Produtores de Presidente Figueiredo conhecem tecnologias para produção de banana
Produtores de Presidente Figueiredo conhecem tecnologias para produção de banana
Mais de 80 produtores rurais participaram nesta terça-feira (4/2/2020) do dia de campo Tecnologias para Produção de Bananas no Estado do Amazonas, que a Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus,AM) promoveu em parceria com a Secretaria Estadual de Produção Rural (Sepror), no ramal do Paulista, município de Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros de Manaus).
O evento aconteceu na Unidade de Referência Tecnológica (URT), implantada em área de agricultor parceiro da Embrapa, onde foram apresentados os resultados de produtividade das cultivares de banana BRS Pacoua, BRS Princesa, BRS Japira e o plátano cv. Pacovan, com a adoção de práticas culturais recomendadas para a cultura. O plantio recebeu controle químico contra a doença Sigatoka-negra nas cultivares suscetíveis e foi realizada a irrigação nos cultivos.
No Dia de Campo também foram apresentadas informações sobre todas as práticas culturais utilizadas até a colheita do primeiro ciclo produtivo, como abertura de covas e adubações de cobertura, desperfilhamento, remoção de folhas, eliminação do coração, capina e coroamento, cuidados na colheita e pós-colheita, controle químico da sigatoka-negra e irrigação. As informações foram apresentadas pelos pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental, Mirza Pereira, Luadir Gasparotto e pelos técnicos Antonio Sabino Neto e Ricardo Rebello.
Segundo Gasparotto, o dia de campo serviu para compartilhar os conhecimentos com os agricultores. “A produtividade no Amazonas ainda é baixa, entre 7 a 8 toneladas por hectare e estamos mostrando aqui uma produtividade da banana pacovã entre 20 a 25 toneladas por hectare e a longevidade também que nós queremos dos plantios é de 10 a 15 anos por que os nossos plantios não duram mais do que 2 a 3 anos”, explicou.
O Estado tem potencial para a cultura da banana, segundo Gasparotto, pelo menos para o consumo interno. “Temos sol, chuva, terra para produzir, em melhores condições do que em outras regiões”, comenta. “Enquanto na região Sul leva 15 meses para produzir, aqui se produz em 10 meses, porque temos condições favoráveis para a produção de banana”, comenta. O que falta, segundo ele, é transferir as tecnologias que a Embrapa tem aos agricultores para eles atingirem maior produtividade.
O pesquisador considerou positivo o evento pelo entusiasmo e interesse dos participantes, que aproveitaram o momento para fazer perguntas e retirar dúvidas. “A participação foi muito boa, eles fizeram muitas perguntas, acredito que estão entusiasmados em produzir banana”.
Para o presidente da Associação Comunitária dos Micro e Pequenos Produtores do Ramal do Paulista, José Reginaldo Pereira Borges, o dia de campo serviu pra comprovar que com tecnologia se consegue melhorar a produção. “Ficamos muito satisfeitos, por que são informações vindas da Embrapa em parceria com o Idam e nós devemos aproveitar”, comentou. “Nós queremos aprender mais tanto da banana, quanto da laranja e demais produtos”.
A Associação tem 210 produtores rurais cadastrados que produzem principalmente côco, abacaxi, banana e melancia que são comercializados na Feira do Produtor em Manaus. Toda semana, segundo Reginaldo, saem dois caminhões carregados para as feiras da capital. Quantidade que espera poder duplicar com o uso de tecnologias.
Luiz Herval, representante da Sepror, disse que o dia de campo serviu para divulgar uma Unidade que a Embrapa implantou há um ano no Ramal do Paulista, e como já estava havendo a colheita seria uma bela oportunidade de repassar essas informações técnicas aos agricultores e técnicos da região.
Falando da importância do dia de campo, Luiz Herval ressaltou que o evento foi direcionado aos produtores que não conhecem esse trabalho desenvolvido pela Embrapa, para que eles pudessem aproveitar para trocar informações, se conhecerem, manterem contatos e no futuro melhorarem seus plantios. Principalmente por que muitos produtores implantam seus bananais usando o conhecimento familiar, e a Embrapa traz novas informações. Mas o objetivo da pesquisa é mostrar que com planejamento se consegue maior produtividade e lucro sem precisar desmatar novas áreas.
O cenário de produção de banana no Amazonas, segundo Luiz Herval, ainda é de importação de outros estados. Quando a Sigatoka negra entrou no estado do Amazonas em 1998, havia 50 mil hectares de banana plantados em todos os municípios. Atualmente esse plantio está em torno de 11 mil hectares, ou seja, nunca mais se conseguiu recuperar o tamanho de área plantada devido à doença.
A Unidade de Referência também serviu para mostrar aos agricultores como é possível conviver com a doença mesmo com variedades de bananeiras que não são resistentes à sigatola negra, por meio da aplicação de produtos químicos em determinadas épocas do plantio. Foi demonstrado o uso do aplicador de fungicida na axila da bananeira, um método criado pela Embrapa, para evitar o contágio da doença.
O agricultor Romário Silva Santos, proprietário da área da URT, onde foram plantadas 1.275 bananeiras em 1,5 hectare, disse que a tecnologia veio pra mudar o modo de plantar e garantiu estar satisfeito com os resultados.
Será realizado também Dia de Campo com o mesmo tema em Silves no dia 11 de fevereiro e em Iranduba, 18 de fevereiro. Em todos estes as atividades acontecerão em Unidades de Referência Tecnológica (URTs), implantadas em áreas de agricultores parceiros, onde serão apresentados os resultados de produtividade das cultivares de banana BRS Pacoua, BRS Princesa, BRS Japira e o plátano cv. Pacovan, com a adoção de práticas culturais recomendadas para a cultura.
As Unidades de Referência Tecnológica (URTs) implantadas nesses municípios fazem parte de projeto de Transferência de Tecnologias para a Cultura da Banana, desenvolvido pela Embrapa Amazônia Ocidental, viabilizado com recursos provenientes de emenda parlamentar.
Maria José Tupinambá (114 DRT-AM)
Embrapa Amazônia Ocidental
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