20/05/20 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Dia Mundial ressalta a importância das abelhas para o equilíbrio do Planeta

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Foto: Ronaldo Rosa

Ronaldo Rosa - As abelhas e demais polinizadores são vitais à produção de alimentos e equilíbrio dos ecossistemas

As abelhas e demais polinizadores são vitais à produção de alimentos e equilíbrio dos ecossistemas

Dia 20 de maio é instituído como o Dia Mundial das Abelhas, data proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas para lembrar a importância da polinização para o desenvolvimento sustentável mas também para a produção de alimentos. Quase 90% das espécies de flores silvestres dependem dos polinizadores, assim como 75% das plantações de alimentos.

A ideia é promover a proteção das abelhas como importantes agentes de polinização, grupo no qual se incluem ainda as borboletas, morcegos e beija-flores.

A Embrapa Amazônia Oriental atua há mais de três décadas na pesquisa sobre o papel desses animais na produção de alimentos e no equilíbrio dos ecossistemas. A pesquisadora Márcia Maués explica a importância desses animais e comenta que existem mais de 20 mil espécies de abelhas no mundo, a grande maioria, abelhas solitárias, ou seja, aquelas que não vivem em colmeias. “As abelhas evoluíram junto com as plantas com flores e, entre elas, há uma relação interespecífica muito importante, pois uma depende da outra para sobreviver e prosperar”, enfatiza Márcia.

A pesquisadora coordena atualmente dois projetos com abelhas pela Embrapa. O Polinet - Redes de Interação de Abelhas com Frutíferas do Norte e Nordeste -  tem como objetivo principal caracterizar as redes de interação planta-polinizadores de espécies frutíferas, com ênfase nas abelhas nos estados do Norte e Nordeste. O projeto visa ainda subsidiar arranjos produtivos que compartilhem polinizadores mais eficientes e incrementar a polinização e, consequentemente, a produtividade, assim como a sustentabilidade dos agroecossistemas. Além da Embrapa Amazônia Oriental, integram o Polinet a Embrapa Amazônia Ocidental, a Embrapa Meio-Norte e a Embrapa Semiárido.

O segundo projeto é denominado Manejo de Polinizadores do Açaizeiro, que atua com recursos do CNPq. A pesquisadora explica que o açai depende exclusivamente de polinização cruzada e é uma das espécies com maior diversidade de polinizadores que ela já estudou. São mais de 100 tipos de insetos. O projeto verificou que as abelhas sem ferrão são as mais importantes na polinização dos frutos do açaizeiros e tem pesquisado a introdução de abelhas nos cultivos pra avaliar o incremento na produção.

Parcerias fortalecem os projetos com abelhas

Outros dois projetos com parcerias externas têm as abelhas como parte essencial de suas atividades. Desenvolvido com recursos do Fundo Amazônia, por meio do Projeto Integrado da Amazônia, o Agrobio  (Abelhas, variedades crioulas e bioativos agroecológicos: conservação e prospecção da biodiversidade para gerar renda aos agricultores familiares na Amazônia Legal) atua em três frentes convergentes que reúne a meliponicultura (criação de abelhas nativas sem ferrão), o levantamento e cultivo de variedades crioulas, nesse caso, as plantas alimentícias não convencionais (Pancs) e a identificação de potenciais bioativos oriundos dessas duas atividades.

Daniel Santiago, líder do projeto, reitera a importância desses insetos para o Planeta e diz que o Agrobio atua de maneira incisiva para a promoção a criação de abelhas com a articulação com a cadeia produtiva. “Atuamos junto aos poderes executivo e legislativo, para a geração de políticas públicas de fomento as atividades, o incentivo às boas praticas de produção, além da identificação de novos produtos ainda não explorados em apicultura e meliponicultura”, explana.

No arquipélago do Marajó, o projeto Bem Diverso promoveu, em diversas comunidades, cursos de criação de abelhas sem ferrão, de forma complementar aos treinamentos em manejo de açaizais nativos. Os insetos são polinizadores do açaizeiro e contribuem para a produção de frutos. O projeto é fruto da parceria entre a Embrapa e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF).

Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

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