Missão brasileira participa de intercâmbio sobre bicudo do algodoeiro no Peru
Missão brasileira participa de intercâmbio sobre bicudo do algodoeiro no Peru
Foto: Embaixada do Brasil no Peru
O embaixador do Brasil no Peru Rodrigo Baena Soares recebeu os pesquisadores da Embrapa e o diretor executivo da Abrapa Brasil, que estiveram no Peru para intercambio de informações sobre setor algodoeiro
Dois pesquisadores da Embrapa e o diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) participaram de missão técnica no Peru durante a semana passada, 12 a 14 de fevereiro, com o objetivo de trocar informações sobre um inimigo comum – a praga do bicudo do algodoeiro, um dos maiores desafios da cultura nos dois países. A missão faz parte do projeto de cooperação para Fortalecimento do setor Algodoeiro por meio da cooperação Sul-Sul, que envolve os governos dos dois países, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
“O conhecimento do ambiente de produção peruano e do comportamento do bicudo peruano, para entender os motivos da ausência do bicudo mexicano (presente no Brasil) podem fornecer subsídios para um maior entendimento e eventuais recomendações de manejo do bicudo com base nesta experiência”, explica o pesquisador da Embrapa Algodão José Ednilson Miranda, que integrou a missão juntamente com pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Raul Alberto Laumann, especialista em controle biológico de pragas, e pelo diretor executivo da Abrapa, Márcio Portocarrero.
A agenda incluiu reuniões com equipes do Instituto Nacional de Inovação – INIA (órgão correspondente a Embrapa no Peru) e Serviço Nacional de Sanidade Agrária – SENASA, bem como, visita a campo em regiões produtoras de algodão com a presença de bicudo e de hospedeiros alternativos, como Pisco e Piura.
Entre os resultados esperados estão a definição de possíveis ações conjuntas entre a Embrapa, a Senasa, INIA e Abrapa, no âmbito do projeto + Algodão, que visa garantir a sustentabilidade da produção de algodão latino-americana com uma abordagem sistêmica, com a colaboração de instituições brasileiras reconhecidas por seus conhecimentos e experiência em pesquisa e políticas públicas, assistência técnica e extensão rural, comercialização e organização da cadeia de valor.
Outro objetivo da missão foi conhecer os resultados da visita de intercâmbio de experiências das pesquisadoras do INIA, que foram treinadas durante dois meses pela Embrapa Algodão no final do ano passado.
Durante o intercâmbio, as pesquisadoras conheceram o sistema de cultivo e de organização dos produtores; cultivo do algodão em consórcios alimentares como estratégia de diversificação e segurança alimentar dos agricultores familiares; o processo de transferência de tecnologia; aproximação com o mercado de preço justo; e aproveitamento da água na região semiárida, que se assemelha às condições da região onde se cultiva algodão no Peru.
A equipe da Embrapa observou que o Peru é um antigo centro de origem do algodão na América Latina, onde existe a variedade do algodão Pima Peruano de fibra extralonga, que agrega valor ao tecido. “Essa variedade não existe no Brasil e o intercâmbio de germoplasma significaria um ganho para os dois países”, diz o relatório do intercâmbio.
Edna Santos (MTb 1700 CE)
Embrapa Algodão
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