Vídeo mostra mudanças na agricultura familiar no Pará
Vídeo mostra mudanças na agricultura familiar no Pará
No Dia Internacional da Biodiversidade (22 de maio), o projeto Refloramaz - Restauração Florestal por Agricultores Familiares na Amazônia Oriental -, uma parceria da Embrapa, UFPA e Cirad, apresenta, em vídeo, experiências de recuperação florestal de agricultores e agricultoras da região Nordeste do Pará.
O filme apresenta a experiência de 17 agricultores e agricultoras dos municípios de Bragança, Tomé-Açu, Capitão Poço e Irituia, localizados na região Nordeste Paraense. Eles implantaram os Sistemas Agroflorestais, que aliam o plantio de espécies arbóreas à produção de alimentos.
A pesquisadora Joice Ferreira, Embrapa Amazônia Oriental, explica que a região Nordeste Paraense é a mais antiga fronteira de ocupação do Pará e uma das mais antigas de toda a Amazônia Brasileira. Bastante desmatada, a região ainda apresenta remanescentes de floresta primária.
Agricultores como Rosivaldo Prazeres, de Tomé-Açu, Dorival Quadros, de Bragança, e Manoel Carvalho, de Capitão Poço, relatam como era a região quando lá chegaram - uma mata nativa com árvores gigantes - e como a produção era resumida principalmente à roça de mandioca..
A recuperação florestal na região, segundo a pesquisadora Joice Ferreira, é realizada basicamente de três formas: apenas isolando uma área em regeneração, conhecida como capoeira; isolando e plantando espécies de interesse nessa área, que é o enriquecimento; ou plantando espécies arbóreas e frutíferas em áreas já totalmente desmatadas ou nas capoeiras, que são os Sistemas Agroflorestais (SAFs).
O local como ponto de partidaEmilie Coudel, pesquisadora do Cirad, diz que o projeto buscou olhar para quem já estava de alguma forma praticando essa recuperação, aprender com eles e levar essas experiências a outros agricultores familiares. Ela afirma que o mundo todo está tentando entender como resolver a questão das mudanças climáticas e as agroflorestas estão cada vez mais em evidência. “Evitar a degradação de terras e a recuperação são muito importantes e a gente viu o quanto é uma questão que só vai ser tratada se tiver mudança no nível local. O desafio é de conectar esses locais”, relata Emilie. A agricultora Maria Macedo, de Tomé-Açu, fala de um benefício fundamental dos SAFs: “Se o preço da pimenta está baixo, a gente perde na pimenta, mas ganha no cacau. Temos pitaya, açaí...”. O Refloramaz buscou avaliar a prática da recuperação conciliando os interesses econômico e social das comunidades com a questão ambiental. Joice Ferreira ressalta que a recuperação com os SAFs tem um impacto muito grande na segurança alimentar e, por exemplo, no empoderamento feminino. “No vídeo buscamos dar voz a essas produtoras para que elas mesmas pudessem mostrar os fatores que as motivaram e as mudanças em suas vidas”, conta. “O Refloramaz veio só auxiliar esses sonhos, proporcionar caminhos para que eles se tornem realidade. Eu espero que essas sementinhas lançadas se tornem, num futuro bem próximo, frutos e árvores imensas para recuperar a Amazônia”, finaliza a agricultora Ana Alice, de Irituia, no Nordeste Paraense. |
Ana Laura Lima (MTb 1268/PA)
Embrapa Amazônia Oriental
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