Ações de transferência de tecnologia em melhoramento animal rondaram o País em 2019
Ações de transferência de tecnologia em melhoramento animal rondaram o País em 2019
Foto: Divulgação
O tema melhoramento genético animal chegou aos alunos do Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte do Senar/MS.
O objetivo era atender a demanda crescente por capacitação em melhoramento genético de gado de corte e foi com esse foco que as equipes de melhoramento da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) e da empresa Geneplus Consultoria Agropecuária Ltda. levaram um modelo concentrado de treinamento a vários cantos do País.
“Tendo em vista a expansão dos sistemas de produção para novas regiões, especialmente, do centro-norte do País, a solução foi levar a essas regiões mais distantes um modelo concentrado de treinamento. Assim, com um ou dois dias, e com no máximo cinco pesquisadores - ao invés de até quinze ou mais com a grade completa – foi possível levar aos usuários a essência do curso, com mais facilidades de realização e menos custos”, afirma o responsável pela transferência de tecnologia do Programa Embrapa Geneplus, o pesquisador Antônio do Nascimento Ferreira Rosa.
Em 2019, os treinamentos itinerantes passaram pelas cidades de Britânia (GO), Rio Branco (AC) e Jataí (GO), além de uma ação direta com os alunos do Centro de Excelência em Bovinocultura de Corte do Senar, em Mato Grosso do Sul, e o tradicional curso (grade completa) na Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS). Desde 98, a Unidade da Embrapa realiza esse curso de Melhoramento Genético Aplicado, com duração de quatro dias, e apesar de já ter alcançado a marca de 31 edições, a demanda permanece e está cada vez mais diversificada.
Ao redor de 300 pessoas entre produtores rurais, gerentes, técnicos e estudantes das ciências agrárias receberam a capacitação concentrada. Nos anos anteriores, a iniciativa esteve em Mato Grosso, Bahia, Tocantins e Rondônia. Para 2020, o melhorista conta que estão programados eventos para os Estados do Pará (Redenção), Maranhão (Balsas) e, novamente, Mato Grosso, na cidade de Pontes e Lacerda.
Rosa ressalta que o resultado do sistema de produção é “decorrente das interações entre a genética e as boas práticas de criação. Conduzir esse processo com eficiência econômica exige empenho e conscientização sendo que a difusão de tecnologia e a capacitação dos técnicos e produtores rurais envolvidos são pontos fundamentais”.
O grupo liderado por Antonio Rosa inclui pesquisadores da Embrapa, Geneplus e instituições parceiras: Andrea Egito, André Ferraz (UEMS), Andrey Zolmann (Agropecuária LC), Danila Rodrigues Frias (Universidade Brasil), Eliane Silva (UFMS), Elias Martins (UTFPR), Eriklis Nogueira, Fabiane Siqueira, Fernando Paim, Gelson Feijó, Gilberto Menezes, Guilherme Malafaia, Henrique Ayres (MSD Saúde Animal), João Batistelli (Geneplus), José Carneiro Jr., Juliana Borges Silva, Leonardo Nieto (Geneplus), Lucas Silva (Geneplus), Luiz Pfeifer, Luiz Orcírio Oliveira, Luiz Otávio Silva, Marina Bonin (UFMS), Maury Souza Jr. (Geneplus), Paulo Nobre (Geneplus), Pedro Alcântara, Roberto Torres Jr., Rodrigo Barbosa, Rodrigo Gomes, Sergio Medeiros, Thais Amaral e Vanessa Souza.
Outras iniciativas
Além disso, durante o primeiro semestre, o especialista foi convidado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) para o Projeto “Acrimat em Ação”, percorreu 33 municípios e atendeu cerca de cinco mil pessoas das regiões do Pantanal e Vale do Guaporé, Vale do Araguaia, Centro Norte e Noroeste do Estado, entre pecuaristas, técnicos, extensionistas e estudantes. O Acrimat em Ação é um programa itinerante que leva informações aos produtores de todas as regiões do Estado. Paralelamente, a equipe coleta dados sobre a situação da produção de carne.
Com o tema “Da cria ao abate: mais peso, mais lucro”, Rosa ressaltou a premissa que acompanha o grupo: uma visão holística do sistema produtivo como um todo, tendo a genética como ponto central. Os reflexos disso são observados, por exemplo, no Balanço Social (ano base 2019) da Empresa, em que o programa de melhoramento genético da raça Nelore apresentou um benefício econômico de R$ 69 milhões de reais, estimado pela melhoria no peso dos bezerros a desmama, a partir da utilização de touros geneticamente superiores identificados e lançados ao mercado pelos criadores associados ao Programa. Ao todo, são onze raças acompanhadas e um rebanho de 2,3 milhões de animais.
Ainda em 2019, os trabalhos com genética foram difundidos em feiras e exposições, como Dinâmica Agropecuária (Dinapec - Campo Grande/MS), Expogenética (Uberaba/MG) e Circuito Geneplus, e uma intensa agenda de divulgação de resultados por meio de palestras e ferramentas de comunicação. A Prova de Avaliação de Desempenho da raça Nelore, as Unidades de Demonstração de Seleção das raças Nelore, Caracu e Senepol e a prospecção de demandas junto aos usuários do Programa Geneplus encerram a agenda de atividades.
As ações de transferência são uma oportunidade não somente de atualização técnica, mas também de discussões que possam contribuir para a melhoria dos sistemas de produção e da sustentabilidade do negócio.
Dalízia Aguiar (MTb 28/03/14/MS)
Embrapa Gado de Corte
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