A Embrapa esteve presente, no fim de novembro, na realização da capacitação Maracujá produtivo, voltada para técnicos de extensão rural do estado do Tocantins. Participaram profissionais vinculados ao Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro) e à Universidade Estadual do Tocantins (Unitins). O objetivo é formar multiplicadores para atender cerca de 800 produtores rurais do Estado. 

O pesquisador Raul Castro Carrielo Rosa foi o responsável pela capacitação. “Fico muito empolgado em falar sobre pesquisa para os atores que estão em campo. Sem a figura dos extensionistas, a pesquisa não tem força, por são eles que fazem as coisas acontecerem”, diz. Segundo ele, embora o maracujá ainda seja uma cultura pequena no Brasil, tem um faturamento expressivo. “Estamos com um déficit de maracujá no País, e isso faz com que a cultura seja interessante para o pequeno produtor”, pontua.

Além de uma parte teórica, a capacitação contou também com uma visita técnica à Chácara Santa Lourdes, localizada no município de Miracema, a 80 quilômetros de Palmas. No local, Raul explicou sobre as variedades do maracujá, a condução dos pés do fruto, a polinização, a adubação e o espaçamento entre uma planta e outra. “Precisamos cada vez mais de uma extensão rural forte para o desenvolvimento dos pequenos produtores. É possível, sim, produzir com qualidade e competitividade, mas para isso é preciso coragem”, acrescenta.

De acordo com dados de 2017 do Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área colhida da cultura de maracujá no Tocantins é de 49 hectares, sendo que a produção chega a 378 toneladas por ano. Outra informação interessante é do Ruraltins e da Seagro, que identificaram, em levantamento realizado na Central de Abastecimento de Hortifrutigranjeiro em Palmas, que há uma deficiência no fornecimento de maracujá entre novembro e abril, sendo que no restante do ano cerca de 90% do total que abastece o mercado tocantinense vêm de outros estados, como Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal e São Paulo. No cenário mundial, o Brasil é o primeiro produtor da fruta.