No Tocantins, as áreas dedicadas à vegetação nativa dentro dos imóveis rurais somam 9,9 milhões de hectares, o equivalente a 56,1% do território das propriedades rurais do Estado e a 35,5% de todo território estadual. Dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), de abril de 2019, apontam que o mundo rural tocantinense é constituído por 69.834 imóveis rurais que ocupam 17,6 milhões de hectares, ou 63,3% da área estadual. Os valores foram divulgados por Evaristo de Miranda, pesquisador e chefe-geral da Embrapa Territorial (Campinas-SP), durante o lançamento da plataforma digital GeoMatopiba, nesta quarta-feira, 28 de maio, na Agrotins 2020 100% Digital. “Os produtores rurais do Tocantins não chegam a explorar metade dos seus imóveis, o que equivale a mais de 1/3 do território estadual”, observa Miranda. Segundo ele, o compromisso assumido pelos produtores para preservar a vegetação nativa dentro de seus domínios mobiliza 100 bilhões de reais do patrimônio fundiário destes trabalhadores. O levantamento foi realizado a partir do preço das terras nos diferentes municípios do Estado. “Quem no Tocantins dedica 100 bilhões de reais do seu patrimônio particular? Só os produtores”, disse o pesquisador, que finalizou parabenizando-os pelo progresso na produção e na produtividade, e pelo enorme avanço na preservação do meio ambiente. O estudo da Embrapa Territorial mostra ainda que a totalidade das porções de terras dedicadas à vegetação nativa dentro dos imóveis rurais no Tocantins supera em 2,7 vezes as áreas de Unidades de Conservação Integral (UCs) e de Terras Indígenas (TIs) no Tocantins. UCs e TIs ocupam 3,6 milhões de hectares, ou 13,2% do território tocantinense. O somatório das terras dedicadas à preservação pelos agricultores com as áreas protegidas pela União alcança 13,5 milhões de hectares, ou 48,7% do território do Estado. O trabalho que precisou a dimensão das áreas dedicadas à vegetação nativa dentro dos imóveis rurais no Tocantins resulta da análise dos dados geocodificados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), a partir do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR). A equipe da Embrapa Territorial promoveu análises para todo o território brasileiro e os resultados estão organizados por estados, regiões e pelo conjunto do país, na forma de tabelas, mapas e gráficos. Leia mais aqui. Obras em infraestrutura e logística Outro importante estudo da Embrapa Territorial é o Sistema de Inteligência Territorial Estratégica da Macrologística Agropecuária Brasileira (SITE-MLog), com indicação de obras prioritárias para aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro. Entre as obras prioritárias estão algumas que atrairão o desenvolvimento para o território tocantinense. É o caso da expansão da navegação pela Hidrovia do Tocantins. A ampliação de trechos navegáveis requer a execução de obras como o derrocamento do Pedral do Lourenço e as construções da futura barragem de Itaguatins e das eclusas em Lageado e Estreito. Para alimentar essa via de escoamento, e, também, a Ferrovia Norte-Sul, fazem-se necessárias melhorias na BR-242, além da construção da rodovia BR-080, que ligará os municípios Ribeirão Cascalheira, no Mato Grosso, a São Miguel de Araguaia, em Goiás. A implementação dessa rodovia aproximará Tocantins e o leste do Mato Grosso. Com isso, o país, e o Tocantins, ganham ligações hidroviárias e ferroviárias para o escoamento de produtos para os portos de Santos-SP e Itaqui-MA. O SITE-MLog, lançado em 2018, reúne, em base georreferenciada, um volume de dados da produção e exportação agropecuária e os caminhos da safra utilizados para escoamento da produção em território nacional e portos de exportação.