Embrapa Agroenergia prestigia lançamento da Biocoalizão pela valorização dos biocombustíveis
Embrapa Agroenergia prestigia lançamento da Biocoalizão pela valorização dos biocombustíveis
A Embrapa Agroenergia é uma das 14 entidades que fazem parte da Biocoalizão pró-biocombustíveis, iniciativa das frentes parlamentares do Biodiesel e pela Valorização do Setor Sucroenergético, lançada na última quinta-feira (04/06) em webinar promovido para celebrar a Semana do Meio Ambiente. Com audiência de mais de 500 pessoas, simultaneamente, o webinar reuniu representantes dos setores de biodiesel, etanol, biogás, bioquerosene e HVO (óleo vegetal hidrotratado).
Juan Diego Ferrés, presidente da Ubrabio, explicou que o objetivo da biocoalizão é reforçar o propósito dos biocombustíveis, que é “dotar a humanidade de uma alternativa para a substituição do petróleo, que desde a época industrial, há mais de um século, vem sustentando todas as atividades de desenvolvimento”, disse.
A Embrapa Agroenergia foi representada por Alexandre Alonso, chefe-geral. Ele lembrou de sua recente participação em encontro do G20 em Riad, Arábia Saudita, onde apresentou duas palestras sobre o papel dos biocombustíveis e o panorama das tecnologias de biomassa. Segundo Alexandre, foi possível perceber as diferentes abordagens de cada país e como o Brasil é destaque na produção de energia sustentável.
“Quase 45% da matriz energética brasileira é renovável, sendo 18% de bioenergia/biocombustível. Graças ao trabalho de um setor muito bem estruturado, associações e produtores, o Brasil é essa potência na produção de biocombustíveis e ao mesmo tempo uma potência ambiental”, disse.
Alonso também lembrou que o nosso País tem tecnologia e ciência de ponta, além de uma política específica para os biocombustíveis, que é o Renovabio. “O Brasil está no estado da arte da produção de conhecimento e tecnologias para biocombustíveis”, afirmou.
O deputado federal Arnaldo Jardim, presidente da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, elencou as principais metas e pautas a serem trabalhadas pela biocoalizão: o uso do etanol como garantia em empréstimos (warrantagem); a taxação dos créditos de descarbonização – Cbbios (o setor defende que seja de 15%) e novas metas para o RenovaBio.
“Sabemos que o biocombustível tem a pegada do compromisso com a sustentabilidade e é ele que vai nos posicionar para cumprir a meta de redução da emissão de gases do efeito estufa”, disse o deputado.
Outra pauta importante arrolada durante o webinar foi a antecipação do aumento da mistura obrigatória de biodiesel de 12% para 13% (o B13). O incremento é apoiado por diversas lideranças presentes no webinar, entre eles André Rocha, presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, e Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única).
“A Unica apoia absolutamente essa antecipação e esse incremento para 13% de mistura. Quanto mais biodiesel nós tivermos na produção das usinas [de etanol], maior vai ser a nota de eficiência energética delas [no RenovaBio], dada a competência do biodiesel para reduzir emissões provocadas pelo diesel”, defendeu Gussi.
Retomada da economia pós Covid-19
A retomada da economia, quando a crise provocada pelo Covid-19 passar, foi um dos assuntos mais discutidos durante o webinar. O deputado Jerônimo Goergen, presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel, disse que o legislativo está trabalhando para que a política bioenergética tenha segurança. “Nosso cenário tem perspectivas futuras muito interessantes, porque será o agronegócio que vai, mais uma vez, sustentar a retomada do País”, disse.
Para o diplomata Renato Godinho, da Divisão de Energia do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Brasil tem todas as condições de liderar e lucrar com o cenário pós-pandemia. Ele relatou os resultados de uma reunião da Biofuturo, grupo semelhante à Biocoalizão em âmbito internacional, onde foram definidos princípios que devem inspirar políticas e medidas específicas para a retomada da economia mundial.
São eles: não retroceder – dar continuidade às metas; auxílio de curto prazo à indústria de bioenergia, que trouxe um choque de preços e demanda, principalmente no setor de transportes; reavaliar subsídios aos combustíveis fósseis e regimes de taxação. BBB – Build Back Better with Bio – ou a exigência de que os setores que recebem auxílio invistam em sustentabilidade.
Plínio Nastari, representante da sociedade civil no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), observou que a pandemia tornou clara a importância do controle da poluição do ar. “Na verdade, a gente está tratando de questões que afetam a respiração. E está mais do que comprovado que os biocombustíveis são um elemento fundamental para o controle da poluição atmosférica”, afirmou.
Para José Gutman, diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a ‘era da bioenergia’ vai demandar investimentos para aumentar a oferta de biodiesel, etanol, biometano, bioquerosene de aviação e diesel verde (HVO).
“Se não houver manutenção dos investimentos em transição energética – e o mundo caminha para uma economia de baixo carbono, com a importância cada vez maior das energias limpas –, a retomada das atividades pode elevar as emissões a níveis pré-crise. O que demonstra que precisamos impulsionar essas energias limpas de forma a atingir as metas firmadas nos acordos climáticos”, destacou. Segundo Gutman, uma “pegada Agro” está no DNA do Brasil.
Também participaram do webinar o deputado federal Fernando Coelho Filho, membro da Frente Parlamentar do Biodiesel e Valorização do Setor Sucroenergético, e o deputado federal Enrico Misasi, coordenador-geral da Frente Parlamentar do Biodiesel.
“Se o Brasil quer ter algum protagonismo nesse novo mundo que vai surgir, nessa nova forma de nos relacionarmos, se quisermos ter credibilidade perante aos outros países, um 'soft power', esse papel vai passar necessariamente pelos biocombustíveis e liderança do Brasil nos biocombustíveis, proteção ambiental, sustentabilidade e produção econômica, essa é a vocação do Brasil”, disse Misasi.
O webinar foi gravado e o vídeo está disponível aqui.
Entidades que compõem a Biocoalizão
Frente Parlamentar do Biodiesel; Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético; União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene – Ubrabio; União da Indústria de Cana-de-Açúcar – Unica; EnP Energy Platform; Fórum Nacional Sucroenergético; Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia – Novabio; Associação Brasileira do Biogás; União Nacional da Bioenergia – Udop; Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Renováveis para Aviação – RBQAV; Arranjo Produtivo Local do Álcool – Apla; Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis – CEISE Br; Instituto de Tecnologia Canavieira de Piracicaba – ITC; Embrapa Agroenergia.
Irene Santana (Mtb 11.354/DF)
Embrapa Agroenergia
Contatos para a imprensa
agroenergia.imprensa@embrapa.br
Telefone: (61) 3448-1581
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/