Considerando alternativas sustentáveis desenvolvidas em todo o mundo para lidar com problemas como a falta de água, o desmatamento e o desperdício de recursos naturais, Rafael Chiaravalloti – autor do livro "O Homem que Salvou Nova York da Falta de Água" – conta que escolheu 12 histórias de pessoas que ele considera "mestres da sustentabilidade". "A ideia é focar não apenas no problema, mas nas soluções que muitos já encontraram e estão colocando em prática", afirma. Entre os personagens do livro publicado este ano pela editora Matrix, o autor decidiu abordar o trabalho de Walfrido Tomás, pesquisador da Embrapa Pantanal. "As ferramentas que ele tem usado no Pantanal, junto com o pessoal do Laboratório de Fauna, trouxeram um novo olhar sobre como salvar a natureza no Brasil", afirma. No livro, Rafael relata iniciativas realizadas não só por Walfrido, mas pela equipe da unidade – como as abordagens metodológicas de monitoramento de populações animais na região, aspectos das caçadas de jacarés ocorridas nos anos 80 e 90, alternativas como o software Fazenda Pantaneira Sustentável (FPS), que mede a sustentabilidade das fazendas pantaneiras, e as contribuições da pesquisa para a elaboração de políticas públicas. "A estratégia do Rafael para transmitir conhecimentos através da história pessoal de diversas personalidades é bem interessante. Mas reconheço que muitas outras pessoas - da nossa unidade, inclusive - poderiam estar neste livro pelo trabalho que desenvolvem", diz Walfrido. Para o autor, contar essas histórias é uma forma de estimular a criação e a reprodução de alternativas sustentáveis pelo mundo. "Com certeza o aquecimento global, o desmatamento, a extinção das espécies são problemas muito sérios, que precisamos explicar para as pessoas. No entanto, poucas vezes mostramos as soluções encontradas. Existem indivíduos fantásticos que mostraram caminhos muito interessantes – e que podem, seguindo algumas adaptações, ser replicados", diz. Walfrido afirma que é preciso mudar paradigmas econômicos, ambientais e sociais na civilização como um todo para assegurar nossa permanência no planeta. "Como dependemos totalmente da natureza, sendo parte dela, não há outro caminho que não estabelecer um patamar mais inteligente e consciente para o uso dos recursos disponíveis", finaliza.