07/11/19 |   Gestão ambiental e territorial

Encontro promove partilha de práticas e conhecimentos para desenvolvimento regional

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Foto: Marina Torres

Marina Torres - Comunidade discute qual desenvolvimento deseja para o Alto Rio Pardo

Comunidade discute qual desenvolvimento deseja para o Alto Rio Pardo

Compartilhamento de saberes e trocas de experiências marcaram o “I Encontro Regional para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Rio Pardo”.  Realizado em Taiobeiras (Norte de Minas Gerais) pela Escola Família Agrícola Nova Esperança (EFA NE), o evento reuniu agricultores, estudantes, educadores, representantes do poder público, pesquisadores e artistas. Em pauta, o desenvolvimento que a população local quer para seu território e os caminhos para alcançá-lo.

A programação contou com apresentações de trabalhos acadêmicos e de projetos produtivos, oficinas, feira da sociobiodiversidade e festival de cultura popular.  Foram feitos relatos sobre o impacto da Escola Família Agrícola na vida dos jovens do campo e apresentados trabalhos dos egressos da EFA e dos estudantes.

“O encontro foi uma grande oportunidade de diálogo e socialização de práticas sociais inovadoras que contribuem para o pleno desenvolvimento sustentável do território”, afirma a diretora da EFA Nova Esperança, Fernanda Santos. “O que mais me marcou foi a diversidade de sujeitos e instituições presentes nesse evento, que contribuiu para o diálogo entre o poder público e a sociedade civil. Destaco a participação ativa e o poder de voz dos  jovens em todos os momentos”.

Na discussão sobre o potencial produtivo da agricultura familiar na região, foi apresentado o projeto “Socialização do Conhecimento em Sistemas Integrados de Produção Agropecuária nos Vales do Jequitinhonha e do Alto Rio Pardo”. A Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG) coordena uma rede de parcerias que busca promover o desenvolvimento sustentável da agropecuária nessas regiões. O objetivo do projeto é incentivar a adoção dos princípios de Boas Práticas Agrícolas (BPA) e estimular o uso racional de insumos, buscando reduzir o impacto da variação sazonal na oferta de alimentos em decorrência da estação seca.

Outras experiências desenvolvidas na região foram compartilhadas em oficinas que proporcionaram formação de multiplicadores e abordaram os seguintes temas: restauração do Cerrado, gastronomia do Alto Rio Pardo, comunicação popular, café especial e compras públicas para a agricultura familiar.

"Muitos conhecem Minas, mas desconhecem as Gerais", afirmou  Bernadete Guimarães, curadora de gastronomia do Norte de Minas. Ela destacou o valor da biodiversidade e da cultura regional que proporcionam sabores maravilhosos em inúmeras receitas.

Em cada debate e apresentação de trabalho, os participantes do encontro demonstravam o orgulho que sentem de sua identidade como povo geraizeiro e a garra que têm para conservar as riquezas locais e suas tradições.

“Nós pensamos em gerar nossa segurança, nossa dignidade, preservando e construindo o desenvolvimento sustentável aqui. É nessa luta que nós vivemos, nosso povo geraizeiro. Não buscamos ter muito ou demais para acumular. Nós, geraizeiros, queremos o necessário para viver , usufruindo do que a natureza oferece, produzindo e nos sustentando mas, em sadia convivência com os demais seres que merecem vida tanto quanto nós, humanos. Entendo que sem essa interação e boa relação entre o homem e o meio ambiente estaremos nos transformando em vítimas por nossas próprias atitudes”. A reflexão é da agricultora Maria Lúcia de Oliveira Agostinho, da comunidade de Água Boa, município de Rio Pardo de Minas.

Valdir Dias, condutor da oficina de comunicação popular, ressaltou o protagonismo dos jovens. “Hoje a gente vê uma juventude construindo algo mais concreto para a agrosociobiodiversidade e valorizando isso. A oficina foi um momento rico de discutir comunicação e sua interferência no nosso dia-a-dia. O papel da mídia, que conta uma história com uma versão, e da comunicação popular, que vem com outro olhar, de dentro para fora, para romper com os estereótipos. É um olhar de valorização do nosso território, da nossa natureza. Estamos dispostos a praticar a comunicação popular nas comunidades e expandir cada vez mais, criando redes de articulação, pois é o que dá visibilidade ao nosso território”.

O encontro regional foi realizado entre os dias 24 e 27 de outubro pela Escola Família Agrícola Nova Esperança, projeto Bem Diverso (parceria entre a Embrapa e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e a Rede Sociotécnica do Alto Rio Pardo.

Marina Torres (MTb 08577/MG)
Milho e Sorgo

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