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Araucária: Uso sustentável pode ser ferramenta para a conservação da espécie

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Em 29/10, a Embrapa Florestas promoveu o segundo painel do evento on-line “Araucária: pesquisa e inovação para sistemas de produção”, com o tema silvicultura, conservação e melhoramento genético. Victor Moreira, empreendedor e pesquisador da Fundação Certi e Araucária+, falou da cadeia do pinhão como impulsionadora da conservação da floresta com araucárias.

Moreira trouxe dados de um diagnóstico da Fundação Certi sobre erva-mate e pinhão que, embora tenha sido publicado em 2002, ainda traz a realidade das cadeias produtivas. No caso do pinhão, uma cadeia que tem como características principais a informalidade, a presença de muitos intermediários (atravessadores), e apresenta desafios tecnológicos como beneficiamento e pós-colheita, além da necessidade de critérios para colheita do pinhão.

Para fazer frente a estes desafios, o projeto Araucária+, da Fundação Certi e Fundação Boticário, acontece desde 2013 com objetivo de desenvolvimento sustentável da cadeia da araucária com olhar de conservação. O projeto atende cerca de cem produtores rurais, que trabalham com critérios ambientais e são conectados a empresas, também com olhar ambiental, com o objetivo de chegar a consumidores com olhar diferenciado para os produtos. “Com esse valor agregado, conseguimos atrair o produtor para um aumento de renda e subsídio para cuidar da floresta”, pondera Moreira.

“Existe um hub com a missão de olhar a cadeia produtiva como um todo”, explica o pesquisador e empreendedor. É um olhar para um mercado diferenciado e como agregar valor à cadeia produtiva. “A ideia é conectar uma rede de atores para inovação. Que olhe de forma diferenciada para geração de novos produtos e processos para gerar impacto”, completa. Com isso, pretende-se chegar ao uso sustentável e conservação integral. Além disso, há um cuidado em acompanhar se a floresta está melhorando, se produtor está tendo retorno socioeconômico, enriquecimento ambiental, além de possibilitar a rastreabilidade dos produtos e incentivar o associativismo. “Trabalhamos com a conservação pelo uso sustentável”, afirma.

O projeto também trabalha com o apoio e incentivo ao desenvolvimento de novos produtos para mercados diferenciados, como cerveja com pinhão, farinha de pinhão (em parceria com a Embrapa Florestas), tingimento natural de tecidos (slow fashion), entre outros potenciais como a venda de pinhão descascado e congelado, briquetes, corantes, esfoliantes naturais, entre outros.

Moreira finalizou com os desafios da cadeia: organização da base produtiva, pós-colheita e armazenagem, descasque industrial do pinhão, sazonalidade e oferta de ingredientes. Para isso, são necessárias estratégias integradas de conservação, com uso sustentável e integral; soluções integradas nos territórios, envolvendo comunidades, empresas, ou seja, trabalhar em rede; e respeito às vocações regionais, na perspectiva de inovação e agregação de valor.

Assista aqui a gravação do Webinar, que contou ainda com debate entre os palestrantes e apresentação de trabalhos voluntários.

O evento on-line “Araucária: pesquisa e inovação para sistemas de produção” é organizado pela Embrapa Florestas e conta com a parceria do IDR-Paraná, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

 

Katia Pichelli (MTb8330 PR)
Embrapa Florestas

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