10/01/20 |   Gestão Estratégica

Embrapa participa de congresso de gestores municipais em AL

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Foto: Dalmo Oliveira

Dalmo Oliveira - Santiago falou para público composto por secretários municipais de Agricultura

Santiago falou para público composto por secretários municipais de Agricultura

“A agricultura de Alagoas e a atuação da Embrapa Alimentos e Territórios no Estado” foi o título da palestra proferida no último dia 13, pelo pesquisador Antônio Dias Santiago em um dos eixos do congresso “Cidades e Gestores” realizado pela Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Maceió.

Ele fez um panorama abrangente sobre diversos setores da agropecuária em Alagoas e de como a estatal do Ministério da Agricultura vem atuando em áreas estratégicas. Santiago destacou as grandes oportunidades que ainda vão surgir com a implementação do Canal do Sertão, mas fez um alerta: “É preciso ter cuidado com o uso da irrigação!”.

Especialista em agroenergia e agricultura familiar, Antônio Santiago, que também já atuou como secretário de Agricultura em Alagoas, diz que é preciso monitorar com cuidado a agricultura irrigada para evitar salinização dos solos e outros danos ambientais decorrentes da utilização dessa técnica de manejo de águas. “Na Embrapa, estamos iniciando estudos para apoiar o cultivo protegido de horticultura em larga escala, que tem uma potencialidade enorme naquela região”, disse. 

Pesquisas da Embrapa já atestaram o crescente interesse na produção de hortaliças sob ambiente protegido está associado ao aumento de renda dos consumidores, à urbanização da população brasileira e gradualmente à intensificação da preocupação com o alimento seguro, com o decréscimo no uso de pesticidas químicos e com o aumento na eficiência no uso de água e fertilizantes.

Santiago chamou atenção também para importância do cultivo de hortaliças para a região polarizada por Arapiraca. “Os estudos sobre a mandioca e sua cadeia produtiva também deverão continuar a receber nossa atenção. Ele disse que a estatal deverá centrar esforços para o fortalecimento da Bacia Leiteira alagoana e deverá ter uma participação importante no novo programa do Ministério da Agricultura, o AgroNordeste.

Assistência técnica

Durante a palestra, Santiago destacou a importância dos serviços de assistência técnica rural. “Sem investimentos numa assistência de qualidade técnica não conseguiremos avançar muito rapidamente na exploração das potencialidades do Canal”, afirmou.

O pesquisador mencionou ainda outras áreas de interesse da nova Unidade da Embrapa recém-instalada na capital alagoana, como as pesquisas para a cadeia do mel, destacando especialmente a produção da própolis vermelha. “Um dos focos do nosso trabalho será exatamente as interfaces entre saúde e nutrição”, acrescentou.

Santiago falou para uma plateia seleta com a presença de, pelo menos, seis secretários municipais de Agricultura. Ele disse que a implantação do novo centro de pesquisas, que deverá ser instalado definitivamente na zona rural de Maceió, na comunidade Saúde, no litoral norte, só foi possível por causa da sensibilidade da senadora e ex-ministra Katia Abreu (PDT-TO), umas das palestrantes-masters do evento. “Ela nos apoiou no momento inicial reforçando a importância de criação de uma unidade de pesquisa com esse foco”, lembrou Santiago.

“Em nome de todos da Embrapa, eu gostaria de agradecer mais uma vez o apoio que recebemos de toda a bancada federal de Alagoas na aprovação da Emenda  Orçamentária para a implantação e fortalecimento da Embrapa Alimentos e Territórios aqui no estado”, ressaltou.

Selo Arte

A pesquisadora Patrícia Bustamante, que compõe a equipe da Embrapa Alimentos e Territórios, também participou do congresso acompanhando as discussões da Oficina de Produtos Artesanais – Selo Arte. O encontro reuniu técnicos de diversas instituições para contribuir com a estruturação do Programa Estadual de Produtos Artesanais. 

“Um dado importante é que Alagoas está sendo o primeiro Estado da federação a receber essas informações de maneira descentralizada. Em seguida será o Paraná, ainda no primeiro semestre de 2020”, comentou Bustamante. Ela disse que há uma perspectiva dos setores produtivos interessados, especialmente pelo potencial de geração de empregos e de renda, tendo em vista o surgimento de micro-empreendimentos no setor.

A Embrapa está interessada em oferecer soluções tecnológicas para fomentar inclusões socioprodutivas, especialmente para obtenção de selos-arte na cadeia de lácteos e seus derivados. “Existem muitos produtores que atuam na informalidade que precisam ser incluídos nesse processo, beneficiando milhares de famílias de agricultores também aqui no Nordeste”, diz Patrícia. 

 

Fruticultura irrigada

Além do pesquisador da Embrapa, o eixo-temático contou também com a fala de Hibernon Cavalcante, superintendente do Desenvolvimento Agropecuário da SEAGRI. Ele destacou que o Canal do Sertão representa uma oportunidade de infraestrutura real também para o cultivo de uma fruticultura diferenciada.

“Além da manga e do coco, já tem muita gente plantando maçã, amora, blue-berry e umbu-cajá, uma cultura que chega a produzir até mil quilos por planta”, relata Cavalvante com entusiasmo indisfarçável. “Há um campo promissor para desenvolvermos uma fruticultura com os gostos locais”, firma.

Outra fala interessante foi feita por Luciano Monteiro da Silva, presidente do Fórum de Secretários Municipais de Agricultura de Alagoas. Ele destacou a criação da Rota da Fruticultura, que está articulada em tono de 19 cultivos frutícolas e já envolve atualmente cerca de 8 mil propriedades rurais, tendo a cidade de Igaci como polo estratégico onde foi instalada uma unidade de beneficiamento. 

Monteiro ressaltou que a Rota está privilegiadamente instalada numa posição geográfica que conta com uma logística aeroportuária importante, o que facilita e barateia os custos para exportação. Ele acrescentou que essa Rota poderá agregar um circuíto turístico também promissor. 

Redenção

A senadora Renilde Bulhões (PROS) acompanhou boa parte das palestras. Ao final, ela disse aos presentes que vê a agricultura como redenção da economia. “Não há riqueza nas cidades se o campo não estiver produzindo”, comentou.

O congresso da AMA acontece paralelamente a uma grande exposição dos municípios de Alagoas, que montaram estandes na área de feiras do centro de convenções, no Jaraguá. Esse ano o tema escolhido foi “Gestão pública de resultados – Inovação, eficiência e transparência”.

Dalmo Oliveira (0859 MTE-PB)
Embrapa Alimentos e Territórios

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