A pesquisadora da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) Joana Ferreira, experiente especialista em pragas do coqueiro, recebeu uma homenagem especial da empresa Sococo, a maior fabricante de derivados de coco do Brasil, durante a cerimônia de comemoração dos 40 anos da atuação da empresa no Pará. Joana recebeu o prêmio de ‘Madrinha’ da organização, e a Embrapa recebeu a distinção de ‘Instituição de Pesquisa Parceira’, no evento que ocorreu no domingo (15) na fazenda da Sococo em Moju, no Nordeste do Pará, onde a empresa implantou em 1979 um grande projeto agrícola, com mais de 20 mil hectares de área plantada. “É muito gratificante e um enorme privilégio estar entre os homenageados, e de saber que todo trabalho realizado com amor, garra e comprometimento tem suas compensações, principalmente, quando este reconhecimento parte do ambiente externo ao de sua empresa”, declarou a pesquisadora. Para Joana, que ao longo de décadas tem atuado em cooperação com a Sococo no desenvolvimento de tecnologias sustentáveis de controle de pragas do coqueiro, a implantação em Moju de um projeto agrícola dessa magnitude foi algo respeitável, e merece igual reconhecimento o trabalho de todos os colaboradores envolvidos na condução das atividades na área. Nos dias antes da cerimônia de premiação, de 9 a 13 de dezembro, a pesquisadora participou do ‘1º Seminário sobre o ácaro-da-necrose-do-coqueiro (Aceria guerreronis)’, realizado na fazenda da Sococo. O objetivo do evento foi discutir as pesquisas visando o controle dessa praga, realizadas nas plantações da empresa em Moju e Santa Isabel do Pará em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA). O principal foco, segundo Joana, é traçar estratégias de manejo da praga considerando a preservação do meio ambiente, a redução dos custos de produção e a saúde dos operadores e consumidores. Atuação Graduada em Engenharia Agronômica pela Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP) e com mestrado em Entomologia pela Mississippi State University (MSU - Estados Unidos), Joana atua na Embrapa desde 1975, especialmente em manejo integrado de pragas com ênfase em controle biológico de pragas com fungos entomopatogênicos (que causam doenças nas plantas). Com ampla atuação em cooperação internacional por meio de institutos globais de pesquisas sobre pragas do coqueiro, Joana já visitou diversos países onde a produção de coco tem relevância social e econômica, tanto para apresentar resultados de pesquisas em congressos como para missões técnicas e treinamento e capacitação de agentes. Ela já foi consultora técnica da FAO (ONU) e da Organização Árabe para o Desenvolvimento Agrícola, além de editora técnica do livro ‘A Cultura do Coqueiro no Brasil’ e de diversas publicações sobre pragas da cultura. Entre suas grandes contribuições para o tema estão a armadilha plástica feita com garrafas pet para captura da broca-do-olho (Rhynchophorus palmarum), uma importante praga do coqueiro no Brasil, protocolos de controle de ácaros do coqueiro com uso de óleos vegetais combinados com detergentes neutros biodegradáveis e estudos dos aspectos bioecológicos e manejo do ácaro-da-necrose-do-coqueiro. Sococo no Pará Fundada em 1966 por um grupo português em Alagoas, a Sococo logo se estabeleceu como a empresa de vanguarda e inovação no país em termos de produção, processamento e distribuição de derivados do coco. Depois de muito investimento em pesquisas junto ao IRHO (Institut de Researches pour les Huilles et Oleagineaux), os representantes da marca decidiram que o município paraense de Moju, a 110 km de Belém do Pará, seria o local ideal para a plantação de espécies híbridas de coco. E assim surgiu em 1979 a Fazenda Sococo, apresentando uma área total de mais de 20 mil hectares. Mas recentemente, em 2007, a empresa expandiu sua atuação no estado também para produção de água de coco, com a implantação de um novo coqueiral no município de Santa Isabel, com 2 mil hectares de coqueiro anão. Por conta da instalação e expansão da Sococo no Pará, o estado assumiu papel de protagonista entre os grandes produtores do país, ficando atrás apenas dos líderes Bahia, Sergipe e Ceará, representando 12% da produção nacional em 2017, segundo dados do IBGE.