25/11/19 |   Transferência de Tecnologia

Terceira edição do Seminário da Safra de Maçã reúne setor produtivo em Vacaria

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Foto: VIviane Zanella

VIviane Zanella - ùltimo Seminário de 2019 reuniu 90 participantes

ùltimo Seminário de 2019 reuniu 90 participantes


Lançamento do livro sobre Cancro Europeu no Brasil é destaque na programação

Grapholita molesta, glomerela, Irrigação e fertirrigação – Esses foram os temas que atraíram cerca de 90 produtores e técnicos, no dia 20 de novembro, ao último Seminário sobre Recomendações Técnicas para a Cultura da Macieira na Safra 2019/2020,  realizado neste ano pela Embrapa Uva e Vinho, em Vacaria. A equipe  planeja realizar mais uma edição relacionada à essa Safra no início de 2020.

A proposta da Chefia da Embrapa Uva e Vinho é manter esses encontros entre a equipe de pesquisa e o setor produtivo em 2020, mas o formato poderá ser ajustado, a partir das considerações dos participantes das três edições deste ano. “Queremos fazer uma reflexão e avaliação com o setor produtivo para termos uma visão mais sistêmica dos projetos de pesquisa”, destacou o chefe-geral José Fernando da Silva Protas, ao fazer a abertura do encontro. Protas ainda fez uma provocação para que o setor repense a Produção Integrada de Maçã como uma base  competitiva para a cadeia produtiva.

Além das palestras (veja resumo abaixo), a Embrapa lançou o livro "O Cancro Europeu no Brasil", que tem como editores os pesquisadores Sílvio André Meirelles Alves e Ana Beatriz Costa Czermainski, e relata a história recente do cancro no Brasil. Ao longo das 190 páginas, organizadas em treze capítulos, os 26 autores de diferentes instituições de pesquisa, extensão rural, universidades públicas e privadas, dividiram-se na tarefa de relatar a história recente do Cancro no Brasil.

O auditor fiscal do Mapa, Jairo Carbonari, recebeu o primeiro exemplar dos editores em nome do setor produtivo. “Acompanhei desde o início o projeto e a construção do livro e gostaria de parabenizar todos os envolvidos. Isto é resultado de um trabalho de parceria, de um trabalho a várias mãos para resolver os desafios do Cancro”, destacou ele.

O livro “O Cancro Europeu no Brasil” está sendo comercializado ao custo de R$ 20,00 na Sede da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves, e na Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, em Vacaria.

Mais informações sobre o projeto, publicações técnicas e outros dados sobre o cancro europeu estão disponíveis em http://ow.ly/emlA30hJ4Zl.

 

Recomendações Glomerela, por Silvio  André Meirelles Alves

Para obter o controle da doença, vários aspectos devem ser levados em consideração, como a redução das fontes de inóculo, a cultivar utilizada, frequência de chuvas, o microclima do pomar, eficiência dos produtos químicos, entre outros.

A redução das fontes de inóculo são obtidas por meio de limpeza do pomar no período de inverno, promovendo a decomposição das folhas, retirada de restos de poda e frutas mumificadas, além de proteger as plantas com fungicidas cúpricos.

Na primavera, deve-se evitar as condições que favorecem a manutenção da umidade na planta como: utilizar poda e nutrição adequada para obter plantas sem enfolhamento excessivo, manter a área com boa drenagem e sem plantas daninhas na fileira da cultura. Além disso, o monitoramento das temperaturas médias é de suma importância, esse é o principal fator que explica porque alguns anos a doença aparece nos meses de verão, mas em outros é mais precoce tendo sintomas já nos meses de primavera (anos de primavera mais quente).

O uso do controle químico deve ser feito preferencialmente de modo preventivo, pois os fungicidas não têm se mostrado muito eficientes quando a pressão da doença é muito alta. Os produtos mais utilizados são mancozeb, dithianon, captan, clorothalonil, folpet, fluazinam. Estes produtos devem ser utilizados na dose registrada, em intervalos máximos de 10 dias, ou quando a chuva acumulada no período atingir 30 mm.

 

Irrigação e Fertirrigação em Macieira, por Gilmar R. Nachtigall

Os resultados de pesquisa desenvolvidos pela Embrapa Uva e Vinho mostram que o uso da irrigação e fertirrigação favorecem o desenvolvimento inicial das plantas, aumentando a estrutura vegetativa das plantas e antecipando a produção. Além disso, em função da ocorrência sistemática de períodos de déficits hídricos no solo, tanto a irrigação como a fertirrigação aumentam a produtividade e a qualidade dos frutos.

No evento foram a presentados os resultados recentes obtidos com o uso da irrigação e fertirrigação em macieira no Sul do Brasil, fundamentando a opção de introdução desta tecnologia no manejo dos pomares. Para a implementação destas técnicas, dois pontos foram enfatizados como de extrema importância para o uso da irrigação e fertirrigação.

Primeiro, para o manejo da irrigação, é fundamental o monitoramento da disponibilidade de água no solo, de modo a quantificar o momento correto de aplicação, bem como a quantidade a ser utilizada. Para isso, são necessárias informações específicas sobre o tipo de solo, tipo de irrigação, espaçamento utilizado no pomar e as cultivares plantadas. Os resultados mostram que o monitoramento da tensão da água no solo, através de tensiometria, é eficiente para manter os índices de umidade do solo adequados para a cultura da macieira.

Segundo, para o manejo da fertirrigação devem-se respeitar as taxas de absorção e quantidades necessárias dos nutrientes em cada fase de desenvolvimento da cultura, de modo a obter o máximo desempenho nutricional das plantas. Desta forma, o manejo da fertirrigação deve ser feito para cada tipo de solo e diferenciado para as cultivares do grupo Gala e Fuji, respeitando seus ciclos fenológicos.

 

Recomendações Manejo das pragas em macieira,  – por Adalécio Kovaleski

O monitoramento das principais pragas da macieira é tarefa obrigatória na tomada de decisão para definir a estratégia de controle.

Para mosca das frutas o monitoramento é realizado com armadilha mcphail e tendo como atrativo alimentar o suco de uva a 25% ou Ceratrap.

Atenção maior deve ser dada para os pontos de entrada da mosca-das-frutas das áreas nativas para o pomar. Isso é facilmente definido por um bom monitoramento, identificando as áreas críticas. O controle deve ser feito utilizando isca tóxica, priorizando as áreas com maior risco, reaplicando semanalmente ou após chuva. Em infestações mais críticas (acima de 0,5 moscas/semana) utilizar inseticidas fosforados com ação de profundidade, observando sempre a carência dos produtos e as exigências do mercado importador.

Para grafolita e lagarta-enroladeira o monitoramento é realizado utilizando armadilhas Delta com piso adesivo e atrativo sexual (septo). Neste caso os insetos capturados na armadilha são todos machos. A troca do septo para grafolita deve ser realizado cada 30 dias enquanto que o da lagarta-enroladeira a cada 90 dias. O piso deve ser substituído sempre que perder a adesividade.

O controle deve ser realizado utilizando a técnica da confusão sexual (grafolita) ou aplicação de inseticidas. A aplicação da confusão sexual requer alguns cuidados especiais como aplicação quando a população de adultos ainda é baixa, evitar áreas vizinhas com alta infestação e o monitoramento deve ser feito utilizando, além da armadilha com atrativo sexual, também avaliando ponteiros e frutos. Também o produtor deve observar a carência e as exigências do mercado nacional e internacional.

 

 

 

Viviane Zanella (144004Mtb)
Embrapa Uva e Vinho

Contatos para a imprensa

Telefone: 54-3455-8084

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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