08/09/15 |   Agricultura familiar

Pesquisa aproxima agricultores com projetos em Território e Desenvolvimento

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Foto: Paulo Lanzetta

Paulo Lanzetta - José Humberto, da Embrapa Cerrados, discorre sobre sua experiência em projetos em territórios como em Unaí, interior de Minas Gerais.

José Humberto, da Embrapa Cerrados, discorre sobre sua experiência em projetos em territórios como em Unaí, interior de Minas Gerais.

Oficina capacita grupo de trabalho para reflexão conceitual e metodológica de territorialidade. Ação é motivadora de trabalho insterinstitucional entre universidades, instituições de pesquisa e associações de agricultores.
 
Em busca de novas estratégias para aproximação com as comunidades dos agricultores e de trabalhar o conceito de território como fonte de demanda de ações para pesquisa e para transferência de tecnologias é o que motiva um grupo de pesquisadores, professores e técnicos a se envolverem na realização da Oficina Território e Desenvolvimento, numa primeira edição, promovida pela Embrapa Clima Temperado, em Pelotas, que ocorre hoje (8/09) e amanhã, durante todo o dia, na Estação Experimental de Cascata (ECC). Participam da atividade pesquisadores da Embrapa convidados de outras Unidades de pesquisas como a Embrapa Cerrados (Planaltina/DF) e a Embrapa Pecuária Sul (Bagé/RS).
 
Segundo o coordenador do evento e da ECC, Carlos Alberto Medeiros, a oficina promove um espaço para discussão de como trabalhar, que tipo de competências são necessárias para gerenciar ações e quais são os critérios necessários para se trabalhar com os territórios. "Queremos aproximar mais os resultados das tecnologias das comunidades de agricultores", reafirmou.
 
Para o chefe-geral da Unidade, Clenio Pillon, é um tempo para se discutir as estratégias metodológicas, avançar na perspectiva de elaborar projetos com visão sistêmica, onde se estabelecem redes e as quais atuam com estes espaços. É um projeto construído junto com os agricultores. Também apresentar o que a Unidade já tem feito de projetos com enfoque em territórios e evoluir no marco conceitual e metodológico", disse. Pillon ainda completou ao falar que a Unidade de pesquisas não se vê mais sozinha neste trabalho, como a propositiva, mas como um ator.
 
Entre os temas apresentados na primeira manhã de oficina, o professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Marcos Aurélio Saquet, mostrou como podemos trabalhar com a análise do território e com os processos de desenvolvimento com o território e com as pessoas. Ele fez uma abordagem sobre os procedimentos necessários para se trabalhar com esta metodologia, que contém nove fases. "Há necessidade de uma mudança de paradigma na pesquisa científica: se requer uma práxis de pesquisa, ensino e extensão/cooperação (pesquisa-ação) de fato dialógica, cooperada, criativa e reflexiva; uma práxis intelectual e política com nosso envolvimento direto nas discussões e na concretização dos projetos de desenvolvimento", enfatizou Saquet ao parafrasear Gusmán e Molina. É a primeira vez que vem a Pelotas, mas já realizou uma oficina para pesquisadores e técnicos na Sede da Embrapa, em Brasília/DF, em 2011.
 
No seguimento da programação foram feitos relatos de experiências com projetos em territórios, com os pesquisadores convidados José Humberto Valadares Xavier, da Embrapa Cerrados, Marcos Borba, da Embrapa Pecuária Sul e o analista Alberi Noronha, da Embrapa Clima Temperado. José Humberto mostrou o trabalho Apoio ao Desenvolvimento com foco na Agricultura Familiar - Experiências dos Projetos Silvânia e Unaí. Ele destacou a Embrapa como, mais uma instituição, atuante na proposta de territórios. José Humberto declarou que tem uma inquietação: "a da limitada apropriação, ainda, por parte dos agricultores familiares em relação às tecnologias geradas pelas instituições de pesquisa".  Marcos Borba falou sobre o Projeto Alto Camaquã, que já alcança sete anos de desenvolvimento, onde uma região que era considerada pobre, durante este período transcorrido, estabeleceu um arranjo reconhecido ao envolver vários elementos da economia regional. "É preciso revelar como o conceito de território ajudou a inserir uma região, a fortalecer redes, a valorizar os seus produtos, a transformar uma realidade diferenciada, que tem suas particularidades", comentou. Para exemplificar o trabalho da Unidade de pesquisas de Pelotas, Alberi Noronha, discorreu sobre as ações desenvolvidas no projeto da Embrapa em territórios do Noroeste do RS. Sua abordagem se deu  emcima da caracterização do agroecossistema da região e do conjunto social - as várias categorias que constituem a realidade agrária daquele território; e também, da mediação social realizada pela Embrapa como interlocutora das comunidades, ora como aprendiz, ora como formadora. "O trabalho com territórios é um processo permanente e vivencial, e faz com que a Embrapa se posicione  de forma pertinente e solidária. Mas, ainda é preciso um esforço da pesquisa para a promoção do diálogo", analisou. Conforme ele, a Oficina deverá constituir um grupo de trabalho insterinstitucional de animação e formação em projetos de pesquisa com enfoque em territórios.  
 
Durante esta quarta-feira (09/09), o grupo vai percorrer um passo a passo metodológico de como estabelecer  trabalhos em territórios e elaborar um plano de trabalho com a definição de conteúdo.
 
Participam da capacitação representantes do Programa de Pós-Graduação em Agronomia da UFPel, da Faculdade de Agroecologia, da Furg/Campus São Lourenço do Sul e do Instituto Cultural Padre Josimo.
 

Cristiane Betemps (MTb 7418-RS)
Embrapa Clima Temperado

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