Sistema Biobed Brasil: uma nova tecnologia para tratamento de agrotóxicos
Sistema Biobed Brasil: uma nova tecnologia para tratamento de agrotóxicos
Adaptação de sistema sueco é uma alternativa ambientalmente segura para tratar os resíduos
Durante a 38º Expointer, os visitantes poderão conhecer o Sistema Biobed Brasil, tecnologia para disposição final de efluentes contaminados com agrotóxicos originados na produção de frutas de clima temperado, no protótipo instalado junto à Casa da Embrapa, em Esteio. A nova opção é uma alternativa ambientalmente segura para tratar os resíduos da lavagem de máquinas recolhidos em rampas construídas sobre o fosso para a coleta dos vazamentos e respingos, onde são executadas as atividades com os agrotóxicos e o manejo do pulverizador.
O Sistema Biobed Brasil foi desenvolvido pelo pesquisador Luciano Gebler, da Embrapa Uva e Vinho, a partir do modelo Biobed utilizado na Suécia, desde 1993. Durante cinco anos, ele conduziu pesquisas visando a sua adaptação para as condições de produção de frutas de Clima Temperado do sul do Brasil.
Gebler comenta que o Biobed reproduz o modelo de atenuação que acontece livremente na natureza, porém em uma situação criada para favorecer e acelerar o processo. "O Biobed depende basicamente da atuação de fungos lignolíticos, também conhecidos como fungos filamentosos brancos, que são os agentes microbiológicos degradadores de resíduos de agrotóxicos", esclarece. Entre os pontos positivos da nova tecnologia, Gebler destaca o baixo custo e eficiência, além de ser ambientalmente segura e adequada para ser utilizada na propriedade.
O Sistema Biobed Brasil
O Sistema é constituído de uma estrutura simples, originalmente um fosso cavado no solo, impermeabilizado ou não, preenchido com uma mistura de solo agrícola, palha e turfa, denominado de substrato, sobre o qual é plantado uma cobertura de grama que irá receber os resíduos de agrotóxicos. O substrato poderá ser utilizado por períodos de até 12 meses sem necessidade de substituição, dependendo da intensidade de uso.
O Biobed permite uma aeração melhor do que existe no solo, favorecendo processos aeróbicos para degradação de agrotóxicos no ambiente. Após determinado tempo, variável segundo o contaminante e as condições ambientais do meio onde ocorre a degradação, as moléculas de agrotóxico que restarem estarão fortemente fixadas por adsorção nos microporos das argilas ou da matéria orgânica do solo.
Seguindo a recomendação original para substratos descartados do Biobed, o material deve ser armazenado por um período de seis meses na forma de compostagem, considerando essa etapa como um fator adicional de segurança na degradação e dissipação dos resíduos de agrotóxicos.
Após essa fase de compostagem, recomenda-se a dispersão do substrato antigo nas áreas agrícolas da propriedade rural, de forma que todo o efluente e resíduo gerado nos processos produtivos da propriedade permaneça controlado dentro dos seus limites físicos e legais.
O pesquisador Gebler comenta que, em função do clima mais úmido, algumas adaptações foram necesárias para o uso do sistema no Brasil. "Foi necessária uma maior profundidade do reator, uso de cobertura em locais mais úmidos e substituição de palha de milho por palha de trigo no substrato. Essas mudanças garantem a segurança ambiental necessária para o processo de tratamento", informou Gebler. Ele também avaliou que algumas questões, como a substituição da turfa (material natural e relativamente escasso e caro), por fontes alternativas de fonte de carbono orgânico é um dos principais desafios a serem trabalhados futuramente pela pesquisa.
Informações adicionais sobre a tecnologia podem ser obtidas em www.embrapa.br/uva-e-vinho ou na Casa da Embrapa, na Expointer.
Viviane Zanella (Mtb14004)
Embrapa Uva e Vinho
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