25/08/15 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Transgênicos

Pesquisador Elibio Rech é homenageado no lançamento do Sistema de Produção Cultivance®

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Foto: Claudio Bezerra

Claudio Bezerra - Maurício Lopes, Elibio Rech, ministra Kátia Abreu, Carlos Arrabal (pesquisador da Embrapa Soja também homenageado) e Eduardo Leduc.

Maurício Lopes, Elibio Rech, ministra Kátia Abreu, Carlos Arrabal (pesquisador da Embrapa Soja também homenageado) e Eduardo Leduc.

Tecnologia representa um marco para a ciência brasileira, pois envolve o primeiro produto transgênico genuinamente brasileiro.

O pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Elibio Rech foi homenageado pela sua participação no desenvolvimento do Sistema de Produção Cultivance® durante a solenidade de lançamento nacional desta tecnologia hoje (25/08) pela manhã na Sede da Embrapa. Elibio recebeu a homenagem da ministra da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu; do presidente da Embrapa, Maurício Lopes, e do vice-presidente sênior da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para a América Latina, Eduardo Leduc.

O Sistema de Produção Cultivance® é resultado de uma bem-sucedida parceria de quase 20 anos entre a Embrapa e a BASF. A tecnologia combina quatro cultivares de soja geneticamente modificadas, de grande potencial genético, ao uso do herbicida Soyvance Pré, de amplo espectro para controle de plantas daninhas de folhas largas e gramíneas.

O sistema está sendo lançado em Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rondônia, Bahia e Distrito Federal. Mas, o objetivo é lançar novas cultivares a partir de 2016 para atender a todas as regiões brasileiras.  

A nova tecnologia representa um marco para a ciência brasileira por conter a primeira soja geneticamente modificada totalmente desenvolvida no Brasil. Segundo o presidente Maurício Lopes, trata-se de uma "inovação verde e amarela com eficiência aprovada e comprovada por 17 países. É um produto, do qual a Embrapa participou em todas as fases, desde o laboratório até o mercado", ressaltou.

Para Maurício, o lançamento da soja Cultivance é mais um êxito possibilitado pela lógica da inovação aberta, na qual empresas parceiras compartilham seus ativos na geração de novos produtos em benefício da sociedade.

Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia: aonde tudo começou

A participação da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia foi determinante para o desenvolvimento do Sistema de Produção Cultivance®, já que foi o ponto de origem para a geração dessa nova tecnologia há quase 20 anos.    

Em 1997, a BASF, que é a detentora do gene ahas (aceto-hidroxiácido sintase), extraído de plantas de Arabidopsis thaliana e capaz de conferir tolerância ao herbicida da classe das imidazolinonas, disponibilizou o gene para a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. A partir de um método inovador de transformação vegetal, desenvolvido e patenteado pela Unidade, foi possível introduzir este gene no genoma da soja, dando origem à primeira planta de soja transgênica desenvolvida no Brasil.

Na fase seguinte, as plantas transformadas foram testadas em casa de vegetação e no campo pela Embrapa Soja (Londrina, PR).

Depois de todas essas etapas, que levaram 10 anos, os cientistas chegaram à planta ideal.

Com a assinatura do acordo de cooperação entre a Embrapa e a BASF, em 2007, as duas instituições passaram à fase regulatória, na qual foi avaliada a segurança das plantas de soja geneticamente modificadas, baseada em quatro pilares: caracterização molecular das plantas transformadas para ter certeza de que contêm apenas o gene de tolerância desejado; segurança da proteína; segurança alimentar em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos de Campinas; e, por fim, a avaliação agronômica para testar a segurança ambiental.

Em dezembro de 2008, a soja Cultivance® foi submetida à aprovação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e, em dezembro de 2009, recebeu a aprovação formal para comercialização no mercado brasileiro.

Segundo Elibio Rech, a Cultivance® é uma demonstração da capacidade e da competência da ciência e da tecnologia nacionais. "É um produto de alto valor agregado com muito potencial para incrementar ainda mais o agronegócio brasileiro", afirma. Além disso, é um exemplo prático de alto impacto envolvendo parceria público- privada e pode contribuir significativamente para consolidar a importância do Brasil na biotecnologia mundial.

Cultivance: nova alternativa à disposição dos produtores de soja

O Sistema de Produção Cultivance® representa uma nova alternativa de controle de plantas daninhas para os produtores, que já adotam transgênicos em larga escala no Brasil. O seu diferencial está no uso de herbicidas da classe das imidazolinas, já que, atualmente, o país utiliza amplamente a soja resistente ao herbicida glifosato.

Quando integrada ao sistema de produção de soja, a tecnologia Cultivance abre perspectiva para que o produtor brasileiro possa rotacionar herbicidas com diferentes mecanismos de ação para o manejo de plantas daninhas de difícil controle, evitando a geração de variedades resistentes.

Segundo a ministra Kátia Abreu, a nova tecnologia oferece uma nova alternativa de controle para os sojicultores brasileiros, o que é extremamente saudável. " A Cultivance não é excludente e sim mais uma opção para os agricultores. Nada melhor do que a concorrência. Com dois produtos, a tendência é que o preço da semente caia", afirmou.

Kátia Abreu ressaltou ainda que o sucesso da parceria entre a Embrapa e a BASF está em consonância com um dos cinco eixos de atuação do MAPA, que é a Aliança Nacional para a Inovação Agropecuária, ou seja, a formação de grandes redes para alavancar a pesquisa agropecuária no Brasil. Os outros quatro são: gestão de processos para desburocratizar o Ministério, defesa agropecuária, aprovação da Lei Plurianual Agrícola de, no mínimo, cinco anos, e a consolidação da classe média rural brasileira. Segundo a ministra, 70% dos produtores hoje no país fazem parte das classes C e D. "É preciso mudar esse panorama, especialmente com a democratização da inovação tecnológica", finalizou.

Fernanda Diniz (DRT/DF 4685/89)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

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