Atores da cadeia avícola de pequena escala propõem melhorias em biosseguridade e beneficiamento de ovos
Atores da cadeia avícola de pequena escala propõem melhorias em biosseguridade e beneficiamento de ovos
Foto: João Eugênio Diaz
Participantes da reunião de biosseguridade avícola no dia 30 de setembro e 1º de outubro
Cerca de 50 professores, pesquisadores, técnicos e fiscais agropecuários participaram de reuniões para discutir requisitos de biosseguridade para sistemas produtivos de até 1.000 aves e para agroindústrias de até 3.600 ovos por dia. A discussão ocorreu entre os dias 31 de setembro e 3 de outubro, na Embrapa Agroindústria de Alimentos, no Rio de Janeiro, e teve como base recomendações internacionais, legislação brasileira e experiências regionais de produção em pequena escala.
Utilizando ferramentas de elaboração rápida de projetos, especificamente Design Thinking, grupos técnicos discutiram requisitos apropriados para produção em pequena escala: instalações avícolas, nutrição avícola, saúde animal e documentação. Também foi analisado todo o fluxo de beneficiamento de ovos, desde recepção na agroindústria até embalagem e expedição. As Boas Práticas de Fabricação (BPF) foram consideradas perante um enfoque de Boas Práticas Agropecuárias (BPA) para disponibilização de ovos biosseguros e naturalmente limpos.
Foram geradas duas minutas com recomendações técnicas que, após consolidação, serão validadas em quatro Unidades de Referência Tecnológica (URTs) de produção e beneficiamento de ovos, instaladas pela Embrapa e instituições parceiras, em Juazeiro (BA), Nazária (PI), Itaguaí e Nova Friburgo (RJ). O documento elaborado coletivamente servirá de subsídio para elaboração de projetos de ensino, pesquisa e extensão, publicações e, especialmente, implantação de políticas públicas.
Participaram do encontro representantes do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA); Fiocruz; Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB); Secretaria de Agricultura de Miguel Pereira (RJ); Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento (RJ); Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (RS); SubVisa Rio; Associação Brasileira de Avicultura Alternativa (AVAL); Emater Rio; Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA); Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ); Universidade Federal Fluminense (UFF); Universidade Federal Rural Rio de Janeiro (UFRRJ); Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ); Conselho Regional de Medicina Veterinário (CRMV- BA PI e RJ); 3NE Consultoria e Embrapa.
Harmonizando recomendações para sistemas produtivos
O desafio do grupo foi estabelecer recomendações de âmbito nacional perante a diversidade produtiva e regional, diante múltiplas fontes de risco sanitário presentes na produção avícola. “Construímos um consenso em requisitos para o sistema produtivo de pequena escala de forma geral e específica (tipo intensivo, semi-intensivo ou caipira), assim como para aqueles que ainda demandam pesquisa”, afirma Sabrina Duarte, pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves.
Para Eduardo Walter, pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos, e coordenador das reuniões, antes de se pensar em beneficiar os ovos, é preciso biosseguridade e manejo avícola. “Estes são os elementos fundamentais para quebrar paradigmas estruturais, operacionais e culturais no estabelecimento de agroindústrias tecnicamente apropriadas ao beneficiamento de ovos em pequena escala de produção”, ressalta.
Segundo dados de 2018 da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as granjas brasileiras produziram 44,5 bilhões de ovos, um crescimento de mais de 11% em relação ao ano anterior. O Coordenador da Divisão de Sanidade de Aves, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Bruno Pessamilio, destaca que os critérios estabelecidos pela Instrução Normativa nº 56, ligada à sanidade avícola, já são seguidas por mais de 90% dos médios e grandes produtores avícolas, mas há ainda um trabalho amplo a ser realizado pelos Estados em estabelecimentos com até 1.000 aves: “Daí a importância desse trabalho conduzido pela Embrapa e seus parceiros voltado para as pequenas produções”. Ele explicou que o conceito de biosseguridade na produção avícola possui dois aspectos centrais a serem perseguidos: estrutural e operacional. O primeiro é ligado às instalações, e pode ser resolvido com investimento financeiro. Já o segundo é relativo à cultura e educação sanitária, e depende de mudanças de hábito do produtor. “Atualmente, o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, gerando mais de três milhões e meio de empregos, diretos e indiretos. Esse resultado só é possível com uma forte atuação em biosseguridade. Podemos avançar muito com a produção de ovos, já que o Brasil só exporta menos de 1% de toda sua produção”, destaca.
Aline Bastos (MTb 31.779/RJ)
Embrapa Agroindústria de Alimentos
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