Oficina aborda alternativas agroflorestais para agricultura sem fogo
Oficina aborda alternativas agroflorestais para agricultura sem fogo
Foto: Síglia Souza
Oficina abordou Agroflorestas como sistema permanente de uso da terra sem o uso de fogo.
Alternativas agroflorestais para agricultura sem uso do fogo foram abordadas em Oficina promovida pelo projeto Fortalecimento da cadeia produtiva de sementes e mudas na Amazônia (Mais Sementes), na zona rural de Manaus (AM), sendo realizada pela Embrapa Amazônia Ocidental e Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), com apoio da Rede Maniva de Agroecologia e Museu da Amazonia (Musa).
Realizada na terça-feira, 29 de outubro, no Centro de Treinamento Agroflorestal do Musa, no assentamento Água Branca em Manaus, a oficina “Agricultura sem fogo e alternativas agroflorestais da semente ao mercado” contou com agricultores e técnicos das comunidades do Uberê e Assentamento Água Branca, do entorno da Área de Proteção Adolpho Ducke, da região metropolitana de Manaus, que vão atuar como multiplicadores dos conhecimentos.
O projeto Fortalecimento da cadeia produtiva de sementes e mudas na Amazônia (Mais Sementes) é liderado pela Embrapa Rondônia e abrange atividades em comunidades de vários estados da Amazônia Legal, com a participação de unidades da Embrapa e parceiros.
O Mais Sementes faz parte do do conjunto de 19 projetos da Embrapa que formam o Projeto Integrado para a Produção e Manejo Sustentável do Bioma Amazônia, financiado com recursos do Fundo Amazônia e operacionalizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental Elisa Wandelli, que ministrou a oficina, explica que o objetivo desta atividade é a construção coletiva de conhecimentos científicos e populares sobre manejos agroecológicos que promovam a construção e a manutenção da saúde do solo e eliminem o uso do fogo na agricultura, em especial no entorno da Área de Proteção Adolpho Ducke, na região metropolitana de Manaus.
Wandelli comenta que “na Amazônia a prática tradicional mais adotada para implantação de sistemas agrícolas é a derruba e queima da vegetação, utilizada para converter a biomassa vegetal em cinzas, com o agravante de que este manejo está cada vez mais sendo utilizado em capoeiras com menos tempo de pousio e com baixo estoque de biomassa e nutrientes, o que acarreta em fertilidades do solo sucessivamente menores, e dificulta a fixação do homem ao campo e retroalimenta a degradação socioambiental, em especial a emissão de gases-estufa”.
Na oficina foram apresentadas Tecnologias agroflorestais agroecológicas que excluem o fogo no preparo da terra para o plantio. Entre os exemplos citados pela pesquisadora, estão as formas de manejo da vegetação como fonte de matéria orgânica e cobertura do solo para implantação do roçado agroecológico sem o uso de fogo, tais como a trituração da capoeira constituída pela regeneração natural em pousio (agrofloresta sucessional); e diversas técnicas de pousio melhorado em que se enriquece a capoeira com espécies que contém mais nutrientes e são mais eficientes na recuperação do solo, como leguminosas adubadoras (ingá, por exemplo) e leguminosas de cobertura por exemplo, puerária e mucuna. Sem usar o fogo para limpeza da área, a trituração da capoeira é feita com terçado ou motosserra em mutirões de trabalho coletivo (ajuris) das comunidades de agricultores.
Foi abordado ainda a Agrofloresta como sistema permanente de uso da terra sem o uso de fogo, que permite conciliar, em diversos ciclos, cultivos de importância alimentar, ambiental e econômica.
No conteúdo da oficina, a pesquisadora abordou também os métodos agroecológicos de preparo de sementes e mudas para irem ao campo com mais resistência, e foi feita roda de conversa com agricultores da Rede Maniva sobre mercados de orgânicos e produtos sustentáveis vindos de áreas de agricultura sem fogo e da agrofloresta.
Essas ações no contexto do projeto contribuem para o esforço no alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Essa contribuição é mais especificamente em ações para Erradicação da pobreza (ODS 1), Fome Zero e Agricultura Sustentável (ODS 2) e Redução das desigualdades sociais (ODS 10).
Síglia Souza (MTb 66/AM)
Embrapa Amazônia Ocidental
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