Terceira edição do Seminário da Safra de Maçã reúne setor produtivo em Vacaria
Terceira edição do Seminário da Safra de Maçã reúne setor produtivo em Vacaria
Lançamento do livro sobre Cancro Europeu no Brasil é destaque na programação
Grapholita molesta, glomerela, Irrigação e fertirrigação – Esses foram os temas que atraíram cerca de 90 produtores e técnicos, no dia 20 de novembro, ao último Seminário sobre Recomendações Técnicas para a Cultura da Macieira na Safra 2019/2020, realizado neste ano pela Embrapa Uva e Vinho, em Vacaria. A equipe planeja realizar mais uma edição relacionada à essa Safra no início de 2020.
A proposta da Chefia da Embrapa Uva e Vinho é manter esses encontros entre a equipe de pesquisa e o setor produtivo em 2020, mas o formato poderá ser ajustado, a partir das considerações dos participantes das três edições deste ano. “Queremos fazer uma reflexão e avaliação com o setor produtivo para termos uma visão mais sistêmica dos projetos de pesquisa”, destacou o chefe-geral José Fernando da Silva Protas, ao fazer a abertura do encontro. Protas ainda fez uma provocação para que o setor repense a Produção Integrada de Maçã como uma base competitiva para a cadeia produtiva.
Além das palestras (veja resumo abaixo), a Embrapa lançou o livro "O Cancro Europeu no Brasil", que tem como editores os pesquisadores Sílvio André Meirelles Alves e Ana Beatriz Costa Czermainski, e relata a história recente do cancro no Brasil. Ao longo das 190 páginas, organizadas em treze capítulos, os 26 autores de diferentes instituições de pesquisa, extensão rural, universidades públicas e privadas, dividiram-se na tarefa de relatar a história recente do Cancro no Brasil.
O auditor fiscal do Mapa, Jairo Carbonari, recebeu o primeiro exemplar dos editores em nome do setor produtivo. “Acompanhei desde o início o projeto e a construção do livro e gostaria de parabenizar todos os envolvidos. Isto é resultado de um trabalho de parceria, de um trabalho a várias mãos para resolver os desafios do Cancro”, destacou ele.
O livro “O Cancro Europeu no Brasil” está sendo comercializado ao custo de R$ 20,00 na Sede da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves, e na Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, em Vacaria.
Mais informações sobre o projeto, publicações técnicas e outros dados sobre o cancro europeu estão disponíveis em http://ow.ly/emlA30hJ4Zl.
Recomendações Glomerela, por Silvio André Meirelles Alves
Para obter o controle da doença, vários aspectos devem ser levados em consideração, como a redução das fontes de inóculo, a cultivar utilizada, frequência de chuvas, o microclima do pomar, eficiência dos produtos químicos, entre outros.
A redução das fontes de inóculo são obtidas por meio de limpeza do pomar no período de inverno, promovendo a decomposição das folhas, retirada de restos de poda e frutas mumificadas, além de proteger as plantas com fungicidas cúpricos.
Na primavera, deve-se evitar as condições que favorecem a manutenção da umidade na planta como: utilizar poda e nutrição adequada para obter plantas sem enfolhamento excessivo, manter a área com boa drenagem e sem plantas daninhas na fileira da cultura. Além disso, o monitoramento das temperaturas médias é de suma importância, esse é o principal fator que explica porque alguns anos a doença aparece nos meses de verão, mas em outros é mais precoce tendo sintomas já nos meses de primavera (anos de primavera mais quente).
O uso do controle químico deve ser feito preferencialmente de modo preventivo, pois os fungicidas não têm se mostrado muito eficientes quando a pressão da doença é muito alta. Os produtos mais utilizados são mancozeb, dithianon, captan, clorothalonil, folpet, fluazinam. Estes produtos devem ser utilizados na dose registrada, em intervalos máximos de 10 dias, ou quando a chuva acumulada no período atingir 30 mm.
Irrigação e Fertirrigação em Macieira, por Gilmar R. Nachtigall
Os resultados de pesquisa desenvolvidos pela Embrapa Uva e Vinho mostram que o uso da irrigação e fertirrigação favorecem o desenvolvimento inicial das plantas, aumentando a estrutura vegetativa das plantas e antecipando a produção. Além disso, em função da ocorrência sistemática de períodos de déficits hídricos no solo, tanto a irrigação como a fertirrigação aumentam a produtividade e a qualidade dos frutos.
No evento foram a presentados os resultados recentes obtidos com o uso da irrigação e fertirrigação em macieira no Sul do Brasil, fundamentando a opção de introdução desta tecnologia no manejo dos pomares. Para a implementação destas técnicas, dois pontos foram enfatizados como de extrema importância para o uso da irrigação e fertirrigação.
Primeiro, para o manejo da irrigação, é fundamental o monitoramento da disponibilidade de água no solo, de modo a quantificar o momento correto de aplicação, bem como a quantidade a ser utilizada. Para isso, são necessárias informações específicas sobre o tipo de solo, tipo de irrigação, espaçamento utilizado no pomar e as cultivares plantadas. Os resultados mostram que o monitoramento da tensão da água no solo, através de tensiometria, é eficiente para manter os índices de umidade do solo adequados para a cultura da macieira.
Segundo, para o manejo da fertirrigação devem-se respeitar as taxas de absorção e quantidades necessárias dos nutrientes em cada fase de desenvolvimento da cultura, de modo a obter o máximo desempenho nutricional das plantas. Desta forma, o manejo da fertirrigação deve ser feito para cada tipo de solo e diferenciado para as cultivares do grupo Gala e Fuji, respeitando seus ciclos fenológicos.
Recomendações Manejo das pragas em macieira, – por Adalécio Kovaleski
O monitoramento das principais pragas da macieira é tarefa obrigatória na tomada de decisão para definir a estratégia de controle.
Para mosca das frutas o monitoramento é realizado com armadilha mcphail e tendo como atrativo alimentar o suco de uva a 25% ou Ceratrap.
Atenção maior deve ser dada para os pontos de entrada da mosca-das-frutas das áreas nativas para o pomar. Isso é facilmente definido por um bom monitoramento, identificando as áreas críticas. O controle deve ser feito utilizando isca tóxica, priorizando as áreas com maior risco, reaplicando semanalmente ou após chuva. Em infestações mais críticas (acima de 0,5 moscas/semana) utilizar inseticidas fosforados com ação de profundidade, observando sempre a carência dos produtos e as exigências do mercado importador.
Para grafolita e lagarta-enroladeira o monitoramento é realizado utilizando armadilhas Delta com piso adesivo e atrativo sexual (septo). Neste caso os insetos capturados na armadilha são todos machos. A troca do septo para grafolita deve ser realizado cada 30 dias enquanto que o da lagarta-enroladeira a cada 90 dias. O piso deve ser substituído sempre que perder a adesividade.
O controle deve ser realizado utilizando a técnica da confusão sexual (grafolita) ou aplicação de inseticidas. A aplicação da confusão sexual requer alguns cuidados especiais como aplicação quando a população de adultos ainda é baixa, evitar áreas vizinhas com alta infestação e o monitoramento deve ser feito utilizando, além da armadilha com atrativo sexual, também avaliando ponteiros e frutos. Também o produtor deve observar a carência e as exigências do mercado nacional e internacional.
Viviane Zanella (144004Mtb)
Embrapa Uva e Vinho
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