Criação de abelhas sem ferrão, demonstração de compostagem orgânica, alimentos biortificados e oficina de biojoias estão na programação da Embrapa Amazônia Oriental durante a 10ª Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Fecti), de 23 a 25 de outubro, na Estação das Docas, em Belém. A instituição de pesquisa vai participar com estande e na programação técnica do evento, que é uma realização da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet). No estande da Embrapa, os técnicos vão demonstrar diferentes técnicas de compostagem orgânica, que é um processo biológico em que microrganismos transformam a matéria orgânica em composto. “Esse composto é rico em nutrientes e um adubo natural semelhante ao solo que pode substituir os fertilizantes químicos”, explica Silvio Levy, agrônomo e analista da Embrapa Amazônia oriental. Dentre os compostos orgânicos, ele destaca o húmus de minhoca, considerado biologicamente o melhor e mais nutritivos para as plantas. O especialista vai mostrar como aproveitar os resíduos de alimentos da casa para produzir o húmus de minhoca em pequenos espaços. Biofortificados A batata-doce biofortificada desenvolvida pela Embrapa também será apresentada no estande da instituição. A BRS Beauregard tem dez vezes mais vitamina A que as batatas-doce convencionais e já está em produção nas regiões Nordeste e Sudeste do Pará e Região Metropolitana de Belém. A biofortificação é resultado de um processo de cruzamento de plantas da mesma espécie, gerando cultivares mais nutritivas. “É importante ressaltar que não é alimento transgênico (onde há incorporação de genes de outro organismo no genoma da planta) e que o próprio produtor tem a autonomia para reproduzir sua semente ou muda", explica Jaime Carvalho, analista da Unidade. A Rede BioFORT é o conjunto de projetos responsáveis pela biofortificação de alimentos no Brasil. Coordenada pela Embrapa, o objetivo é diminuir a desnutrição e garantir maior segurança alimentar através do aumento dos teores de ferro, zinco e vitamina A na dieta da população mais carente. Segundo dados da rede, entre 2012 a 2014 cerca de 2.500 famílias tiveram acesso aos alimentos biofortificados, a partir de programas de transferência de tecnologia da Embrapa . Criação de abelhas e degustação de mel Outra tecnologia apresentada no estande da instituição é a meliponicultura, que é a criação de abelhas nativas sem ferrão. As abelhas são criada em caixas desenvolvidas pela pesquisa da Embrapa e, como não possuem ferrão, não oferecem perigo ao criador. No estande estarão expostas caixas de criação com cobertura de acrílico com colmeias de cinco espécies nativas região: a mosquito (gênero plebeia), a moça-branca (Melipona frieseomelitta), uruçu-amarela (Melipona flavolineata), uruçu-cinzenta (Melipona fasciculata) e a uruçu boca-de-renda (Melipona seminigra). O agrônomo Daniel Santiago, que é pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, vai apresentar as técnicas de criação dessas espécies e promover a degustação dos méis. “Trata-se de uma atividade que ao mesmo tempo em que gera renda às comunidade rurais, valoriza a diversidade das abelhas e contribui para a manutenção da floresta”, explica. A degustação dos méis será feita em parceria com produtores locais e com o instituto Peabiru, que com o apoio da pesquisa obteve o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) para a produção do mel de uruçu. As atividades no estande da Embrapa, que funciona de 9h às 19h, têm o apoio do Fundo Amazônia. Biojoias da floresta No dia 23/10, às 14h, a Embrapa realiza dentro da programação da Feira de de Ciência, Tecnologia e Inovação a oficina de biojoias. A primeira parte do evento será a palestra “O uso de espécies florestais como biojoias e adornos: colheita, secagem, tratamento fitossanitário e conservação de sementes”, proferida pela pesquisadora Noemi Leão, da Embrapa Amazônia Oriental. Em seguida, a parte prática será ministrada pela artesã Jacilene do Amor Divino. “As oficinas são realizadas sempre que temos um público interessado em trabalhar com esse tipo de artesanato para geração de renda. Elas são a forma de transferir os resultados de pesquisa obtidos nos projetos da Embrapa, que buscam identificar outras espécies que possam ser utilizadas, para aumentar a oferta de sementes para os produtores”, enfatiza Noemi Leão. A oficina é gratuita e aberta a todos os interessados. Toda a programação e informações sobre a 10ª Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Fecti) pode ser acessa em http://semanact.pa.gov.br/.