fenólicos, carotenoides e, em alguns casos, as antocianinas, que podem atuar como antioxidantes naturais, proporcionando efeitos benéficos à saúde.  

O consumo do pêssego correlaciona-se com a menor prevalência de diabetes, obesidade e com a proteção cardiovascular, ou seja, quanto maior o consumo menor o risco de adquirir essas doenças. Segundo a pesquisadora Márcia Vizzotto essa fruta possui altos percentuais de água, baixo valor calórico e teores elevados de fibras. “A inclusão na merenda escolar, vai facilitar às crianças criarem o hbito de consumo do  pêssego. Uma vez criado o hábito, ele fará parte da vida adulta, favorecendo uma dieta mais equilibrada e a qualidade de vida”, destacou Vizzotto.

Um ponto importante são os compostos bioativos encontrados em pêssegos in natura e também preservados, mesmo quando as frutas são processadas. “As frutas processadas devem ser consumidas com moderação, devido a quantidade de açúcar encontrada nos pêssegos enlatados”, lembra a pesquisadora.  

Thais Boa Nova (MTb 7418/RS)
Embrapa Clima Temperado

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