Governo do Japão homenageia Embrapa
Governo do Japão homenageia Embrapa
Foto: Gustavo Porpino
Carlos Magno Rocha, ex-presidente da Embrapa, recebe homenagem na Embaixada do Japão.
Em solenidade na Embaixada do Japão na segunda-feira (14), em Brasília (DF), embaixador Akira Yamada concedeu diploma de honra ao mérito ao pesquisador aposentado Carlos Magno Campos da Rocha, ex-presidente da Embrapa, e ao chef de cozinha Kazumine Nohara.
Brasil e Japão possuem longa tradição de cooperação em pesquisa agropecuária. Em reconhecimento ao sucesso obtido pelo Programa de Cooperação Nipo-Brasileiro para o Desenvolvimento Agrícola dos Cerrados (Prodecer), instituído em 1979, e ao pioneirismo das equipes de pesquisa que contribuíram com a transformação dos Cerrados em região produtora de alimentos, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão outorgou o diploma de honra ao mérito ao engenheiro agrônomo Carlos Magno Campos da Rocha, pesquisador da Embrapa de 1974 a 2017. Carlos Magno iniciou a carreira na Embrapa Cerrados (Planaltina – DF), onde também foi chefe geral.
“O Prodecer foi um programa icônico, é o símbolo da cooperação entre Brasil e Japão, que possuem relacionamento excelente também em outros setores. Tanto brasileiros quanto japoneses podem se orgulhar do Prodecer, que contribuiu para transformar o Brasil em grande produtor de alimentos”, salienta Akira Yamada, embaixador do Japão no Brasil.
Dada a escassez de terras agricultáveis no Japão, o país depende de exportações para suprir a demanda interna. De janeiro a agosto deste ano, segundo dados do AgroStat, o Japão importou 1,6 bilhões de dólares de produtos agropecuários do Brasil. As carnes respondem por 30% do montante das exportações para o Japão.
Para o embaixador, a Embrapa tem contribuído com o desenvolvimento do Brasil como um todo, não apenas do setor agropecuário, e há oportunidades de fortalecer as parcerias com o Brasil nas áreas de agricultura 4.0, proteção do meio ambiente e prevenção de desastres naturais, entre outras. Outra possibilidade é retomar o investimento das empresas japonesas no Brasil. “O investimento das empresas japonesas no Brasil caiu nos últimos anos, mas tende a recuperar com a aprovação das reformas e recuperação da confiança dos investidores externos no Brasil”, comenta.
“Não tinha o que copiar”
O homenageado Carlos Magno ressalta que o maior desafio para viabilizar a agropecuária no bioma Cerrado era a falta de um modelo de sucesso de agricultura tropical que pudesse servir de benchmarking. As condições de clima e solo muito distintas do hemisfério norte não viabilizavam a mera transferência de tecnologias do que funcionava nos Estados Unidos, por exemplo. “A gente olhava pra cima, mas não tinha o que copiar”, comenta.
O Cerrado, repleto de estereótipos, não era tido como uma região apropriada para a produção agropecuária. “Chegavam a dizer que investir em pesquisa agropecuária aqui era jogar dinheiro fora, mas conseguimos desenvolver um modelo de agricultura tropical e tirar o país da condição de mero produtor de café e açúcar”, lembra.
Para Carlos Magno, as novas gerações de pesquisadores devem abraçar outros desafios e contribuir também para adaptar o modelo que deu certo no Brasil a países africanos. “O Brasil tem gente, área e tecnologia para ampliar ainda mais a produção agropecuária com sustentabilidade e suprir a demanda global por alimentos”, diz. “Quando comecei, meu grande sonho era ajudar pessoas pobres. Precisamos compartilhar o que geramos aqui, no Prodecer e outros programas, com Moçambique e outras nações africanas”, complementa.
Gustavo Porpino (RN648 JP)
Secretaria de Inovação e Negócios
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