Embrapa presente na Tecnovitis 2019
Embrapa presente na Tecnovitis 2019
Foto: Viviane Zanella
Ministra Tereza Cristina ofereceu apoio ao setor vitivinícola na abertura do evento
Ministra Tereza Cristina ofereceu apoio ao setor vitivinícola na abertura do evento
“Precisamos fazer junto com o setor produtivo as regras da legislação para sermos competitivos. O Ministério pode facilitar, dando segurança, garantia e facilidades para estarmos integrados à comunidade internacional”, sentenciou a Ministra da Agricultura Pecuária e Abastecimento Tereza Cristina, na noite do dia 5 de dezembro, durante a abertura oficial da 3ª Tecnovitis - Feira de Tecnologia para Viticultura,que aconteceu de 4 a 6 de dezembro, no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves (RS).
Tereza Cristina aproveitou o momento e pediu o apoio do chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, José Fernando da Silva Protas, e da presidente da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), Regina Vanderlinde para integrarem uma força tarefa que terá como missão no prazo de seis meses revisar e propor mudanças na legislação brasileira. Ao resolver os gargalos da produção brasileira, como carga tributária, custo de produção e a legislação, a ministra considera que o Brasil estará preparado e com condições de ser um grande player quando o acordo entre o Mercosul e a União Europeia entrar em vigor.
Para José Fernando da Silva Protas, a iniciativa da Ministra Tereza Cristina é oportuna e urgente. Ele avalia que no mundo globalizado de hoje, no qual a disputa por mercados é acirrada e, em alguns casos, como no mercado vitivinícola, chega às margens da selvageria, é fundamental que os países produtores tenham legislações tributárias, sanitárias e comerciais, semelhantes. “Sabemos que grande parte das nossas dificuldades competitivas, tanto no mercado interno quanto internacional, estão relacionadas à legislação que regulamenta o setor vitivinícola. De pouco adianta os grandes avanços obtidos nos últimos anos na área da pesquisa e desenvolvimento, educação e formação de profissionais e mesmo no marketing como estímulo para aumentar o consumo de vinho no Brasil, se este consumidor, na hora da compra, encontra no mercado um vinho estrangeiro com preços significativamente inferiores”, pontuou o gestor.
Ele complementou que a falsa impressão de que "basta ser importado para ser melhor", é cada vez mais uma meia verdade, pois o fator preço, que no caso dos vinhos brasileiros tem agregado em torno de 35 a 40% no preço final ao consumidor, fatalmente é um fator determinante para a opção pelos importados. “A intervenção da Ministra vem em muito boa hora e, de parte da Embrapa, toda a mobilização necessária será feita no sentido de construirmos e disponibilizarmos a base documental propositiva das mudanças necessárias”, avaliou o chefe.
Durante os três dias de evento, a Tecnovitis 2019 possibilitou espaço para troca de informações entre viticultores e empresas de novas tecnologias, equipamentos e produtos para a produção de uva. A programação contemplou palestras, demonstrações técnicas a campo e exposição de produtos e serviços para o setor, com o objetivo de fortalecer o relacionamento entre fornecedores e produtores, impulsionando o crescimento qualitativo e quantitativo do setor.
A Embrapa Uva e Vinho foi uma das principais apoiadoras do evento, tanto nos paineis temáticos quanto no espaço tecnológico da Feira, que a cada dois anos possibilita excelente ambiente que impulsiona o crescimento qualitativo e quantitativo do setor.
Paineis temáticos
Na manhã da quarta-feira, dia 4, o tema foi "Rastreabilidade e segurança do alimento", com mediação do pesquisador e chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Uva e Vinho, Marcos Botton. Helena Pan Rugeri, auditora fiscal agropecuária do MAPA, chefe do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (SIPOV-RS) apresentou as novidades em termos de legislação agropecuária para rastreabilidade e a segurança dos alimentos, incluindo a nova normativa de qualidade visual para frutas e hortaliças, enquanto Ênio Todeschini, engenheiro agrônomo da Gerência Regional da Emater/RS-ASCAR em Caxias do Sul, falou sobre as políticas públicas e adoção de boas práticas agrícolas, apresentando casos de sucesso nas diferentes cadeias produtivas. Samar Velho da Silveira, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho também participou, abordando as características da Produção Integrada de Uvas para Processamento (PIUP), demonstrando como esse sistema de produção atende as normas de rastreabilidade e segurança do alimento. Ao final desse Painel produtores participantes do Programa de Alimento Seguro Uva para Processamento - PAS Uva receberam o certificado de adequação ao Programa, que é mantido pelo Sebrae, em conjunto com o Ibravin, Senar, Senai e Embrapa Uva e Vinho.
No dia 05 de dezembro, o painel temático tratou de novas tecnologias no cultivo da videira, tendo como mediador o professor do IFRS Campus Bento Gonçalves, Leonardo Cury, que defendeu a mecanização na viticultura como forma de reduzir os custos de produção. O pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Joelsio Lazzarotto apresentou o estudo de caso relacionado à colheita mecanizada no sistema latada, conduzido em Nova Roma do Sul, RS, com as cultivares 'BRS Magna' e Isabel; nessa pesquisa foram avaliadas a colheita e pós-colheita, a incidência e controle de doenças na pós-colheita, além do transporte, processamento e qualidade do suco de uva elaborado com uvas colhidas com a colhedora mecânica. Logo depois, os irmãos Battistin, idealizadores dessa máquina, apresentaram o histórico do desenvolvimento da tecnologia, que já está em sua sexta atualização. Paulo Tesser, engenheiro agrônomo e tecnólogo em Viticultura e Enologia da Vinícola São João e Rogério Ciprandi, Gerente Agrícola da Tecnovin, apresentaram as perspectivas, vantagens e desvantagens da colheita mecânica nas duas empresas. Os debatedores concluíram que a colheita mecânica é uma oportunidade para o setor, porém ainda necessita ajustes, incluindo a adaptação dos sistemas de condução e produção e adequação dos equipamentos para recebimento da produção nas vinícolas. Além disso, é necessário gerar mais informações de pesquisa sobre o comportamento das uvas em pós-colheita, associado à qualidade dos derivados elaborados.
No terceiro dia, o tema foi a diversificação na propriedade: agroindústria. Os painelistas foram Cristiano Selbach, médico veterinário da Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Agricultura de Bento Gonçalves, e Rafael Vieira, coordenador da Vigilância Sanitária de Bento Gonçalves. A mediação foi feita por Ricardo Capelli, assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul na área de agroindústria. Após o intervalo, foi a vez da palestra de Luiz Carlos Molion, professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas, com a palestra sobre a influência do clima na produção de uva.
Espaço interinstitucional
A Embrapa organizou um espaço institucional compartilhado com a Emater/RS-ASCAR e IFRS-BG, no qual foram oferecidas aos interessados publicações e explicações sobre diversos temas ligados à viticultura, como as cultivares de uvas desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento Uvas do Brasil, manejo de vinhedos, pragas e doenças, propagação, rastreabilidade e processamento de uvas, com foco no vinho colonial.
"para Rodrigo Monteiro, analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Uva e Vinho, responsável pelo espaço interinstitucional, a Tecnovitis 2019 proporcionou uma integração maior das entidades de pesquisa, ensino e extensão rural da Serra Gaúcha, oferecendo um local para os visitantes acessarem diversas informações, recomendações e tecnologias ao mesmo tempo. A sinergia entre os profissionais da Embrapa, Emater e IFRS, iniciada ainda durante a organização do evento, esteve focada na viticultura sustentável e diversificada, não só para a Serra Gaúcha, mas para diversas regiões do Rio Grande do Sul e outros estados, que vieram até a Feira conhecer e se atualizar sobre o Setor".
Produtores visitantes
Produtores de todo o Brasil prestigiaram a feira, buscando conhecimento na área. Josimar Knopick, de Piên (PR), gostou das barracas demonstrativas. “Eu vim buscar conhecimento sobre pesticidas, doenças, variedades, equipamentos e ver como está o comércio da uva por aí. O estande conjunto da Emater, IFRS e Embrapa está bem organizado, bem atendido. Tá de parabéns”. Para Flávio Aguiar Folletto, produtor de Lajeado (RS), participou pela primeira vez da Tecnovitis: “Vim mais para ter contatos com fornecedores de insumos, pra parte de estruturação do parreiral, fornecedor de mudas, material pra cultivo protegido, ver o que tem de insumos, fertilizantes, no mercado, defensivos. Para a minha necessidade, a feira atendeu muito bem”.
A Tecnovitis é um evento promovido pelo Sindicato Rural da Serra Gaúcha e instituições parceiras. Acontece a cada dois anos e em 2019 o público visitante chegou próximo a 8 mil pessoas, segundo os organizadores.
Mª Francisca Canovas de Moura (7168 DRT/RS)
Embrapa Uva e Vinho
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Viviane Zanella (Mtb 144004)
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