Escolas de Curitiba levam alunos para conhecer exposição que destaca a floresta e suas inúmeras possibilidades
Escolas de Curitiba levam alunos para conhecer exposição que destaca a floresta e suas inúmeras possibilidades
A convite da Embrapa Florestas, cerca de 600 estudantes, de escolas públicas e privadas de Curitiba, visitaram hoje, 3 de outubro, a exposição que destaca a diversidade das florestas, montada no XXV Congresso Mundial da União Internacional das Organizações de Pesquisa Florestal (IUFRO). Na ocasião, os jovens, de 10 a 17 anos, passaram por todos os 30 estandes nacionais e internacionais e puderam entender a importância das árvores e do meio ambiente no dia a dia das pessoas. Além disso, a exibição também mostrou aos estudantes como a pesquisa científica atua na produção de madeira e de produtos não madeireiros, garantindo, assim, a conservação florestal.
Algumas das escolas visitantes fazem parte do projeto “Linhas do Conhecimento”, da Prefeitura Municipal de Curitiba. Desse programa vieram cinco escolas pela manhã e cinco à tarde, com uma média de 30 alunos por turma. Para Valeria Baccon, professora do projeto, essa é uma excelente oportunidade para os estudantes, justamente por conta da experiência que eles adquirem em um espaço como esse.
“O dia foi maravilhoso. Certamente eles vão sair com muitas ideias para colocar no papel. É uma possibilidade de entender na prática a sustentabilidade, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e muitas outras coisas ligadas ao meio ambiente. Daqui, eles conseguem levar esses elementos de forma prática para dentro da sala de aula e, lá, desenvolver ideias, agregar e buscar mais conhecimento, o que vai ajudar no desenvolvimento deles como estudantes e também como cidadãos”, garantiu.
Na avaliação de Carlos Anselmo Rocha de Mello, professor de Ciências da Escola Papa João XXIII, a participação das crianças na exposição ajuda a entender a importância do meio ambiente, já que, no espaço, eles conhecem muitas pessoas preocupadas e envolvidas com o tema.
“Eles são o nosso futuro. Estamos preparando esse mundo para eles e eles precisam estar preparados e engajados nessa luta, que é mundial. Devemos ter a consciência de que não estamos sozinhos, que essa é uma luta de todos nós, e eles, desde novos, também precisam participar”, reforçou.
O professor disse, ainda, que viu os alunos muito interessados em aprender coisas novas e, a cada novo estande, muitas perguntas surgiam. Além disso, Mello também falou sobre a possibilidade de os estudantes conhecerem novas essências, o gosto de alguns produtos, o cheiro da mata e das sementes, etc.
“Foi uma interação muito boa. Os jovens, que são muito urbanos, não têm essa realidade tão presente no dia a dia, mas, aqui, eles puderam se preocupar com sustentabilidade e com a importância de cuidar do meio ambiente. Nós, enquanto professores, precisamos disso para unir a teoria à prática. A teoria eles já sabem, dominam, mas não vivenciam. Por isso, acabam não produzindo ações que possam refletir em algum momento da vida tudo aquilo que eles aprenderam em sala de aula. Essas visitas servem para isso”, destacou.
Ana Amélia de Souza, professora de Geografia da Escola Municipal do Caic Candido Portinari, avaliou a experiência como enriquecedora e garantiu que, a partir de agora, muitos novos conteúdos vão surgir para trabalhar.
“Eles vivenciaram situações que, muitas vezes, não teriam possibilidade, como a questão dos plantios florestais, do cuidado com o meio ambiente. Tenho certeza que, depois dessa exposição, a atenção deles para esses temas vai ser outra, porque não tenho dúvidas de que a vivência muda a consciência. Eles são o futuro e já pensam nisso. Tentamos mostrar que nós, seres humanos, somos responsáveis por tudo o que acontece mesmo de longe, inclusive na Amazônia, no Cerrado e em outras regiões. Por isso, tentamos ensinar que nossas ações e atitudes com relação ao meio ambiente precisam mudar”, apontou.
André Vitor dos Santos, de 15 anos, disse que, durante a visita, pode conhecer produtos que talvez nunca tivesse a oportunidade de ver. “Trazendo esse material para cá, podemos conhecer, ter noção de como é feito e sentir até o gosto, porque, aqui, conhecemos alguns frutos e alimentos típicos de alguns estados do Brasil. Essa é grande uma oportunidade”. Ele disse, ainda, que a experiência ajuda a ter mais consciência ambiental. “Devemos cuidar das árvores, proteger o que temos hoje, pois, se não cuidarmos, não teremos nada no futuro”, alertou.
Sobre isso, a estudante Amanda Muller Correa, de 12 anos, complementou, dizendo que percebe que as pessoas não se preocupam com o meio ambiente. “Hoje, a maioria está ligada só à internet e não vê o mundo que nós temos”, salientou. Ela também disse que descobriu na exposição que “existem muito produtos que nem imaginava que podiam ser feitos a partir da floresta, que muitas coisas interessantes vêm das árvores”.
Com relação à exposição, os estudantes concordaram que a possibilidade de conhecer novas culturas transformou a experiência em algo inesquecível. Cauã Lourenço da Silva, de 13 anos, por exemplo, comentou que passou por uma pessoa que estava esculpindo madeira e aprendeu como fazer. Já Felipe Gabriel Epifânio, também de 13 anos, gostou do momento em que viu “uma mulher extraindo cacau”, algo que ele nem imaginava conhecer. Outro estudante, Josué Rodrigo de Moura Maciel, de 13 anos, citou que conheceu óleos com essência para acalmar, melhorar dores, etc. “Gostei muito, conheci várias culturas, de vários lugares do Brasil. Muitas das coisas eu nem imaginava que vinham da árvore”, confessou.
E para a aluna Julia Cristina Pinto, de 13 anos, a visita teve um gostinho ainda mais especial: ela pretende trabalhar como bióloga, e conhecer essas variedades aumentou ainda mais esse desejo. O objetivo dela é fazer algo pelo meio ambiente.
“Muita gente não tem consciência ambiental, não pensa no planeta. Também não conhecemos os inúmeros produtos que vêm da natureza. Nós somos o futuro do planeta, então precisamos preservar e ter consciência de tudo isso”, completou.
Exposição
Uma das atrações da feira é o espaço Brazil, que mostra o que as instituições brasileiras de pesquisa florestal estão fazendo, como projetos de atuação em rede, parcerias internacionais, entre outros. Nesse estande, há também um túnel de realidade aumentada da rede Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, além de mini-talks que abordam diversos assuntos ligados ao setor florestal.
A feira conta, ainda, com um espaço de sociobiodiversidade, que traz informações e produtos de todos os biomas brasileiros (Cerrado, Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa); a mostra “Madeira e Arte”, com a exposição de trabalhos de artistas e artesãos curitibanos com matéria-prima florestal; a mostra fotográfica “Mulheres na floresta”; e o espaço Curitiba, idealizado pelo Instituto Municipal de Turismo. Para fechar, os visitantes podem conferir o espaço Estocolmo 2024, que apresenta a capital da Suécia como a próxima cidade-sede da IUFRO, com informações sobre a cidade, o país e o que já vem sendo feito a respeito de pesquisa e desenvolvimento florestal.
O XXV Congresso Mundial de União Internacional das Organizações de Pesquisa Florestal (IUFRO) começou no domingo, dia 29 de setembro, e termina neste sábado, dia 5. Cerca de 2.500 congressistas de 90 países estão participando do evento. Nesta quinta-feira, a programação contou com visitas técnicas a indústrias, áreas de produção, parques e reservas, o que abriu a oportunidade para a participação das crianças.
O congresso é promovido pela Embrapa, Serviço Florestal Brasileiro e IUFRO.
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