Mesa-redonda entre pesquisadores e setor produtivo fala sobre segurança alimentar
Mesa-redonda entre pesquisadores e setor produtivo fala sobre segurança alimentar
Agricultura, conservação e segurança alimentar foi o tema de um importante debate realizado on-line , no dia 20 de outubro, promovido pela Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ), dentro da programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia deste ano. Em Os (des)caminhos da abundância: agricultura, conservação e segurança alimentar, a pesquisadora Mariella Uzêda mediou uma interessante conversa entre a pesquisadora Patrícia Goulart Bustamante, da Embrapa Alimentos e Territórios (Maceió, AL), o professor Gerhard Ernst Overbeck, do Departamento de Botânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e o consultor em desenvolvimento sustentável Leonardo de Oliveira Resende, gestor da Fazenda Triqueda, em Juiz de Fora, MG.
A intenção foi agregar os pontos de vista do setor produtivo e da pesquisa sobre alternativas de manejo que conjuguem produção, conservação da biodiversidade e segurança alimentar, falando também sobre como consolidar um sistema agroalimentar sustentável. “Temos hoje duas facetas de uma mesma moeda: a ONU diz que existem 2.800 calorias disponíveis por pessoa ao dia se houvesse uma correta distribuição dos alimentos. Mas ainda há 1 bilhão de famintos e, por outro lado, a obesidade é um problema real”, aponta Uzêda.
A pesquisadora, que introduziu uma série de dados para enriquecer o debate e trazer à tona uma discussão necessária, apontou ainda que, segundo o IBGE, 40% das famílias rurais brasileiras são atingidas pela fome, apesar de a agricultura familiar ser responsável pela maior parte da produção de alimentos - 70% do feijão, 84% da mandioca, 49% do milho, 54% do leite, 58% da carne de porco e 40% da produção de aves e ovos. “Além disso, temos um estreitamento da base alimentar, sendo que no século 20 cerca de 75% da diversidade genética de culturas agrícolas domésticas foram perdidas. Os povos ancestrais chegavam a usar 10 mil espécies de plantas com propósitos agrícolas. Hoje usamos somente 12, que geram 75% dos alimentos do mundo”, destaca.
Mariella também lembrou que as famílias rurais, que antes eram autônomas, hoje dependem muito mais dos supermercados para se abastecerem. “Precisamos discutir como sair de paisagens extremamente produtivas voltadas somente para a produção de alimentos, fibras e energias e torná-las multifuncionais, abordando também segurança alimentar, capacidade de adaptação, serviços ecossistêmicos, perpetuação da cultura e inclusão. O estabelecimento e a sobrevivência de muitos povos e etnias estão ligados ao uso da biodiversidade local, então é preciso tornar o sistema agroalimentar mais inclusivo e justo”, pontuou.
A conversa se seguiu à explanação desses dados e informações e pode ser conferida no canal da Embrapa no YouTube, aqui, ou no vídeo abaixo.
Liliane Bello (MTb 01666/GO)
Embrapa Agrobiologia
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