14/09/15 |   Agroenergy  Genetically modified organisms

Rede de pesquisa sobre cana-de-açúcar se reúne em Workshop no Paraná

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Photo: Divulgação

Divulgação - Rede de parceiros reunida durante a realização do Workshop

Rede de parceiros reunida durante a realização do Workshop

Nesta segunda-feira (14), a rede de parceiros dos projetos que integram o convênio entre a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa) e a Embrapa estiveram reunidos na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba/PR, para realização do "Workshop Rede Cana-de-açúcar Embrapa/UFPR-Ridesa." Além do simbolismo da realização do evento na sede da coordenação da Ridesa, o momento serviu para apresentação dos avanços obtidos pela rede, bem como para identificação de novas oportunidades de trabalho e discussão das ações de pesquisa para os próximos cinco a dez anos, incluindo novas parcerias. 
 

Ao longo do trabalho, a rede já obteve avanços no melhoramento genético e seleção para frio da cana-de-açúcar, com indicação de variedades para o Rio Grande do Sul. Além disso, também foram elaborados os Zoneamentos Agroclimático e Edáfico da cultura e desenvolvidas tecnologias para o sistema de produção visando a região subtropical. Dentre as novas oportunidades, o grupo vê potencial na cana para biomassa e para alimentação animal e na pesquisa com insumos mais sustentáveis. Outra oportunidade, já em andamento, é a inclusão de novas Unidades da Embrapa e parceiros no projeto.

Como principais ações para os próximos anos, o rede destacou o investimento em melhoramento, com foco no desenvolvimento de genótipos para produção de etanol de primeira geração, para produção de biomassa e para alimentação animal. Nas linhas de pesquisa, o destaque é para o investimento em biotecnologia (cultura de tecidos, biologia molecular e transgenia) e em seleção precoce para doenças. No âmbito dos sistemas de produção, uma grande oportunidade é o uso de novos insumos - como rochas e resíduos industriais - e a fixação biológica de nitrogênio, além do manejo fitossanitário por meio do controle biológico.

Estiveram presentes na ocasião diversas lideranças importantes para o desenvolvimento do setor sucroenergético, como os diretores-executivos da Embrapa de Pesquisa e Desenvolvimento, Ladislau Martin Neto, e de Transferência de Tecnologia, Waldyr Stumpf Junior; o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), Clenio Pillon – Unidade que centraliza a pesquisa dentro da Embrapa; o Reitor da UFPR e presidente da Ridesa, Zaki Akel Sobrinho; e diversos professores da UFPR, extensionistas da Emater/RS-Ascar e pesquisadores de Unidades da Embrapa ligados à temática (Agrobiologia, Agroenergia, Agropecuária Oeste, Cerrados, Clima Temperado, Florestas, Gado de Leite, Meio Ambiente e Tabuleiros Costeiros).
 
Falas
O reitor da UFPR apontou a Ridesa como um exemplo de trabalho em Rede. "Quando temos metas e objetivos adequados, podemos fazer a diferença para o nosso país", ressaltou Zaki Akel Sobrinho, enfatizando que a formação de redes com financiamento adequado e suporte ajudaria no desenvolvimento do país.
 
Para Stumpf, é cada vez mais necessário o fortalecimento do tripé ensino-pesquisa-extensão. "Este tipo de trabalho em Rede consegue exercitar isso na prática", avaliou o diretor. E Ladislau completou: "Temos um grande desafio ao trabalhar com os sistemas de produção: a inovação, aspecto fundamental para o desenvolvimento". Ele ainda citou a bioeconomia e a química-verde como exemplos de uma agenda de inovação para o futuro, onde a cana-de-açúcar pode estar inserida. 
 
O chefe-geral da Embrapa Clima Temperado ressaltou que o Workshop seria um marco para avaliar a trajetória da Rede e projetar os próximos anos. E destacou as potencialidades da cana também nas pequenas propriedades. "A cana-de-açúcar também oferece inúmeras possibilidades para a agricultura familiar, como açúcar mascavo, melado, alambiques e suplementação animal. Temos aí um amplo campo de pesquisa", ressaltou Pillon.
 
O histórico da Ridesa e os desafios enfrentados desde quando a Rede foi criada, em 1991, foram apresentados pelo seu coordenador e professor da UFPR, Edelclaiton Daros. "Quando formamos a Ridesa, suas cultivares atendiam 10% do mercado brasileiro. Hoje, somos praticamente 70% do mercado." Segundo ele, a Ridesa tem trabalhado especialmente com o melhoramento genético e desenvolvimento de cultivares de cana-de-açúcar. "Mas existe um amplo espaço de pesquisa para todo o sistema de produção", completou o professor.
 
O pesquisador da Embrapa Clima Temperado Sergio Delmar dos Anjos traçou um panorama da pesquisa com cana-de-açúcar no Rio Grande do Sul e abordou o desafio da cultura no Estado, como a tolerância ao frio, ampliação do período de colheita e maior eficiência na colheita mecanizada no período chuvoso. "Um dos pontos de destaque que temos é a formação de recursos humanos, com trabalhos de mestrado, doutorado, pós-doc e iniciação científica", informou.
 
Histórico
A pesquisa com cana-de-açucar teve início na Embrapa Clima Temperado na década de 1980, vinculada ao programa Pró-Álcool. Após uma lacuna, o trabalho com a cultura foi retomado em 2005, em parceria com a Emater/RS-Ascar, quando foi verificada necessidade de capacitação dos técnicos da Emater. Um esforço que fez com que a pesquisa no Rio Grande do Sul fosse reativada ao fim de 2006, em Pelotas, resultando nos primeiros ensaios em abril de 2007.
 
Neste mesmo ano, em parceria com a Ridesa, surge o projeto "Desenvolvimento da cultura da cana-de-açucar para o Rio Grande do Sul", que tinha como foco a produção de etanol, tendo em vista a realidade do Estado – responsável pela produção de menos de 2% do etanol que consome anualmente. E, a partir deste projeto, é formada a Rede de Pesquisa com Cana-de-açúcar para o Sul do Brasil, que manteve a continuidade do trabalho de pesquisa e pode garantir ao Estado caminho para autossuficiencia na produção de etanol, além de atender aos produtores de derivados da cana.
 
Em 2011, uma nova proposta articulada pela Embrapa Clima Temperado com a Rede de Pesquisa foi submetida ao Edital Embrapa/Petrobrás: "Tecnologias para o sistema de produção de cana-de-açúcar no Rio Grande do Sul" (Sicana RS), que tem como objetivo desenvolver inovações sustentáveis do ponto de vista dos sistemas de produção, contribuindo para aumento da produção e da área cultivada no Estado.
 
Outro fato importante, em 2012, foi a formalização de parceria entre a pesquisa e a Ridesa, que possibilitou a realização de um plano de trabalho entre a Unidade da Embrapa e a UFPR. O acordo resultou no desenvolvimento de novos projetos e a geração de tecnologias para o Sul do Brasil, incluindo a inédita recomendação de nove variedade de cana para o Rio Grande do Sul.
 

Francisco Lima | Katia Pichelli (13696 DRT/RS | MTb 3594/PR)
Embrapa Clima Temperado | Embrapa Florestas

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