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Embrapa Gado de Leite recebe produtoras no evento "Mulheres"

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Foto: Marcos La Falce

Marcos La Falce - Da esquerda para a direita: Jaqueline Ceretta, Maria Antonieta Gazelli e Maria Thereza Rezende

Da esquerda para a direita: Jaqueline Ceretta, Maria Antonieta Gazelli e Maria Thereza Rezende

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no domingo, dia 8, a Embrapa Gado de Leite lançou na quarta-feira, dia 11, a série de eventos Mulheres. Entre as convidadas, a miss Brasil, Júlia Horta, que falou sobre autoconhecimento e empoderamento. Após sua apresentação, foi realizado o painel Mulheres do Leite, que trouxe a experiência de três produtoras que se destacam na atividade leiteira: Maria Thereza Rezende, Jaqueline Ceretta e Maria Antonieta Gazelli.

A modelo e jornalista juizforana Julia Horta ganhou muita visibilidade ao vencer, ano passado, o mais tradicional concurso de beleza do país, o Miss Brasil. Com perfil ativo nas redes sociais, saltou de 70 mil para mais de 400 mil seguidores imediatamente após a conquista do título. Comunicadora nata, decidiu, então, aproveitar sua projeção para fazer a diferença pelas pessoas que representava. “Não queria ser só reconhecida pela beleza”, afirmou. Passou a ser digital influencer e a fazer palestras pelo país, com foco na equidade e sororidade, uma espécie de irmandade entre as mulheres, que visa prestar qualquer apoio que se possa dar a todas as mulheres, conhecidas ou não.

A miss Brasil conta que só passou a alcançar seus objetivos com sucesso após se conhecer melhor. Com apoio profissional e da família, começou a trabalhar a própria personalidade, definir o que queria e lutar pelos seus objetivos. “Conhecer a si própria é o diferencial fundamental. Não adianta só a estética ou posição de poder e liderança. Tem que sentir que merece o lugar que ocupa”, aconselha.

Mulheres do Leite – A jovem gaúcha Jaqueline Ceretta formou-se em Química (2011) e fez pós-graduação em gestão, licenciamento e auditoria ambiental (2012). Atuava na indústria láctea até 2015, quando decidiu realizar o desejo de ter seu próprio negócio. Resolveu investir na pequena propriedade da família, em Ijuí (RS). Desde então, decidiu trazer para a realidade da Fazenda Ceretta tudo que dava certo nas outras propriedades. Foram muitos cursos e muita dedicação para transformar a fazenda em um exemplo de sustentabilidade. A produção anual atingiu, em 2019, apenas quatro anos após seu retorno, 22 mil e 250 litros anuais com pouco mais de 40 animais (11 em lactação). E sua a meta é fechar 2020 com mais de 27 mil litros. Outro foco de sua atuação é a qualidade. Em três anos a contagem de células somáticas do leite que produz caiu de 396 para 157. “Para nós não existe a limitação de não conseguir porque é pequeno produtor. Se alguém um dia conseguiu, você também pode conseguir”, frisa.

Assista o vídeo com depoimento de Jaqueline Paim Ceretta

Graduada em Tecnologia da Informação e com especialização em Gestão Estratégica em Agribusiness, a mineira Maria Antonieta Guazelli assumiu a fazenda Palmito, em Poços de Caldas (MG), em 2002, sucedendo o pai, fundador da empresa Laticínios Rex. Até então, fazenda para ela era só para lazer ou relaxar nos finais de semana. Sua experiência profissional era na frenética São Paulo e em uma área totalmente diferente. Ao ver-se na responsabilidade de assumir uma propriedade rural, optou pelo caminho da humildade, ouvindo com atenção as pessoas com mais experiência de vida no campo. Ao mesmo tempo que tocava o negócio da família, estudava e procurava ampliar os conhecimentos técnicos e práticos. A partir de 2014, passou a se dedicar integralmente à fazenda e hoje é referência nacional em gestão na cadeia produtiva do leite. O foco de Maria Antonieta e sua equipe é na sustentabilidade. “Nossa família tem ascendência europeia, cujos antepassados passaram muitas dificuldades com guerras e crises graves. Portanto, o desperdício é algo combatido em todos os seus aspectos”, explica. A fazenda Palmito tem 68 funcionários, 37 pessoas moram na propriedade. Segundo ela, a preocupação não pode se resumir a pagar salários. “É preciso se preocupar com o bem estar geral de toda aquela comunidade”.  Ela é ativa participante de organizações que defendem os interesses da mulher atuante no campo e garante que a participação feminina no agro tende a crescer muito nos próximos anos.

Assista o vídeo com depoimento de Maria Antonieta Guazzelli

Ao contrário de Jaqueline e Maria Antonieta, a também mineira Maria Thereza Rezende não vem do meio rural. Seu contato com fazenda se limitava a algumas poucas visitas. Até que, em 2004, a família herda a fazenda dos avós, em Arcos (MG), que estava em péssimas condições. Advogada tributarista, trouxe a visão empresarial para o novo negócio, do qual ela sempre esteve mais à frente do que o marido. Optaram pelo leite mais em razão de uma visão bucólica que trazia em mente dos filmes europeus. Logo perceberam a complexidade da atividade, mas ela não se deixou desanimar. Foram muitos estudos e avaliações de pontos fracos e fortes para transformar a Fazenda da Vovó em uma propriedade rentável. Ela até decidiu fazer zootecnia e especializou-se em nutrição animal e gestão de pessoas. Uma das principais ações desde que assumiram a fazenda foi a criação de ferramentas de gestão de fácil aplicabilidade para que os funcionários também pudessem utilizar na ausência deles. “Para obtermos sucesso, foi necessário se aprofundar no conhecimento técnico: manejo, forrageiras, nutrição, sanidade, reprodução, conforto animal e qualidade”, ressalta.

Assista o vídeo com depoimento de Maria Thereza Rezende

 

 

 

 

Marcos La Falce
Embrapa Gado de Leite

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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