Pesquisadora da área de controle biológico tomou posse nesta segunda-feira (25), no mesmo dia que a UD completou 45 anos de existência "Somos um barco a remo atravessando um rio ou oceano. Contem comigo para fazer com que todos nós possamos fazer essa travessia juntos, remando no mesmo sentido, para chegarmos mais unidos ao nosso destino". A metáfora foi a forma escolhida pela pesquisadora Maria Cleria Valadares Inglis para simbolizar o seu compromisso com o mais novo desafio da sua carreira: assumir a chefia-geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF). A pesquisadora, especialista na identificação e avaliação de fungos agentes de controle biológico, será a primeira mulher a chefiar aquele centro de pesquisa da Embrapa. A solenidade de posse foi realizada no Auditório Assis Roberto de Bem, da Unidade, no último dia 25, às 9h30, com a presença do presidente da Embrapa Celso Moretti; do secretário adjunto de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Correia Neto; do superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile; do diretor de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cleber Soares; além de representantes de organismos internacionais, de secretarias do Distrito Federal, de chefes-gerais das Unidades Descentralizadas da Embrapa e de empregados da Sede e da própria Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. O evento também comemorou os 45 anos de existência do centro de pesquisa. "Esta é a minha casa, nasci cientificamente aqui dentro e aqui fui doutrinada para defender a importância dos recursos genéticos para o meu país. Essa é e continuará sendo uma Unidade estratégica para o Brasil, que atua de forma integrada com Recursos Genéticos, Quarentena Vegetal, Biotecnologia e Controle Biológico, processos que jamais poderão ser trabalhados de forma separada", defendeu Cleria. Maria Cléria Valadares Inglis tem experiência em genética de microrganismos, genética molecular e seleção de agentes de biocontrole. Ela foi Chefe Adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Unidade e também Secretária Executiva do Programa de Biotecnologia da Embrapa e respondeu pela supervisão de Curadoria das Coleções Microbianas da Embrapa. Assumem, junto com ela, os colegas Milene Castellen (chefia-adjunta de Pesquisa & Desenvolvimento), Rafael Vivian (chefia-adjunta de Transferência de Tecnologia) e Jorge Madeira (chefia-adjunta de Administração). Ao se despedir do cargo, o ex-chefe do centro de pesquisa, José Manoel Cabral, destacou algumas realizações do seu mandato, como a conclusão das obras do Banco Genético da Embrapa, e a felicidade de passar o cargo para uma pessoa amiga e com quem convive há mais de 30 anos, com quem dividiu muitos momentos bons e ruins na trajetória de ambos. Assinatura de TED com o Mapa A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia receberá, nos próximos três anos, um total de R$ 300 mil para aplicação em caracterização genômica, informatização e documentação, ferramentas para rastreabilidade e integração das informações sobre germoplasma – o que deverá incrementar o conhecimento sobre variabilidade genética conservada nos bancos de germoplasma da Embrapa. O Termo de Execução Direta (TED) entre o Mapa e a Unidade para viabilizar esse repasse financeiro foi assinado por Cléria Inglis e a o secretário adjunto de Inovação, Desenvolvimento e Irrigação, Pedro Alves Corrêa Neto. Com isso, a Unidade receberá R$ 100 mil por ano, durante três anos, para a aplicação em caracterização genômica e também em melhorias no Portal Alelo (alimentado pelos curadores e suas equipes de forma descentralizada permitindo a criação da base de dados de recursos genéticos da Embrapa). O Alelo é alimentado pelos curadores e suas equipes de forma descentralizada permitindo a criação da base de dados de recursos genéticos da Embrapa. Cleria explicou porque esse recurso adicional é importante, ao ressaltar que os programas de melhoramento genético têm utilizado apenas uma pequena fração da diversidade genética disponível para desenvolver novas cultivares, mas que para isso é necessário a identificação de novas fontes de variabilidade genética conservada nos bancos. “A caracterização representa uma ferramenta potente para aumentar a eficiência e reduzir custos das operações tradicionais dos bancos de germoplasma para implementar novas atividades de pesquisa e inovação desenhadas para mobilizar um maior interesse e conhecimento científico do valor de seus ativos”, complementou. Uma política para Recursos Genéticos da Agrobiodiversidade Outra novidade anunciada por Pedro Correa Neto na manhã do dia 25 foi que nos próximos dias será anunciada a consulta pública sobre a minuta da Política Nacional de Recursos Genéticos da Agrobiodiversidade, entregue ao Mapa na semana passada. A Unidade teve um importante e decisivo papel na construção da política, que tem como objetivo promover, de forma integrada, a conservação, valorização e o uso sustentável a valoração de recursos genéticos com recorte para agrobiodiversidade. O texto foi construído com a participação de vários pesquisadores da Unidade, entre eles Samuel Paiva, que esteve a frente do Grupo de Trabalho Técnico criado pelo Mapa e coordenado pela Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação para essa finalidade. “A proposta da Política está em forma de um anteprojeto de decreto, que orientará as ações não só do Governo Federal como das empresas públicas, universidades e institutos de pesquisa, na esfera federal, podendo, mediante mecanismos de estímulo, atuar no nível estadual e municipal”, explicou Paiva, lembrando que esse trabalho feito pelos pesquisadores mostra o quanto a Embrapa voltou a se aproximar estrategicamente do Mapa, após o rearranjo administrativo feito pela ministra Tereza Cristina no ministério, com o objetivo de aproximar e integrar políticas públicas e ações estratégicas promovidas por todas as suas secretarias e instituições vinculadas. Homenagem Durante a solenidade os pesquisadores Fabio Freitas e Arailde Urben foram homenageados com as Medalhas de Honra ao Mérito Destaque 2019 e a de Honra ao Mérito Institucional, respectivamente. Ao encerrar a solenidade, Celso Moretti, presidente da Embrapa, afirmou que ao completar 45 anos , a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia precisa olhar para o passado e também para o futuro. "Temos aqui o quinto maior banco genético do mundo, que pode garantir a segurança alimentar não só do Brasil, mas do planeta Terra. E temos um grande desafio até 2030, quando teremos um aumento de 30% na demanda de alimentos, de 40% na demanda por energia e de 50% na demanda do consumo de água. O mundo conta com o Brasil para enfrentar esse desafio e esta Unidade será essencial para ajudar a Embrapa, o Ministério da Agricultura e o agro brasileiro nessa jornada", finalizou.