Alagoas investe em capacitação sobre ILPF para técnicos e extensionistas
Alagoas investe em capacitação sobre ILPF para técnicos e extensionistas
Técnicos extensionistas de Alagoas começaram, agora em dezembro/2019, um treinamento para adoção do sistema de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta em suas propriedades. A ideia é ampliar a área com sistemas silvipastoris (pecuária consorciada com plantios florestais) na Zona da Mata e na Zona do Agreste de Alagoas. O processo de capacitação continuada acontecerá em, pelo menos, sete módulos e, e além da parte teórica, prevê a instalação de áreas demonstrativas em propriedades rurais.
O primeiro módulo reuniu 34 participantes e teve como foco a conversão de pastagens em sistemas silvipastoris. “O componente arbóreo é um dos grandes diferenciais dos sistemas de integração. Além de proporcionar conforto térmico aos animais e gerar renda com a madeira, é o que mitiga o efeito das mudanças climáticas, com o sequestro de carbono. No entanto, é um componente que também necessita de planejamento e manejo adequados para que cumpra efetivamente seu objetivo”, explica Vanderley Porfírio-da-Silva, pesquisador da Embrapa Florestas e instrutor deste módulo.
O consultor Ademilson Neris dos Santos, da empresa Fazenda Eficiente, avalia que a realização do curso foi um marco importante na pecuária do estado, pois é algo inovador que pode gerar resultados acima da expectativa. “O conhecimento de novas tecnologias auxilia na melhor tomada de decisão dentro das empresas rurais. A partir da realização do curso, o sistema silvipastoril será uma das opções a serem consideradas quando da implantação de novos projetos ou até mesmo adequações de projetos já existentes”.
Na parte teórica, os participantes tiveram contato com informações como usos e formas de sistemas silvipastoris, exemplos nas diferentes regiões do país, conversão de pastagem convencional em sistema silvipastoril, fundamentos do sistema, critérios para implantação e manejo das árvores. Na prática, os participantes elaboraram projetos para conversão de pastagem convencional em sistemas silvipastoris, focados nas realidades onde atuam, e agora vão a campo implantar os projetos. “Essa dinâmica pretende dar continuidade ao aprendizado de forma efetiva e também fomentar discussões baseadas na realidade nos próximos módulos”, afirma o pesquisador.
Para Diogo Lôbo, consultor em implantação de sistema de pastoreio Voisin e que trabalha com gestão e reprodução de pecuária de leite e corte em Alagoas, “o curso foi inovador. Foram muitas informações novas, desde a parte de conforto térmico dos animais quanto melhoria da produtividade de pasto, e possibilidade de aumento da rentabilidade por hectare ao ano”.
Alberon Cabral Toledo, Diretor de Planejamento do Sindicato de Energia do Estado de Alagoas, explica que há uma mudança no estado do cultivo da cana de açúcar para a pecuária. Com isso, identificaram oportunidade para agregar o cultivo de eucalipto com a introdução dos sistemas silvipastoris. “A motivação é que também melhora a qualidade da pecuária e queremos fazer bem feito desde o começo, por isso o apoio e incentivo a esse trabalho com a Embrapa”, explica.
Lineu Domitt, pesquisador da Embrapa e um dos organizadores da capacitação continuada, acredita que a ampla parceria que se estabeleceu para a realização do projeto vai possibilitar um processo contínuo, com diversos módulos e fases. “O objetivo é termos técnicos muito capacitados, que possam atender a demanda dos produtores rurais que queiram implantar o silvipastoril, sejam com qual espécie for” à medida que os módulos da capacitação continuada evoluírem, podem acontecer novos arranjos e identificadas novas necessidades”.
A “Capacitação Continuada de Técnicos em ILPF nas Zonas da Mata e do Agreste – ILPF em Alagoas” é uma iniciativa da Embrapa, Sebrae e Federação das Indústrias do Estado de Alagoas e conta com a parceria nacional da Associação Rede ILPF e parceria local da Emater/AL; Seagri/AL; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; DFA/AL; FAEAL; UFAL; IFAL e Banco do Nordeste e Banco do Brasil.
Katia Pichelli (MTb 3594/PR)
Embrapa Florestas
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