07/11/19 |   Produção animal  Produção vegetal

Pecuarista precisa planejar agora como vai alimentar o rebanho na seca para não perder dinheiro depois

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Foto: Gisele Rosso

Gisele Rosso - Para não faltar comida aos animais na época de estiagem, muitas decisões devem ser tomadas no início da estação chuvosa.

Para não faltar comida aos animais na época de estiagem, muitas decisões devem ser tomadas no início da estação chuvosa.

O próximo período de seca terá início em seis meses, mas o planejamento precisa começar já. Para não faltar comida aos animais na época de estiagem, muitas decisões devem ser tomadas no início da estação chuvosa. Preparando-se com antecedência, o pecuarista tem condições de enfrentar contratempos e minimizar os riscos do negócio.

De acordo com a pesquisadora Patrícia Menezes, da Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), deve-se projetar o rebanho futuro, estimar a produção de forragem e identificar quais alternativas tecnológicas são viáveis para atender a demanda de alimento para o gado o ano todo.

Para ter ideia do rebanho futuro, o produtor pode utilizar dados históricos ou projetar mês a mês como um fluxo de caixa. Para isso, ele precisa prever, principalmente, entradas e saídas de animais. “Como entra gado? comprando ou com nascimento de bezerros. Como sai? vendendo ou com a morte de animais. Se o pecuarista fizer toque, ele sabe quantas vacas estão prenhas. Se fez estação de monta, sabe que haverá nascimentos em determinados meses. A época de compra e venda, precisa ser programada. Se ele tiver ideia de quantos morrem, pode acrescentar esse número nos cálculos”, explica a pesquisadora.

De acordo com Patrícia, mês a mês, ele faz a soma das entradas de gado e diminui as saídas. Assim, projeta o rebanho futuro e a alimentação necessária para o ano.

De posse das informações sobre demanda por comida, o pecuarista precisa verificar se aquilo que ele produz é suficiente para alimentar o gado ao longo do ano. Se não for, é preciso buscar alternativas para ajustar a capacidade de suporte da fazenda ao tamanho do rebanho.

São várias alternativas para equilibrar a oferta e a demanda de alimentos, como vedação de pasto, produção de silagem, plantação de cana, cultivo de espécies forrageiras de clima temperado, venda de animais e compra de alimentos. Tudo isto depende da infraestrutura e da região onde está localizada a propriedade.

Para vedação do pasto são recomendados capins que perdem a qualidade mais lentamente, como as braquiárias. A área deve ser vedada no terço final do período chuvoso para garantir alimentação adequada durante os meses de seca.

A produção de silagem, feno ou cana-de-açúcar pode ser uma opção viável, dependendo da região e do nível tecnológico do pecuarista. “É preciso analisar a infraestrutura da fazenda. Por exemplo, quando você veda o pasto é interessante associar à suplementação proteica. Para isso, é necessário disponibilizar cochos no pasto. Pode-se adaptar com alternativas baratas, como cortar algum galão de plástico de 200 litros”, destaca a pesquisadora.

O consórcio com leguminosa também é uma possibilidade. O guandu BRS Mandarim é uma boa escolha para integrar à pastagem, já que o gado consome o guandu na época seca, quando a planta floresce e aparecem as primeiras vagens.  

A sobressemeadura com azevém e aveia tem bom potencial de produção de forragem na época fria. Mas essa é uma alternativa para áreas irrigadas ou em regiões de inverno chuvoso, já que essas forrageiras são de clima temperado e precisam de umidade para o desenvolvimento. Ainda, a fertilidade do solo é um fator importante, porque as forrageiras de inverno são bastante exigentes.

Patrícia Menezes alerta que para todas as opções recomendadas é preciso que o pecuarista planeje agora. “Quando você não faz o planejamento, você corre riscos. A ajuda de um técnico contribui para escolher o melhor caminho. A opção viável é a que o produtor tenha lucro. Se o gado passa fome, ele perde dinheiro”, ressalta.

Para outras informações  consulte a Embrapa Pecuária Sudeste pelo site www.embrapa.br/pecuaria-sudeste ou pelo Serviço de Atendimento ao Cidadão sac@embrapa.br

Gisele Rosso (MTb/3091/PR)
Embrapa Pecuária Sudeste

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