23/03/20 |   Biodiversidade

Prêmio reconhece boas práticas de sistemas agrícolas tradicionais no Brasil

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Foto: Dalmo Oliveira

Dalmo Oliveira - Pesquisadores durante visita técnica aos marisqueiros na comunidade da Palatéia, município de Retiro (AL)

Pesquisadores durante visita técnica aos marisqueiros na comunidade da Palatéia, município de Retiro (AL)

Embrapa, FAO e IPHAN vão realizar cerimônia com os contemplados no segundo semestre em Maceió

 

A cidade de Maceió (AL) sediará, no segundo semestre, o evento de cerimônia para entrega do 2º Prêmio BNDES de Boas Práticas para Sistemas Agrícolas Tradicionais. O evento terá a organização local da Embrapa Alimentos e Territórios. Três iniciativas de Alagoas estão na disputa esse ano. A premiação visa reconhecer boas práticas de salvaguarda e conservação dinâmica de bens culturais e imateriais associados à agrobiodiversidade e à sociobiodiversidade.

As experiências alagoanas inscritas foram a do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e
Sustentabilidade (IABS), mostrando melhoria das estruturas, processos e comercialização do cultivo de ostras, no litoral sul do Estado. A da Associação de Agricultores Alternativos (AAGRA), com a criação do banco comunitário em Olho D'água e de uma “moeda social” no município de Igaci. Já o Instituto Palmas inscreveu a experiência de implantação de banco de sementes do ouricuri, na região de Piranhas, no Vale do Xingó.

A premiação é uma iniciativa do BNDES em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Saiba mais detalhes aqui.

“Os sistemas agrícolas de povos indígenas e comunidades tradicionais são parte importante da dinâmica econômica de diversas regiões do país e sua manutenção está vinculada aos saberes ancestrais dessas populações, patrimônios culturais que guardam modos únicos de preservação da agrobiodiversidade, diz a pesquisadora Patrícia Bustamante.

Ela é consultora do Comitê Científico Consultivo da FAO (SAG, sigla em inglês para o Scientific Advisory Group), que reconheceu recentemente o sistema de colheita de flores "sempre-vivas" na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, como patrimônio agrícola mundial. “Esta foi a primeira vez que a agência das Nações Unidas distinguiu o Brasil. Já houve reconhecimento de registro de patrimônio agrícola mundial em 22 países”, comenta Bustamante.

Criado pela FAO na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável em 2002, o registro dos Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM) reconhece territórios na Ásia, na África e no Oriente Médio e três na América Latina. Patrícia explica que esse registro distingue lugares onde a produção tradicional trabalha em prol da segurança alimentar das comunidades, respeitando a biodiversidade e a vida selvagem.

João Roberto Correia é outro pesquisador da Embrapa Alimentos e Territórios que participou ativamente de todas as etapas da primeira edição do prêmio. Ele atua como contraparte da estatal no Acordo de Cooperação Técnica com o IPHAN. “A primeira edição do Prêmio BNDES de Boas Práticas para Sistemas Agrícolas Tradicionais nos permitiu mapear cerca de 50 Sistemas Agrícolas Tradicionais (SATs) Brasileiros com potencial de se tornarem Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (GIAHS, na sigla em inglês), esperamos que na segunda edição pelo menos 40 SATs sejam incluídos nesta lista”, comenta.

Está previsto para ainda este primeiro semestre de 2020 a divulgação do resultado dos premiados na segunda edição do prêmio, coordenado desta vez pela Embrapa, IPHAN, FAO Brasil e Secretaria da Agricultura Familiar e Cooperativismo do MAPA.

 

Dalmo Oliveira (0859 MTE-PB)
Embrapa Alimentos e Territórios

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