Observatório da Embrapa é modelo para Sebrae, em projetos do Agronordeste para produtores rurais
Observatório da Embrapa é modelo para Sebrae, em projetos do Agronordeste para produtores rurais
Pesquisadores da Embrapa, gestores do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) participaram sexta-feira, 28 de agosto, da primeira iniciativa conjunta voltada à execução de uma das principais estratégias do Programa Agronordeste, do Governo Federal. O objetivo foi contribuir com a constituição de uma rede interativa de monitoramento sistemático do ambiente do agro nacional para a elaboração de estratégias em benefício de comunidades rurais no Nordeste e parte de Minas Gerais.
A oficina virtual de implantação de Observatório de agregação de valor nos pequenos negócios rurais, coordenada pela Embrapa, é parte das atividades previstas para subsidiar o Sebrae no monitoramento, coleta, análise e identificação de sinais e tendências, bem como construção cenários.
Segundo o supervisor da Rede de Observatórios da Embrapa, economista Marcos Pena Jr., para que haja efetividade em ações estratégicas, é fundamental a captação e a organização de informações do ambiente de atuação de uma organização. “O grande volume de informações do ambiente é grande limitador à nossa capacidade analítica, restringindo muito as condições de uma organização se manter atenta às incertezas do ambiente. Isso prejudica a tomada de decisão nas organizações, daí o desafio de identificar fontes importantes de informações do ambiente para captá-las e organizá-las para auxiliar a tomada de decisão”, explica, referindo-se à importância do Observatório para que os resultados práticos sejam efetivos e cheguem aos pequenos e médios produtores, via Sebrae.
Ele lembra que a Embrapa já é considerada um modelo de execução de atividades de inteligência estratégica. “O principal produto à disposição da sociedade é o documento Visão, cujo atual volume é o Visão 2030, que traz perspectivas e os principais desafios científicos, tecnológicos e organizacionais baseados em análises do ambiente ambiente de atuação do agro, nacional e internacional”, citou. “Essa experiência na execução do Sistema Agropensa há quase nove anos tem chamado atenção de parceiros e o Sebrae se interessou em constituir esse convênio de inteligência estratégica para desenvolver uma atividade semelhante”.
Organização de informações
Para Victor Ferreira, especialista de Agronegócio da Unidade de Competitividade do Sebrae Nacional, a oficina foi importante para o início da organização do processo de inteligência estratégica por meio da estruturação do repositório de dados, informações e publicações referentes as inciativas executadas no nordeste. “Além disso, vai vai contribuir como ambiente de comunicação, interação e aproximação dos gestores para o mapeamento de tendências e ações futuras”, completou.
Os principais objetivos da oficina foram identificar formas de atuação de um observatório; compor equipe para participação no observatório; analisar cases Agropensa e Embrapa Solos, explorar a importância e a atuação de um observatório; definir ações possíveis para implantação do Observatório, conforme seus recursos e áreas de atuação; definir responsabilidades para implantação do observatório, conforme suas competências e áreas de atuação; produzir (em grupo) um documento indicando as ações a serem implementadas para a constituição e efetivo início do observatório com a indicação de responsabilidades individuais e prazos de execução.
Para Adriana Moura Bonifácio, coordenadora de Agronegócios do Sebrae Bahia e representante na Comissão Estadual do Agronordeste, a experiência do Observatório da Embrapa foi importante. “Já vínhamos nos reunindo em grupos de trabalho e discutindo temas relevantes para o projeto, mas agora iremos trabalhar o cronograma de implantação, com atenção às orientações, como foco, monitoramento, observação e coordenação, estimulando a produção, a sistematização e o compartilhamento do conhecimento”, comentou. “O desafio é grande, mas a reunião com a Embrapa motivou e contribuiu com a compreensão por parte da equipe”.
Da programação, foram feitas três apresentações de membros da equipe da Rede de Observatórios da Embrapa: Inteligência estratégica e monitoramento sistemático: os caminhos para verdadeiras estratégias (por Marcos Pena Jr.); Observatórios: concretizando Inteligência Estratégica e monitoramento sistemático (Marcos Françozo, da Rede de Observatórios) e Observatório na Embrapa: características e cases (por Lívia Torres).
Sobre o programa Agronordeste
Lançado em outubro de 2019, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o AgroNordeste é um plano de ação destinado a impulsionar o desenvolvimento econômico, social e sustentável do meio rural da região, ajudando pequenos e médios produtores que já comercializam parte da produção, mas tem dificuldades para expandir o negócio e gerar mais emprego e renda na localidade em que vivem.
O programa será implantado em 230 municípios dos nove estados do Nordeste e parte de Minas Gerais, divididos em 12 territórios, com uma população rural de 1,7 milhão de pessoas. Em parceria com o Sebrae, estão previstas ações de assistência técnica gerencial, capacitação empresarial para jovens no campo, transferência de tecnologia para produtores e orientação para participação em feiras, eventos e rodadas de negócios.
O AgroNordeste se junta a outras ações já executadas pelo ministério na região, como Programa de Aquisição de Alimentos, regularização fundiária, Selo Arte, promoção da irrigação, indicação geográfica, equivalência de sistemas de inspeção de produtos de origem animal (Sisbi) e combate a doenças e pragas (febre aftosa, peste suína clássica e mosca das frutas).
Além do Sebrae, o programa será desenvolvido em parceria com órgãos vinculados à pasta e instituições como Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Banco do Nordeste (BNB) e o Banco do Brasil, além de todas as instituições vinculadas ao Mapa, como Embrapa, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
A participação da Embrapa no programa, além da inteligência estratégica para apoiar na concepção das ações, envolveu a mobilização de nove Unidades Descentralizadas da região Nordeste, e outras com atuação nas cadeias prioritárias e temas transversais, para disponibilizar tecnologias aplicáveis em cada território. Projetos da Embrapa já em andamento em temas pertinentes e afins às cadeias em cada território também poderão compor as ações.
Kátia Marsicano (MTb DF 3645)
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