Aumento na produtividade, redução de custos e recuperação de áreas degradadas são potencialidades do Sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), assunto do curso promovido pela Embrapa Amazônia Oriental, em Marabá, região sudeste do Pará. Com o tema "Sistemas integrados e diversificados de produção agrícola sustentável" o evento ocorre de 22 a 24 de setembro, no auditório do Incra e é voltado a técnicos, extensionistas, professores universitários e demais multiplicadores que atuem junto ao setor produtivo desta região de forte tradição na pecuária paraense. Em Marabá, o setor produtivo passa por um novo ciclo de organização, mas a pecuária ainda é extensiva, de baixa produtividade e com grandes áreas degradadas, o que incide em alto custo de produção e em muitos casos, aumento de desmatamento para ampliação de pastagens. Por meio dos sistemas integrados, é possível amortizar de 80 a 100% dos custos de recuperação das pastagens, garantindo maior produtividade ao rebanho e ganhos em todos os componentes produtivos envolvidos, inclusive no ambiental, por possibilitar a redução da pressão sobre as florestas, conforme explicou a pesquisadora da Embrapa Gladys Martinez, uma das ministrantes do curso. A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é um sistema que reúne agricultura, pecuária e floresta, e alia a preservação ambiental com aumento da produção e viabilidade econômica da atividade agropecuária. Sua tecnologia visa à diversificação e integração dos diferentes sistemas produtivos, em uma mesma área, em cultivo consorciado, em sucessão ou rotação, e com benefícios econômicos e ambientais para todas as atividades. O ILPF também está contemplado no Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), política pública que incentiva ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas para a redução de emissão de gases de efeito estufa. O curso apresentará todas as etapas de implantação e possibilidades de combinação entre os componentes, que podem contemplar a lavoura-pecuária ou agropastoril; pecuária-floresta ou silvipastoril; lavoura-floresta ou silviagrícola e, a mais completa de todas que é a lavoura-pecuária-floresta ou agrossilvipastoril. Serão dois dias teóricos e um dia de campo, nos quais, além da explicação do passo a passo do sistema, vai discutir os aspectos de manejo da fertilidade do solo, a árvore como componente nos sistemas integrados de produção, a interação genótipo-ambiente nos rebanhos, os componentes pastagem e animal nos sistemas integrados de produção, e ainda vai tratar sobre as possíveis vantagens na aquisição de financiamento, via Programa ABC. No encerramento, na manhã do dia 24, os participantes seguirão para um Dia de Campo na Fazenda Cristalina, em São Domingos do Araguaia, área que reúne 22 iniciativas do projeto Biomas, que tem por objetivo principal a inserção da árvore nas propriedades rurais como alternativa aos sistemas produtivos e recuperação de áreas alteradas e degradadas. O curso em Marabá é promovido pela Embrapa Amazônia Oriental em parceria com o Banco da Amazônia, Rede Fomento, Projeto Biomas e Incra.