Manejo do cultivo de grãos na capacitação Embrapa-OCB
Manejo do cultivo de grãos na capacitação Embrapa-OCB
O aumento da produtividade de grãos baseado somente em insumos deixou de ser realidade na maioria das lavouras brasileiras, onde o melhor desempenho das cultivares está condicionado ao manejo eficiente dos recursos do ambiente. Este foi o tema central do 4º módulo da capacitação Embrapa e Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), realizado de 19 a 21 de agosto, na Embrapa Trigo, em Passo Fundo, RS.
De acordo com o melhorista de soja Mércio Strieder, que atua na Embrapa Trigo, a pesquisa trabalha com o desafio de sobrepor as principais deficiências no desenvolvimento das plantas e conciliar resistência genética com produtividade de grãos. "Inserir genes de resistência exige mais energia da planta, esforço que poderia ser direcionado ao enchimento de grãos, por exemplo", explica Strieder. Segundo ele, quanto mais resistências forem introduzidas no mesmo genótipo, maior a possibilidade de variações no rendimento de grãos, pois há necessidade de manutenção de estruturas mais complexas na planta. "Buscamos equilibrar possíveis perdas por pragas e doenças com limites na resposta da planta a novos eventos genéticos. Por isso chegar à planta ideal pode ser utopia", conclui.
Para o pesquisador da Embrapa Soja, José Salvador Foloni, "não existe planta perfeita. É preciso aproveitar o que a cultivar tem de bom e manejar os defeitos. Assim, se a cultivar é suscetível à brusone, mas apresenta tolerância à germinação na espiga, podemos semear mais tarde; se a cultivar não sofre com doenças de espiga, podemos semear mais cedo; se for suscetível a manchas, mas tolera a falta de água, semeia mais tarde. O técnico e o produtor precisam conhecer bem a cultivar e o ambiente onde está trabalhando para ajustar a cultura para o melhor resultado".
A relação entre manejo e ambiente no cultivo de grãos também foi alvo da palestra do pesquisador na área de Ecofisiologia da Embrapa Trigo Osmar Rodrigues: "para fazer manejo é preciso conhecer a cultura. O produtor e, principalmente, a assistência técnica, precisam saber como as plantas crescem e se desenvolvem, bem como os fatores condicionantes desses processos." Segundo ele, esse conhecimento permite a melhor utilização dos recursos do ambiente (água, luz, temperatura, radiação e nutrição) no tempo e no espaço para maximizar a produção de grãos. "A biologia das plantas não pode ser traduzida em números. Nós calendarizamos todas as práticas e esquecemos de ficar atentos ao ambiente", diz Rodrigues.
Conforme os pesquisadores da Embrapa, o melhoramento genético evoluiu muito ao longo dos anos e incorporou características que aumentaram o potencial genético das cultivares, mas o ganho depende, fundamentalmente, do manejo das culturas. Este foi o aprendizado do engenheiro agrônomo da Cooperativa Agrária, com sede em Guarapuava, PR, Rodrigo Ferreira. Segundo ele, na região da cooperativa a assistência técnica ainda recomenda cultivares de trigo com ciclo mais longo em áreas que fizeram rotação com milho. "Em algumas áreas, o milho é colhido em fevereiro, deixando o solo descoberto até a semeadura do trigo em julho. Buscamos novas alternativas para amenizar o problema, com experimentos com nabo e forrageiras que permaneçam mais tempo no campo", conta Ferreira.
Participam do curso as seguintes cooperativas: Copasul, Cotrel, Coamo, Coopavel, Cotripal, Coopibi, Copamil, Agrária, CACB, Cotrisal, Coopatrigo, Copacol, Cotribá, CVale, Cotrijal, Castrolanda, Coasa, Coagrisol e Cotriel. O próximo módulo da capacitação está previsto para os dias 30/09, 01 e 02/10, com o módulo Proteção de Plantas.
Joseani M. Antunes (9693 MTb/RS)
Embrapa Trigo
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