Encontro debate vigilância popular em saúde no espaço rural
Encontro debate vigilância popular em saúde no espaço rural
Alexandre Dias destacou necessidade de envolvimento de pessoas em processo de “educação permanente" para vigilância em Saúde
No terceiro encontro do Ciclo “Inovação Social em Territórios Saudáveis e Sustentáveis no Contexto Pandêmico e Pós Pandêmico”, realizado nesta quinta-feira (29), os participantes puderam debater os impactos da vigilância popular em saúde no espaço rural. A atividade, em formato de interação virtual, contou com palestra do professor Alexandre Dias, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), que destacou a necessidade de envolvimento de diversas pessoas em um processo de “educação permanente” em prevenção e promoção de Saúde.
“Não é uma campanha, é um trabalho de educação que tem que ser permanente para a organização comunitária, para prevenir diversas doenças e para uma produção agrícola saudável. Vocês, agentes de Saúde, profissionais de assistência técnica e extensão rural têm que assumir o papel de educadores neste processo”, afirmou o professor ao se dirigir para os participantes do Encontro, organizado por Embrapa e Fiocruz para um público-alvo de agricultores, extensionistas e agentes comunitários de Saúde dos territórios do programa InovaSocial (Embrapa/BNDES/Fundação Eliseu Alves).
Alexandre chamou atenção para as realidades dos territórios, em que agricultores e outros públicos devem ter consciência dos riscos de contaminação pela Covid-19 existentes em práticas do cotidiano, como o uso de ferramentas de trabalho por mais de uma pessoa; compartilhamento de copos e xícaras; manuseio de dinheiro e produtos alimentícios. “É uma pedagogia do cuidado que precisamos exercer, mas quando as pessoas entendem, elas concluem que sua saúde protege a saúde dos outros”, frisou ele.
Para o professor, é fundamental, em um trabalho de vigilância popular em Saúde, conhecer processos, trabalho e meio de vida nos territórios. “Para prevenção contra Covid-19, o agricultor precisa lavar as mãos, mas temos que verificar: ele dispõe de sabão? A água de beber é clorada? Se não for, recomenda-se duas barreiras sanitárias: o filtro de barro e o cloro. Temos que analisar sempre os manejos. O mesmo alimento que ajuda na imunidade pode transmitir a doença”, ressaltou Alexandre.
De acordo com Alexandre, pensar em práticas de trabalho e comercialização no contexto de pandemia são importantes para a preservação de vidas. “Os circuitos curtos de comercialização, por exemplo, são muito importantes: faz com que se evite ir a supermercados, onde há maior concentração de pessoas. Entender esses fluxos é fundamental”, disse ele.
Uma das participantes do Encontro, a profissional de extensão rural e bolsista da Fiocruz Marialda Silva, também defendeu a integração entre agentes comunitários de Saúde e extensionistas como uma possibilidade de fortalecimento da vigilância popular em Saúde. Para ela, esta integração trará dados mais robustos sobre a realidade sanitária dos territórios e melhor informação a agricultores. “Os agentes de Saúde podem trazer informações sobre alimentos saudáveis às famílias do campo, por exemplo”, disse ela.
Para a pesquisadora da Embrapa Agrobiologia (Seropédica-RJ) e coordenadora do projeto de Governança e Gestão do InovaSocial, Cristhiane Amâncio, o debate desta quinta-feira traz reflexões sobre “o reconhecimento dos distintos papéis e competências das instituições na vigilância em Saúde”. Na próxima quinta-feira, 5 de novembro, o Ciclo terá seu último Encontro, no qual serão discutidas orientações para a segurança nas atividades de campo nos territórios do InovaSocial e mecanismos para maior integração entre extensionistas, agentes de Saúde e agricultores.
Adilson Nóbrega (MTB/CE 01269 JP)
Embrapa Caprinos e Ovinos
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