14/07/20 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Embrapa e UFPB buscam parceiros para produção comercial de inseticida natural que mata mosquito da dengue

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Foto: Sérgio Cobel

Sérgio Cobel - Seja na formulação líquida ou na forma de pó, o produto tem efeito rápido em todas as fases do inseto

Seja na formulação líquida ou na forma de pó, o produto tem efeito rápido em todas as fases do inseto

Concluída a fase de pesquisa para o desenvolvimento do inseticida natural à base do extrato de sisal, que mata o mosquito Aedes aegypti, agora a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Embrapa buscam empresas parceiras para levar o produto até as prateleiras dos supermercados. Após oito anos de estudo, os pesquisadores concluíram que o produto elimina o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya em qualquer ciclo da vida do inseto.

“Seja na formulação líquida ou na forma de pó, o produto tem efeito rápido em todas as fases do inseto - ovo, larva, pupa ou mosquito adulto – e não é tóxico para outros animais”, conta a coordenadora da pesquisa, professora Fabíola Cruz, do Departamento de Biologia Celular e Molecular da UFPB.

Para o pesquisador Everaldo Medeiros, parceiro da pesquisa pela Embrapa Algodão, além da alta relevância para combater um dos principais problemas de saúde do País, o inseticida formulado a partir de resíduos do sisal “possibilita a agregação de coprodutos de uma cadeia produtiva muito importante para o Semiárido brasileiro, evitando o descarte do produto no ambiente e gerando renda aos produtores”.

O produto já foi patenteado pela Agência UFPB e pela Embrapa e agora as instituições buscam uma parceria público-privada para disponibilizar o inseticida em escala comercial. A expectativa dos cientistas é que o bioinseticida esteja disponível até o final do ano. “Nós gostaríamos de licenciar esse produto para a indústria para que esse produto possa chegar à população da maneira mais rápida possível”, diz Fabíola.

Sobre a pesquisa
O líquido extraído do sisal (Agave sisalana), planta cultivada em regiões semiáridas, é processado e transformado em uma formulação, que mata rapidamente o Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como a dengue, zika e chikungunya. A pesquisa teve início em 2012 durante o doutorado da Fabíola na UFPB, em parceria com a Embrapa Algodão. Incialmente o suco do sisal foi testado em carrapatos e lagartas. “Testamos em larvas e obtivemos um resultado promissor", conta a pesquisadora.

Ao aplicar o extrato bruto do suco do sisal nas larvas do Aedes aegypti, Fabíola Cruz descobriu que o líquido é letal para as larvas do mosquito. “A princípio, pretendia estudar a ação larvicida, mas a pesquisa cresceu”. Quando aplicou o extrato do sisal em diferentes fases de vida do mosquito, obteve resultados também positivos. O líquido foi transformado em pó, para facilitar as pesquisas enquanto inseticida comercial.

As propriedades inseticidas do suco de sisal já eram conhecidas no meio científico, mas havia uma grande limitação prática: o produto precisava ser aplicado imediatamente após a coleta porque fermentava em poucas horas. "Um passo importante dessa pesquisa foi conseguir a estabilização do suco, evitando que ele entrasse em fermentação. Sem nenhum tratamento, o suco deteriora em poucas horas após a extração e nós conseguimos estabilizá-lo em uma formulação em pó e solúvel em água", explica o pesquisador da Embrapa Algodão, Everaldo Medeiros.


Interessados na parceria devem entrar em contato com Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova-UFPB): inova@reitoria.ufpb.br.

 

Edna Santos (MTB/CE 1700)
Embrapa Algodão

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