13/11/19 |   Transferência de Tecnologia

Balde Cheio começa a movimentar a pecuária de leite tocantinense

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Foto: Clenio Araujo

Clenio Araujo - Técnico (à esquerda), instrutor (no centro) e produtor rural (à direita) em ação

Técnico (à esquerda), instrutor (no centro) e produtor rural (à direita) em ação

“Esse projeto veio a me dar um norte por onde eu tenho que tramitar pra chegar ao meu objetivo. Excelente, chegou em boa hora porque eu estava muito perdido”; é dessa maneira que o produtor rural João Batista Ferreira, do município de Colinas do Tocantins, região Centro-Norte do estado, se refere ao Balde Cheio. E ele tem uma meta que pode ser considerada ousada: passar dos atuais 45 litros por dia para 500 litros diários de produção de leite. Confiança não lhe falta: “com esse projeto aí, provavelmente por esses dois anos nós vamos atingir essa meta”.

O Balde Cheio é um projeto de transferência de tecnologia em pecuária de leite liderado pela Embrapa e executado em parceria com diversas instituições em vários estados do país. No Tocantins, foi retomado em 2019 e periodicamente conta com capacitações teóricas e visitas de acompanhamento em propriedades rurais. A cada quatro meses, o instrutor Junior Colombo vai às propriedades, que são acompanhadas mais de perto por técnicos treinados por ele.

Um desses técnicos é Antônio Luiz Dias Sousa, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins). É ele quem acompanha a propriedade do senhor João. E o elogia: “ele está aberto a novas tecnologias. Ele vem de outra atividade diferente da agropecuária, mas está empolgado, interessado em participar desse projeto”. Antônio relata como está sendo o trabalho na Fazenda Mutum. “Aos poucos, estamos adequando a propriedade dele para chegar ao nível de produção esperado, que ele almeja alcançar”, conta.

Em novembro, aconteceu a segunda visita de Junior Colombo à propriedade. A cada visita, sempre acompanhada do técnico responsável, é avaliada a situação da área e são acertadas algumas melhorias que precisam ser feitas. Tudo com o objetivo de mostrar que, com ajustes, é possível se produzir leite de maneira mais eficiente, com mais quantidade, qualidade, bem-estar aos animais e de forma sustentável econômica, ambiental e socialmente. Em março de 2020, novamente a Fazenda Mutum receberá a visita do instrutor do Balde Cheio. Até lá, o trabalho fica mais por conta do técnico e do produtor.

Andamento dos trabalhos no estado – No Tocantins, os trabalhos com o Balde Cheio têm a coordenação de Cláudio Barbosa, zootecnista da Embrapa. Sobre as parcerias na condução do projeto, ele avalia positivamente: “tenho visto uma participação efetiva dos parceiros, das instituições fomentadoras do projeto no estado. Nós temos tido algumas dificuldades com relação à questão de arranjos e distribuição, divisão dessas coparticipações, contrapartidas de cada um. Mas a gente está com o cronograma já estabelecido e vamos cumprir, tanto neste ano de 2019, como já para o ano de 2020, com novos arranjos de parceria”.

Cláudio elogia a atuação dos técnicos no Balde Cheio no Tocantins. “Com relação aos técnicos, estou bastante animado. Temos tido algumas dificuldades com relação à participação de alguns na parte teórica do curso. Mas na parte prática todos estão comprometidos e tenho visto um desenvolvimento da parte deles já nessa atualização técnica com o Junior Colombo”, relata. Sobre resultados efetivos no campo, ele se mostra esperançoso: “acredito que, até o segundo semestre de 2020, já seja possível a gente ter capacidade de apresentar alguns resultados de algumas unidades demonstrativas do projeto”.

O Balde Cheio no Tocantins conta com técnicos do Ruraltins, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) / Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins (Faet). Como compromisso, todos precisam dar assistência a pelo menos uma propriedade em sua área de atuação, buscando transformá-la em referência para outros produtores de leite da região. Antônio Luiz, do Ruraltins, aprova: “está sendo uma experiência boa. É um projeto que nos capacita ao campo. Estou gostando muito de poder contribuir, participar dos aprendizados e estar aprendendo também a cada dia”.

Já o senhor João Batista, um dos produtores participantes do Balde Cheio no Tocantins, agradece a recente visita que recebeu na Fazenda Mutum: “eu não sabia como executava essa minha vontade de participar do Balde Cheio. Só tenho a agradecer à equipe que veio aqui me assessorar e me ajudar nesse projeto”. Estiveram na visita o técnico Antônio Sousa, o instrutor do Balde Cheio no Tocantins Junior Colombo, Márcio Gomes (que é ligado ao Sebrae e também técnico participante do projeto) e Cláudio Barbosa. Agora, a expectativa é ver os resultados na visita de acompanhamento em março do ano que vem. A depender da motivação do produtor, boas notícias vêm aí!

Clenio Araujo (6279/MG)
Embrapa Pesca e Aquicultura

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