01/07/20 |   Natural resources  Technology Transfer

Equipes dos vídeos vencedores no combate à erosão revelam os bastidores da produção dos trabalhos

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Photo: Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Atílio Vivacqua, Espírito Santo

Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Atílio Vivacqua, Espírito Santo - Trabalho com as barraginhas em Atílio Vivacqua

Trabalho com as barraginhas em Atílio Vivacqua

No dia 30 de junho a Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ) anunciou os vídeos vencedores do Concurso Campanha Nacional de Combate à Erosão. Os três primeiros colocados foram produzidos pelo escritório de Pedras Grandes, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI), pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Atílio Vivacqua (Espírito Santo) e pela Esalq/USP, respectivamente.

Filipe Espíndola, produtor do trabalho que ficou em primeiro lugar, trabalha como extensionista rural em Pedras Grandes. Ele disse que a vitória veio em bom momento. “Essa premiação reconhece a qualidade do trabalho de extensão rural que desenvolvemos com lives e vídeos no YouTube nesse período de isolamento. Recebi elogios de todo Brasil após o resultado”.

As principais atividades agrícolas no município são a olericultura, frutas de caroço e uvas, com destaque para a produção de vinhos da conhecida uva Goethe. Nos últimos cinco anos cresceu na cidade a produção de frutas de clima tropical, como a pitaya e, principalmente, o maracujá, que tem sido recordista em produtividade nacional.

Filipe possui experiência com vídeo, já que durante dois anos divulgou trabalhos em Pedras Grandes pelo canal de TV da Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) no YouTube. “A sugestão de participar do concurso foi do Paulo José Mendonça Padilha, responsável pelo Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental na região. Optamos por produzir um vídeo sobre o sistema de plantio direto no maracujá porque esse é um dos principais trabalhos desenvolvidos pela Epagri no município, apresentando resultados excelentes atingindo produtividades médias de 70 toneladas por hectare”, revela um ainda emocionado Filipe.

Atílio Vivacqua 

“Combate à erosão hídrica do solo com a tecnologia de curvas de nível com cochinhos”, produzido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Atílio Vivacqua, ficou em segundo lugar. “Entramos no concurso porque trabalhamos nesse processo de conservação do solo, cercamento de nascentes e pagamentos por serviços ambientais. Assim sendo, vimos na competição um estímulo, tanto para a secretaria quanto para o município. É muito raro termos um concurso como esse promovido pela Embrapa”, revelou o secretário de meio ambiente da cidade, o capixaba Marcio Menegussi. Segundo Marcio, que também atua no vídeo, o estado do Espírito Santo ficou muito feliz com o resultado. “A segunda colocação, pra mim, representa o mesmo que ser campeão, por ter feito um bom trabalho. Estou recebendo muitos elogios”, reitera Menegussi.

A meta da secretaria é construir por volta de 1.200 barraginhas em 320 propriedades em três anos e meio de trabalho. “Gostaria muito que a Embrapa Solos viesse conhecer nosso trabalho”, disse o secretário. “Desde que nascemos, tocamos nesse solo sagrado, temos que conservá-lo tanto quanto a água, dois elementos fundamentais. O solo é a pele do planeta, de onde tiramos nosso sustento”. 

Marcio lembrou que foi em visita à Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG), em 2018, que conheceu a técnica das barraginhas, pelas mãos do agrônomo Luciano Cordoval, que até hoje o orienta.

Esalq/USP

O terceiro lugar ficou com uma instituição acadêmica, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). “Vamos prevenir a erosão!” foi produzido pelo programa Solo na Escola, que se dedica aos temas relacionados ao ensino em solos. Os diretores do vídeo são Aline Martineli Batista, Antônio Azevedo e Bruna Arruda. “A Bruna teve a ideia de que uma maneira importante de diminuir a erosão do solo é a educação das pessoas. Na verdade, não foi apenas a ideia, mas toda a execução deste projeto é mérito dela. Então, em resumo, a motivação foi identificar uma oportunidade de divulgar a importância da educação para a preservação do solo”, conta Antônio Azevedo.

“Foi muito gratificante a terceira colocação! O programa Ponte-Solo na Escola ganhou bastante exposição nas mídias, e a mensagem sobre educação foi bastante divulgada. Apesar das dificuldades da quarentena, o evento de premiação foi muito bem feito, com várias surpresas, como as obras artísticas inspiradas no vídeo ganhador, muitíssimo bem executado. É uma sensação muito boa ter participado”, continua Azevedo.

O grupo de pesquisa no qual Antônio atua está mais ligado à mineralogia do solo, e o programa Ponte-Solo na escola é um grupo de extensão coordenado por ele há mais de 15 anos. A iniciativa de realizar ações para educação em solos é bastante antiga, e hoje existem dezenas destes grupos espalhados pelo Brasil inteiro. “No ano passado, com o incentivo da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, o Brasil empatou com a Europa inteira em número de eventos registrados na FAO em comemoração ao dia mundial do solo”, completa Azevedo. 

Sociedade Brasileira de Ciência do Solo

A Sociedade Brasileira de Ciência do Solos (SBCS) foi parceira fundamental da Embrapa na realização do concurso. "Pare a erosão do solo, salve o nosso futuro' foi tema de evento em 2019 sobre erosão, promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) juntamente com várias organizações globais. A ideia de pesquisadores da Embrapa de realizar concurso de vídeo - campanha nacional de combate à erosão, se desdobrou a partir desse evento. A SBCS, como sociedade científica que congrega pesquisadores, educadores e profissionais que atuam em ciência do solo no Brasil, não poderia deixar de apoiar esta iniciativa”, diz Lúcia Anjos, presidente da Sociedade.

“Alterando a frase do cantor Milton Nascimento, carioca mas mineiro de coração, todo cientista tem que ir onde o agricultor está, parabenizamos aos vencedores do concurso de vídeo e a todos que participaram, com as suas equipes. Agradecemos pela colaboração para fazer chegar, nas casas dos produtores rurais e salas de aula de todo o Brasil, as mensagens sobre erosão do solo e de como podemos fazer para preveni-la e, assim, garantir o nosso futuro”, conclui Lúcia.

Carlos Dias (20.395 MTb RJ)
Embrapa Solos

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