Qualificar técnicos e extensionistas do estado para contribuírem na melhoria da assistência técnica aos produtores de maracujá nos municípios do Baixo Acre. Esse foi o objetivo do curso “A Cultura do Maracujazeiro”, realizado nos dias 14 e 15 de agosto. A capacitação é uma parceira da Embrapa Acre junto à Secretaria de Estado de Produção e Agronegócio (Sepa). O maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis) é a espécie cultivada no Acre, já que por meio de estudos realizados pela Embrapa, os híbridos Gigante Amarelo e Sol do Cerrado foram os tipos de frutos que conseguiram se adaptar à região. Além disso, outras pesquisas estão encaminhadas com o propósito de lançar novas variedades e oferecer mais opções aos produtores. De acordo com Romeu de Carvalho Andrade Neto, pesquisador da Embrapa Acre, o maracujazeiro é uma cultura que necessita de diversos cuidados para que aconteça uma produção adequada. “Ela exige adubação, podas, polinização manual, controle de pragas e doenças, bom preparo do solo e uso da irrigação. Nós podemos ter uma produção o ano todo, desde que as técnicas indispensáveis à cultura sejam aplicadas”, afirma. A equipe da Embrapa Acre tem trabalhado na elaboração de um sistema de produção, formado por um conjunto de informações, para dar suporte aos produtores, técnicos e extensionistas do estado que poderão fazer uso delas. “Esperamos publicar e disponibilizar em breve o sistema e isso será uma grande contribuição da pesquisa para o cultivo de maracujá para o Acre”, explica o analista Gilberto Costa do Nascimento, um dos coordenadores do curso. A perspectiva com o plantio é que o estado se planeje para que haja mais investimento na parte tecnológica, para melhorar a rentabilidade dos produtores que estão na atividade, além de atender à demanda de produção das agroindústrias locais. “Por meio do planejamento e das inovações tecnológicas, é possível expandir e aumentar a produtividade das áreas que já existem”, conta Gilberto. A Sepa, para dar continuidade a um projeto financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e elaborado para incentivar a produção de frutíferas no estado, fez um levantamento para saber quais frutos são mais consumidos pela população acreana. “Vimos que o Acre importa maracujá, acerola, graviola e açaí. Como a nossa produção é pequena, o projeto veio para incentivar a produção de frutas e o curso serve para os técnicos se reciclarem e aprimorarem seus conhecimentos, no caso sobre a cultura do maracujá”, explica Camila Celuta Maia Pedroza, chefe da Divisão de Produção Agroflorestal da Sepa. Agregar conhecimento Para Marina Farias de Albuquerque, engenheira agrônoma da Sepa em Capixaba, o curso possibilita levar as novas tecnologias apresentadas aos produtores que estão começando a trabalhar nesse tipo de cultura. “O contato diário com os agricultores e a expansão da área plantada de maracujá influencia na produtividade. Eles estão conseguindo ter uma boa venda pois o fruto é aceito e as pessoas gostam dos produtos que podem ser feitos a partir dele”, diz. O conhecimento adquirido serve também para ajudar a esclarecer sobre o que deve ser feito no combate de pragas e doenças. “Esse treinamento é interessante para ensinar quem não possui tanto domínio sobre o assunto e para melhorar os conhecimentos de quem já está situado sobre ele. Assim, ao estarem preparados e quando forem para campo, caso exista necessidade, os conhecimentos podem ser aplicados”, pontua Bento Souza, engenheiro agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Acre (Emater). A ação faz parte do projeto “Tecnologias sustentáveis para o fortalecimento da fruticultura na Amazônia - Tecfruti", coordenado pela Embrapa por meio do Projeto Integrado da Amazônia, financiado pelo Fundo Amazônia e operacionalizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).