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Webinar debateu a promoção e o desenvolvimento da cadeia do pinhão

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Foto: Zig Koch

Zig Koch -

Evento iniciou a série de seminários Bioeconomia da Floresta: Desafios e Oportunidades para o Desenvolvimento de Cadeias da Sociobidiversidade

O seminário virtual “Bioeconomia da Floresta: Desafios e Oportunidades para o Desenvolvimento da Cadeia do Pinhão na região Sul” aconteceu na tarde desta quinta-feira (13) e foi promovido pelo Serviço Florestal Brasileiro e da Embrapa Florestas.

A abertura do evento foi feita pelo secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes, pelo diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Valdir Colatto, e pelo chefe-geral da Embrapa Florestas, Erich Schaitza.  

O objetivo dos encontros é estimular a atuação dos gestores dos municípios para promoção da bioeconomia da floresta, com o foco no fomento e no desenvolvimento da cadeia do produto nos estados produtores. Na edição de hoje o produto em debate foi a cadeia do pinhão na região Sul.

O secretário-executivo, Marcos Montes, destacou a importância do seminário como uma oportunidade para dar valor às florestas. “A floresta tem um valor ambiental, que já é conhecido, e também econômico. Fortalecendo a bioeconomia, mostraremos ao mundo que vamos preservar as florestas, mas vamos dar condições às pessoas que vivem nelas encontrarem seu ativo, gerando desenvolvimento no campo e agregando o valor econômico”, disse.

Valdir Colatto defendeu a bieoconomia como uma prioridade do Serviço Florestal, dentro da agenda florestal. “Os produtos não madeireiros são ativos que agregam valor às florestas. A disseminação do conhecimento que nós produzimos aqui é fundamental para promover e desenvolver a bioeconomia, preservando as florestas e gerando renda”, disse.

“A produção florestal não madeireira na região Sul equivale a 29% da produção nacional, o que gerou uma arrecadação no valor de R$ 446 milhões. A erva-mate e o pinhão representaram, respectivamente, os valores produtivos de R$ 424 milhões e R$ 23 milhões, somente no ano de 2017. Sendo que só o pinhão chegou a uma produção de 9 mil toneladas, segundos dados do IBGE. Esses dados mostram a importância da bioeconomia na região Sul”, finalizou o diretor-geral.

Para Erich Schaitza, “a floresta deve ser considerada como um lugar bom para todo mundo. Nesse sentido, a Embrapa e o LPF do Serviço Florestal temos trabalho em conjunto, realizando pesquisas para que haja desenvolvimento no campo. Essa sinergia entre as instituições é uma semente de que faremos mais e mais”, completou.

Pinhão

O pinhão é a semente da espécie Araucaria angustifolia, que ocorre no bioma Mata Atlântica. A araucária é usada para diversos fins. Os galhos e refugos e especialmente o nó de pinho servem para lenha e combustível. A resina serve de base para a fabricação de vernizes, terebentina, acetona, entre outros.

Segundo Humberto Navarro, diretor de Pesquisas e Informação Florestal, o pinhão é o segundo mais importante produto florestal não madeireiro na região Sul. Em 2018, a produção chegou a 9,4 mil toneladas, das quais 39% provêm do Paraná, 37% de Santa Catarina, 14% de Minas Gerais e 10% do Rio Grande do Sul. Ao longo dos últimos 20 anos o aumento da produção foi de cerca de 73%. O valor arrecadado foi de R$ 24 milhões, no período.

Erich Schaitza, chefe geral da Embrapa Florestas, explicou as pesquisas com pinhões enxertados que, "não só produzem mais e vão começar a produzir quase na metade do tempo do que pinhões tradicionais. Havendo ainda a possibilidade para o manejo sustentável da araucária para uso da madeira e do pinhão”.

André Luis Araújo, coordenador de Estruturação da Sociobiodiversidade da Secretaria da Agricultura Familiar, falou do Programa Bioeconomia Brasil lançado pela ministra Tereza Cristina. A iniciativa Fortalece Sociobio é um dos instrumentos do Sociobiodiversidade, que vai selecionar propostas de Consórcios Públicos das regiões brasileiras.“Esses projetos devem ter a finalidade de fortalecer a sociobiodiversidade e os sistemas agrícolas tradicionais, envolvendo pequenos e médios produtores rurais, agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais no contexto do Programa Bioeconomia Brasil”, explicou.

Ianelli Loureiro, gerente de Produtos da Sociobiodiversidade da Conab,  explicou como funciona a Política de Garantia de Preços Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade, específico para extrativistas. “É uma política antiga que tem o objetivo de pagar a diferença direto na conta corrente do produtor sempre que o preço de venda cair abaixo do preço mínimo. Somente entre 2017 a 2020, foram subvencionados 4,7 mil toneladas de pinhão e Conab pagou R$ 9,7 milhões para 1330 extrativistas”, informou a gerente.

Valdir Colatto encerrou o evento propondo a criação de grupo de pesquisas, ao final dos webinários, com o objetivo de construir uma Cartilha da Sociobiodeiversidade. O documento seria destinado aos agricultores e elaborado por representantes do Serviço Florestal Brasileiro, Embrapa Florestas, SAF e Conab, contendo pesquisas e informações sobre os programas do Governo Federal para a sociobiodiversidade.  

 

Texto: Ana Nascimento (DF2046JP)
Serviço Florestal Brasileiro

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