Fórum debate transformação digital no campo
Fórum debate transformação digital no campo
Photo: Nadir Rodrigues
Diretor de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cleber Soares, fala sobre pilares da inovação tecnológica no agronegócio
Conectividade no campo, segurança alimentar e rastreabilidade, novas tecnologias, privacidade dos dados e profissionais digitais estão entre os principais desafios para a transformação digital no agronegócio brasileiro. O assunto foi debatido durante o Fórum Agronegócio Inteligente – ForAgri 2019, realizado nesta quarta-feira (16), no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), em Campinas (SP). O evento reuniu produtores rurais, fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas, fornecedores de insumos, desenvolvedores de soluções, investidores e pesquisadores, para troca de experiências, buscando acelerar a inovação tecnológica no setor.
“O Brasil tem uma oportunidade enorme de ser o celeiro do mundo”, disse o presidente do CPqD, Sebastião Sahão Júnior, na abertura do fórum. “Que a gente possa cada vez mais levar para o campo a transformação digital, as tecnologias; que a gente possa tirar do campo aquilo que nós precisamos para o nosso planeta, mas de uma forma sustentável”, reforçou. Para o diretor de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cleber Soares, os pilares da inovação tecnológica no agronegócio são sustentabilidade, inovação aberta, inclusão tecnológica, agritechs e digitalização. “A sustentabilidade é a moeda do presente e do futuro da humanidade, não só com relação à agricultura, mas também em outras atividades econômicas”, na visão do diretor.
As parcerias entre as instituições de pesquisa são extremamente importantes para o ecossistema de inovação, de acordo com Priscilla Rocha Silva Fagundes, diretora do Instituto de Economia Agrícola (IEA), que integra a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Ela ressaltou as parcerias com o Instituto Agronômico (IAC) de Campinas e a Embrapa, afirmando que o estado deve ter um protagonismo na inclusão digital do País. A Apta também está coordenando o projeto Rotas Rurais, para levar ao produtor o acesso à conectividade.
“A agricultura brasileira é extremamente competitiva e hoje nós temos que aumentar essa competitividade”, segundo o diretor do IAC, Marcos Machado. Por isso, ele acredita que o caminho para a inovação passa pela agregação de novas tecnologias, como a biotecnologia, com o melhoramento genético, e a informática. “Essa é a nossa esperança; a nossa certeza de que o caminho seguirá dentro dessa trilha”, explicou.
O rápido crescimento tanto do acesso à internet no setor rural como das startups do agro, que já totalizam 1.125 agtechs, foi abordado pela chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Massruhá, que moderou o painel sobre os desafios da transformação digital na visão dos produtores. “O grande desafio é aproveitar todos esses dados para realmente gerar informação útil para ajudar o produtor na tomada de decisão em tempo real”, afirmou Silvia.
Para produtores e fornecedores, são várias as barreiras que impactam o avanço digital, incluindo infraestrutura, custo das novas tecnologias, capacitação e apoio técnico. O gerente de Inovação da Usina São Martinho, Walter Maccheroni, apontou ainda os modelos de negócios das startups e a necessidade de que estas desenvolvam soluções integradas e focadas em problemas específicos dos produtores, como outras questões que precisam ser superadas.
No fórum também houve apresentações de plataformas tecnológicas e aplicações desenvolvidas por empresas e agtechs usando automação robótica, blockchain e internet das coisas. Várias soluções já são utilizadas em diversas atividades agrícolas, como identificação de pragas na lavoura, previsão e monitoramento climático, irrigação inteligente, entre outras. Fabricio Lira Figueiredo, gerente de Agronegócio Inteligente do CPqD, destacou que a transformação digital deve ser sustentável e inclusiva, permitindo redução de custos, aumento de receita e ganho de escala.
O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Informática Agropecuária, Stanley Oliveira, participou do painel sobre dados e inteligência artificial para o agronegócio. “Dados e inteligência artificial precisam andar de mãos dadas”, disse Oliveira, referindo-se à necessidade de integração desses conhecimentos. Ele demonstrou pesquisas desenvolvidas na Empresa usando técnicas de bioinformática, big data, inteligência artificial e aprendizado de máquina, para gerar soluções aplicadas à agricultura brasileira.
Como exemplos, citou o processamento de alto desempenho do grande volume de dados de estações meteorológicas e pluviométricas usados no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), a base de dados Digiphatos que contém fotografias de doenças de plantas das principais culturas agrícolas que são úteis para classificação de doenças, além de análises em genômica e estudos em fruticultura de precisão com visão computacional. Em relação às tendências, afirmou que a adoção de tecnologias modernas é essencial para superar os desafios atuais e futuros, mas para que elas tenham aderência é fundamental que partam de uma necessidade do campo. “A tecnologia precisa ser mais amigável, ou seja, fazer parte dos processos de trabalho do produtor”, alertou o chefe.
Nadir Rodrigues (MTb 26.948/SP)
Embrapa Informática Agropecuária
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