A 5ª edição do Fórum Estudantil de Pesquisa (FEP) da Secretaria Municipal de Educação de Campinas reuniu, em 23 de outubro, cerca de 3 mil alunos e 140 professores de 23 escolas da Rede Municipal de Ensino de Campinas. No evento, realizado no Instituto de Educação e Ensino Superior de Campinas (Iescamp), foram apresentados os trabalhos desenvolvidos nas escolas no âmbito do Programa Pesquisa e Conhecimento na Escola (Pesco). Este ano o FEP também fez parte da programação da 16ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). Durante o evento, cada escola teve um estande em que os alunos do ensino fundamental apresentaram os resultados das 79 pesquisas derivadas do Pesco. Em alguns desses trabalhos, as edições do “Atlas escolar da região metropolitana de Campinas” foram utilizadas como fonte de consulta. As publicações foram elaboradas pela Embrapa Territorial em conjunto com professores da rede municipal de Campinas. A secretária municipal de Educação, Solange Pelicer; o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo, André von Zuben, representando o prefeito de Campinas, Jonas Donizette; e técnicos da secretaria de Educação e do Pesco compuseram a mesa de abertura do evento. A pesquisadora Cristina Criscuolo representou a Embrapa Territorial. A parceria entre a Prefeitura e o centro de pesquisa da Embrapa foi ressaltada pelos secretários municipais. “Essa é uma ação importante para alunos e escolas e só temos a agradecer à Embrapa”, disse a secretária de Educação. Para o secretário André von Zuben, que acompanha o evento ao longo dos anos, é visível o crescimento e o envolvimento dos participantes. “O FEP é o resultado do esforço de cada um. O programa é um incentivo aos jovens e é muito rico para a formação deles”, afirmou. Durante o Fórum, os estudantes também puderam visitar a Sala Embrapa. No local, foram disponibilizados desenhos para colorir, vídeos da Embrapa e apresentado o segundo volume do “Atlas escolar da Região Metropolitana de Campinas”, em que a versão digital está disponível na página da Embrapa Territorial. Escolha dos temas O “Atlas escolar da Região Metropolitana de Campinas” subsidiou a escolha de temas abordados por várias escolas. A reflexão sobre a Região Metropolitana de Campinas (RMC) pôde ser observada em pesquisas como as relacionadas aos pontos turísticos de Campinas, a evolução da paisagem do bairro Jardim São José, os espaços geográficos de Campinas e as características da população da RMC. A agricultura da RMC foi retratada nos trabalhos sobre alimentação saudável, horta e jardinagem, agricultura urbana e peri-urbana. Para a pesquisadora da Embrapa Territorial, Cristina Criscuolo, o uso do atlas escolar nas escolas municipais permite desmitificar a agricultura. “Trabalhar esse tema nas escolas faz com que as crianças conheçam a importância da agricultura, que é uma das grandes atividades responsáveis para formação das paisagens. É bom ressaltar, que a agricultura formou a região, primeiro com o ciclo da cana-de-açúcar e depois com o café. As crianças também percebem o quanto a agricultura está em seu cotidiano, a partir dos produtos consumidos diariamente”, destacou. Na EMEF Ângela Cury Zakia, o tema horta e jardinagem envolveu alunos do primeiro ao sétimo ano. Para as pesquisas sobre o ciclo das plantas e os tipos de solo, o Atlas foi fundamental. “O Atlas é atraente para os alunos e foi uma excelente fonte de informação. As crianças formulavam as questões e pesquisavam no Atlas as respostas. E, a partir daí, estruturavam a pesquisa. Considero um trabalho de iniciação científica, pois usa a metodologia de pesquisa acadêmica na pesquisa escolar. Os alunos do sexto ano, que trabalharam com o tema das plantas medicinais, tiveram a oportunidade de comparar o conhecimento popular e o científico”, comentou a professora de língua portuguesa Gisane Dinnouti. Na pesquisa sobre alimentação saudável, os estudantes do terceiro ano da EMEF Ciro Exel Magro relacionaram produção de alimentos e seus valores nutricionais. Para Gislaine, 10 anos, e Pedro, 9 anos, aprender a plantar verduras e construir uma pirâmide de alimentação saudável foram as melhores experiências da pesquisa. “Assistimos vídeos, estudamos no livro (Atlas) e plantamos uma horta. Essa semana até comemos a alface que plantamos. Foi muito legal”, declarou Gislaine. Pesco e Pescoteca Em 2015, foi lançado o Pesco para apoiar os professores no desenvolvimento de postura investigativa dos alunos para pesquisa e discussão sobre suas realidades. O Pesco oferece anualmente um curso de formação com o objetivo de trabalhar a pesquisa científica com professores e alunos. No curso é incentivado o uso do atlas escolar como suporte didático em sala de aula. O primeiro volume do atlas enfatiza a importância da agricultura para as cidades da Região Metropolitana de Campinas. O segundo volume destaca as interações entre as atividades agropecuárias e o ambiente regional, como também, analisa os seis produtos agropecuários mais expressivos da região (produção animal, cana-de-açúcar, café, frutas, flores e hortas). As publicações são resultados do projeto GeoAtlas. A partir de convênio assinado, no final de 2018, com a Prefeitura Municipal de Campinas, a Embrapa Territorial é responsável pela organização de um repositório de dados, chamado de Pescoteca. A plataforma, a ser hospedada no portal da Prefeitura de Campinas, reunirá os trabalhos de pesquisa desenvolvidos pelos professores cursistas do Pesco. A plataforma entrará em operação ainda este ano e todos os trabalhos apresentados na 5ª edição do FEP serão cadastrados no ambiente até abril de 2020. Para a pesquisadora Cristina Criscuolo, o repositório permitirá maior visibilidade às atividades desenvolvidas pelos professores do Município. “Além da divulgação dos trabalhos, a plataforma nos permitirá obter algumas métricas, como números de professores que utilizam o GeoAtlas, números de trabalhos por ano e quais temas de maior interesse dos professores e estudantes”, afirmou.